Quem conheceu o Malefactor da Bahia através da coletânea The Winds Of A New Millennium da Demise Records ou diretamente da demo IntoThe Black Order e depois ouviu seu debut Celebrate Thy War em 1999, com certeza sentiu uma enorme diferença. Isto porque o Malefactor é uma daquelas bandas que nunca parou no tempo, sempre esteve em constante evolução, agregando melodias em seu som sem perder a agressividade. Aqui temos uma banda com vocais guturais e urrados, porém já apresentando alguns coros, que viriam a ser uma marca da banda já a partir do segundo álbum, uso de teclados e melodia, mesmo que crua e com uma boa gravação, mas ainda distante do ideal. Algumas ideias já eram tão criativas, que uma faixa como Estuans Interius foi regravada anos depois para compor o irrepreensível álbum Centurian e não teve nada alterado em sua essência. A produção não é das melhores, tem seus altos e baixos, mas para registro de época vale muito a pena, principalmente se você é colecionador dos trabalhos da banda e/ou é daqueles que apreciam a arte do Metal em sua forma menos lapidada. Aproveite que foi relançado há pouco tempo e ainda é encontrado por aí. São 20 anos completos do pontapé inicial de uma das maiores bandas brasileiras da atualidade.
sexta-feira, 21 de junho de 2019
sábado, 15 de junho de 2019
10 músicas com a metra N que você precisa ouvir antes de morrer
O Metal & Loucuras separou 10 hinos que não podem faltar no seu play list.
1º - Nightmare - Sarcófago. Com uma das bases mais sinistras que o Metal já lançou, a música Nightmare, que aparece no debut INRI e foi aperfeiçoada, com a inclusão de teclados que deram uma atmosfera ainda mais aterrorizante no EP Rotting, o Sarcófago mostrou que não era apenas a metranca de DD Crazy que os tornavam únicos. O Death/Black nacional estava estabelecido e pronto para ser seguido nos quatro cantos do mundo.
2º - Never, Neverland - Annihilator. Jeff Waters pode não ser o guitarrista mais lembrado do mundo Thrash, mas é um dos maiores com certeza. Pra criar uma maravilha destas, depois do sucesso estrondoso da insuperável Alison Hell um ano antes, o canadense teve como vocalista Coburn Pharr, que se não tinha os mesmo agudos de Rampage, deu um ar mais Heavy tradicional nesta música cheia de harmonias de ótimo bom gosto.
3º Nightfall - Blind Guardian. Se para alguns Nightfall In Midle Earth foi o último grande trabalho dos alemães do Blind Guardian, com certeza a faixa título traz ainda mais emoções aos fãs desta que é uma das maiores bandas de Power Metal da história. Quem nunca gritou a plenos pulmões o refrão cantado em coral? Menos acelerada que em trabalhos anteriores, mas que já chegou com o jogo ganho.
4º Nothing Else Matters - Metallica. As baladas do Metallica sempre foram sensacionais, porém antes de Black Album eram baladas pesadas, como Fade To Black. Nothing Else Matters foi a primeira balada mais melosa e foi diretamente para as FMs do mundo. Ruim isso? Traição de movimento? Nada disso.O nome correto é talento.
5º Nemesis - Arch Enemy. Doomsday Machine começa com uma intro, depois vem uma música sensacional chamada Taking Back My Soul, mas foi Nemesis a responsável por elevar o álbum a um dos melhores da carreira dois suecos do Arch Enemy. E também teve vídeo clipe bastante divulgado na época. Grande música criada para tocar em estádios.
6º Near Dark - Agathodaimon. Com o baixo iniciando a jornada, logo todas as camadas Black/Doom do Agathodaimon tomam os espaços, com os vocais rasgados de Akaias, e os teclados sorumbáticos de Vlad, dedilhados de fazer chorar e ainda vocais femininos, raríssimos em toda a discografia da banda alemã. Um épico de mais de 15 minutos no meio de um dos melhores álbuns deste estilo já criados, o fenomenal Blacken The Angel.
7º Night Pigs - Sextrash. Sabe quando uma música vem sem a pretensão de causar qualquer revolução, mas mesmo assim ela se torna uma das melhores de um álbum que virou clássico de uma cena e é aclamado por uma legião de fãs? Prazer, esta é Night Pigs do debut Sexual Carnage dos mineiros do Sextrash. Podreira e putaria condensadas em 2 minutos de destruição sonora.
