domingo, 3 de março de 2019

20 anos de Risk do Megadeth.


Você coloca pra rodar o álbum e já tem algumas coisas estranhas acontecendo em Insomnia. Parece que pegaram o ótimo Cryptic Writings de 1997 e adicionaram muita informação para quem estava acostumado ao Thrash Metal magistral da banda. Teclados e implementos eletrônicos permeiam a faixa e te deixa meio sem saber o que esperar, afinal, mesmo se afastando aos poucos do Thrash furioso de Rust In Peace, a banda caminhava nos últimos 2 álbuns para alcançar talvez o sucesso de Metallica no Black Album. Ok que houve uma baixa, já que o baterista Jimmy DeGrasso, ex Suicidal Tendencies e Alice Cooper entrou no lugar de Nick Menza com problemas de saúde, e interrompeu o chamado line-up clássico dos americanos. Ok, aguardemos a próxima. Aí temos Prince of Darkness e a coisa melhora bastante. Ah, era só uma pegadinha do Sr Dave Mustaine, aqui a coisa é mais séria. Tem sua base pesada, mesmo que fique meio enjoativa no refrão, Mustaine cantando e solando como deveria (na época)...em suma, uma boa música. A próxima tem um título legal, então...Enter The Arena não passa de uma passagem desnecessária e sem sentido para a faixa de divulgação Crush 'Em. Escolha errada. Quando parece que vai ficar bom entram vocais com filtros nada agradáveis e a música não engrena. Nem os corais gritando 'Crush' salvaram o pobre gladiador na arena. Breadline é bem calma e novamente traz a esperança de que nem tudo está perdido, uma música legal mas longe de agradar um fã de Holy Wars...The Doctor Is Calling também não decepciona, tem uma estrutura legal e é até melhor que Breadline, com bom som de baixo e uma base criativa de guitarras, esta é a música que  bate de frente com Prince of Darkness na disputa pela primeira posição de Risk.  I'll Be There vem num clima meio pop mostrando que a intenção da banda era romper horizontes e atingir um público que até então não os conhecia. Bem, o próprio nome do disco já nos diz o que isto envolve e ele na verdade foi um tiro no pé. Tem lá seus bons momentos mas no geral a maioria torceu o nariz e na balança do perde e ganha o Megadeth perdeu com Risk, apesar de que se ele estiver em sua coleção, não ficará muito tempo sem uma audição esporádica, se é que me entendem. A capa original é bem comum, mas tem o logo de volta, que não apareceu no anterior, e depois apareceu diferente (com o rato) após a remixagem em 2004. Para finalizar, em se tratando de Megadeth, o álbum pode ter sido um divisor de águas, mesmo que fica claro duas fases, a pré e a pós Risk, ficando ele perdido e servindo de elo entre dois mundos em que um tem ótimos lançamentos e outro tem lançamentos irrepreensíveis que serão lembrados eternamente.

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