8º - Neon Nights - Black Sabbath. Direto ao ponto, sem firulas. Um riff, uma batida contínua e um vocalista acima da média. Neon Nights abre as portas de Heaven And Hell e abrir estas portas não é pra qualquer música, criaturas noturnas. Não é mesmo.
9º November Rain - Guns 'N Roses. Ok, não é Heavy Metal, mas está em nosso nicho. Mesmo que você seja daqueles haters que odeia a banda de Hard mais conhecida do mundo, um dia você acaba encontrando sua alma gêmea, e ainda vão dançar colados ouvindo November Rain, hehehe.
10º Nostradamus - Judas Priest. Controvérsias cercam o 17º álbum de estúdio dos ingleses, mas se você encontrar dinossauros por aí, ainda caçando e metendo medo na cadeia alimentar, eu te pago R$1.000,00. Tem pompa, tem corais, mas é o mesmo Padre rezando a missa desde 1970. Ouça sem medo.
20 anos de Bloodthrist do Cannibal Corpse
Formação estabilizada, vocalista mais que aprovado no teste, era hora de lançar o terceiro álbum da nova fase, ou sétimo de estúdio, da máquina destruidora de Death Metal americana, o Cannibal Corpse. E foi no dia 19 de outubro de 1999 que George Fisher, Jack Owen, Pat O' Brien, Alex Webster e Paul Mazurkiewicz, através da Metal Blade, colocaram no mercado o insano Bloodthrist. E pra enfatizar o título que traduz-se como sede de sangue, a banda veio com sangue nos 'zóio', como se diz. Uma verdadeira aula de pancadaria descontrolada, assustadora, viril, que não deixa zumbi nenhum de pé pelas ruas de um planeta morto. Difícil falar desta ou daquela música quando o petardo é homogênio e avassalador como uma carreta sem rumo. Vez ou outra o pé vai um pouco no freio, como em algumas partes de Unleashing The Bloodthrist, mas quase não é o suficiente pra ver a luz vermelha da lanterna piscar, pois o pedal de acelerador vai ao fundo novamente, e com ele nossas cabeças misturando neurônios numa avalanche de riffs e batidas sem dó nem piedade. E no meio de tanta poluição sonora (no bom sentido), encontramos solos lindos e claros como a lua. Tem que botar uma coisa dessas no talo sem se preocupar com a vizinhança.
sábado, 8 de junho de 2019
Tribulation - Down Below
E novamente a Suécia nos brinda com mais uma banda de extrema qualidade. Após um início mais envolvidos com o Death Metal, hoje a banda caminha sobre ossos bem definidos do Dark Gótico. Down Below é seu quarto álbum e agradará fãs de bandas como Katatonia ou Tiamat de outrora. Formado pelo baixista e vocalista Johannes Andersson, os guitarristas Adam Zaars e Jonathan Húlten que também toca teclados, e o baterista Oscar Leander, o Tribulation carrega em suas músicas um misto de tristeza e escuridão, não chegando completamente ao Doom, nem se aproximando do DSBM. É simplesmente música desencadeada e desencadeando sentimentos de apatia e indiferença para com o que nos rodeia e nos distancia das pessoas "normais", provocando uma espécie de simpatia pela solidão, mesmo que a enxerguemos como um mal, mas um mal menos terrível que o convívio em sociedade. Faixas como a instrumental Purgatorio são tão bem vindas que pouco percebemos que não há uma letra cantada, pois as palavras estão ali, enterradas no cemitério de nossos corações, como monstros que tememos despertar, mas que sabemos que respiram, que tremem nas noites frias e, quando podem, nos olham pelos cantos dos olhos, cansados e doentes, mas ainda famintos. Solos que viajam acima de batidas rítmicas como em Cries From The Underworld, e vocais rasgados e sem sentimentos são um caminho contínuo no decorrer de Down Below, e com certeza farão deste trabalho um rebento das sombras e mesmo que quase invisível em sua coleção (porque alguns trabalhos têm vontade própria), será lembrado e procurado por você quando sentimentos de melancolia e falta de direção o estiverem atormentando. Ouça com atenção a música Lacrimosa e perceba o singelo toque gregoriano. Isso já valeu o carimbo de "FUDIDO" do Metal e Loucuras.
Lançado no Brasil pela Metal Relics em parceria com a Nuclear Music.
https://www.facebook.com/MetalRelics/
sábado, 1 de junho de 2019
Entrevista com Cirrhosis
Criado por uma lenda. Carregado por um guerreiro. Este é o melhor título para a história do Cirrhosis, banda de Death Metal criada em 1988 por Wagner Lamounier do Sarcófago, em Uberlândia, Minas Gerais, e que passou o bastão da destruição para o grande Tibanha, ou Juarez Távora, presente desde a primeira demo tape Ritual Of Penetration, até sua saída para criar o Scourge, mas que agora ressuscita a banda que foi um dos pilares do Metal mineiro, em sua época de ouro, principalmente quando a Cogumelo lançou o split Alcohol Rules ao lado da banda Loucyfer em 1991, ítem raro e valorizado nos dias atuais. Com a palavra, senhor Juarez.
M&L - Juarez, primeiro vou te confessar algo. Passei 26 anos de minha história com a música The Last Temptation of Christ em uma fita cassete, gravada no programa de rádio Headbanger Attack apresentado pelo Laranja do Chakal, e só agora revisitando o material do Cirrhosis para preparar a entrevista, descobri que é uma música de vocês. Tamanha coincidência para minha enorme felicidade, já que é uma música perfeita.
Juarez: Velho, que massa esse lance da música do Cirrhosis. Essa foi a
segunda música que fizemos, também fiquei de cara com o fato de uma banda de São
Paulo se me lembro bem, tocava cover desse som, fiquei pasmado (risos).
M&L - Você
estava à frente do Scourge e de repente anuncia a volta do Cirrhosis. Qual foi
a motivação e como fica o Scourge agora?
Juarez: Bem
o Scourge tinha acabado já, eu só não tinha anunciado, discuti com os membros do Scourge, daí decidi terminar a banda e no mesmo dia uns amigos me perguntaram
por que eu não voltava com o Cirrhosis, pois tinha várias pessoas querendo um
retorno. Procurei alguns ex membros mas eles não poderiam tocar, daí voltei com o Cirrhosis com essa formação atual. A maior motivação veio de Brothers de várias
partes do Brasil que me incentivaram a voltar.
M&L –
Quando conversamos em 2015 você disse que não saiu do Cirrhosis por conta
própria. Você disse literalmente que foi demitido da banda. Você acompanhou o
álbum Drinks From Hell de 2008? O que acha deste álbum que não contou com você?
Juarez: Eu
estava bebendo demais na época (mal do Cirrhosis kkkkk), matei alguns ensaios pra
beber e ficar com as putadas (gargalhadas), daí a galera meio que me demitiu e eu resolvi
dar um basta também e sai da banda, grilei pois ninguém tentou conversar ou me
ajudar, no alcoolismo grave eu estava mas de
boa, venci essa etapa também. O estranho é que o batera e guitarra do On The Sin Death Lust And Hate (debut do Scourge) são os mesmos que gravaram o Drinks From Hell do Cirrhosis (risos). Eles entraram no Scourge na época da gravação desse álbum, particularmente só ouvi uma vez o Drinks From Hell, não posso falar sobre ele...vi algumas bases
antigas no álbum..algum dia talvez eu escute esse álbum todo.
M&L –
E a nova formação do Cirrhosis? Fale-nos de Roberto Marra e Mateus.
Juarez: Os 2 são amigos de longa data, é difícil arrumar músico com compromisso aqui em Uberlândia e Mateus e Roberto são bem compromissados com as coisas, tanto que
eles tocam em várias bandas, 7 bandas cada um (risos) não é zueira não (muitos risos), tá rolando legal os ensaios são ótimos músicos.
M&L –
Esta entrevista deve rolar em Junho, poucos dias antes do Festival Monsters of
Metal em Belo Horizonte, que conta geralmente com bandas ancestrais do cenário
nacional e principalmente mineiro. Creio que o Cirrhosis seria a cara deste
festival, pois está presente nos primórdios de nossa cena e está de volta. Falando
como um fã, pois não faço parte da organização do evento, seria um sonho ver
vocês tocando no Monster do próximo ano.
Juarez: Porra, seria massa mesmo tocar no fest, até falei com o Casito do Witchhammer mas já
tinham fechado o cast, quem sabe ano que vem tocamos, mas será uma grande edição
este ano...
M&L –
Sabemos que vocês já estavam compondo material para um terceiro álbum do
Scourge. E para o Cirrhosis, ainda é cedo pra pensar em um novo álbum ou as
ideias já estão surgindo?
Juarez: Primeiramente
estamos ensaiando muito, vamos tocar o Alcohol Rules na íntegra e 3 músicas do Alcoholic Death Noise. Já tenho 3 sons novos pro Cirrhosis e a Grey Haze Records vai relançar em fita k7
as primeira demos nossa que tem uma música inédita que nunca gravamos em
lançamentos oficiais, provavelmente vamos regravar num vindouro álbum, sou
fanático em Death Metal Old School, pode ter certeza que as ideias virão das raízes
do Death Metal.
M&L - A Urubeer na época fez uma cerveja
artesanal em homenagem ao Scourge, a Hate Metal Beer. Já lhe ocorreu que uma
cerveja com o nome Cirrhosis no rótulo seria uma metáfora sensacional?
Juarez - (Rindo muito) você tá adivinhando nossas ideias em parte kkkk, vamos lançar uma cachaça do Cirrhosis, vai se chamar RITUAL em homenagem à primeira música que fizemos, a Ritual of Penetration, essa cachaça já tem data de lançamento vai ser dia 10/08/19 e também vai ser nosso retorno aos palcos no evento CROSSOVER AND GENERAL METAL
aqui em Uberlândia.
M&L –
Estes dias você publicou uma foto tomando um café explicitamente mineiro com o
Manu Joker, que estará no Monster of Metal com o Uganga e já tocou com você no
Tributo ao Sarcófago. Sai alguma coisa novamente desta parceria ou é só amizade
mesmo?
Juarez: Manu
é brother de mais de 30 anos, sempre falamos de sons, participei do Opressor, álbum do Uganga e do Servus também. Aquele dia estávamos gravando um programa
que o Manu tem na web Underdose..logo estará no ar. Tributo ao Sarcófago foi
louco, muito louco kkkkk, e deu vários problemas também kkkk, envolveu o nome Sarcófago já viu, kkk polêmicas polemicas kkkk mas foi só aquela época mesmo, não
vamos mais fazer o tributo.
M&L –
A gente te acompanha nas redes sociais e sabemos que você é um cozinheiro nato.
Aliás os torresmos que você posta chegam a dar água na boca (kkk). Manda uma
receita pra gente publicar para que os outros Metalheads que também cozinham
possam fazer em suas casas.
Juarez: kkkkkkk aprendi cozinhar vendo minha mãe e mina vó Tonha no fogão a lenha, sou
curioso e adoro cozinhar, vai uma receita
clássica de Minas com minha adaptação: VACA ATOLADA MINEIRA
- 1 KG DE COSTELA, 1
KG DE MANDIOCA, 1 COLHER DE ASSAFRÃO DA TERRA, SAL, PIMENTA CALABRESA, ORÉGANO, 3
CUBOS DE CALDO DE GALINHA, 1 CEBOLA GRANDE, SALSINHA e CEBOLINHA).
Cozinhe a
costela por 45 min. até soltar do osso, retire a costela da água e reserve a água
do cozimento. Pique a costela em pedaços pequenos e reserve, coloque a mandioca na água do cozimento, claro na panela de pressão
kkkkk, cozinhe por 15 min. volte a costela picada pra panela com todos temperos e
deixe engrossar....tome uma cachaça amarela de engenho e coma a vontade
kkkkkkkk
M&L –
Juarez, um prazer falar com você novamente, o Metal e Loucuras agradece demais
sua participação. Espaço aberto a suas considerações finais.
Juarez: valeu demais brother underground sempre, nunca desista de seus sonhos, lute pelo
underground, conquiste amizades verdadeiras e abomine os modistas. CIRRHOSIS
LIVES AGAIN ALCOHOLIC RETURN....
links;
contatos
https:www.facebook.com/juarez.tavora.5
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