quinta-feira, 1 de agosto de 2019

Entrevista com Eternal Sorrow



O Metal e Loucuras está comemorando 10 anos e como todos sabem programamos 10 entrevistas com grandes bandas de nossa cena, postadas no início de cada mês desde março. E é com muita honra que desta vez falamos com Maurício Pampuch, líder do Eternal Sorrow de Curitiba, que abriu as portas do Death Doom no Brasil em 1994 e lançou até hoje 3 álbuns de extrema importância para nosso cenário. Então, abrace a melancolia e viaje ao som das catástrofes aterrorizantes do Doom.


M&L – Maurício, vamos fazer uma análise da trajetória do Eternal Sorrow. Como era o cenário Doom em 1994 quando vocês começaram? Bandas como Anathema, My Dying Bride e Paradise Lost eram uma influência real para vocês? 

Não haviam muitas bandas nacionais de Doom na época, mas alguns grandes nomes estavam começando também, tudo era mais difícil até para o acesso dos admiradores do estilo, mas mesmo assim era uma cena forte querendo descobrir, conhecer mais. E essas bandas fizeram parte de nossa influência sim, como outras que não eram do estilo. 

M&L – O que a banda esperava em termos de carreira quando lançou a demo The Sadness Elevation em 95? 

No começo você só quer tocar e mostrar seu trabalho, mas lógico que empolga quando grava algo e a repercussão é positiva, tivemos um bom reconhecimento com a demo que inclusive foi eleita a melhor demo tape estrangeira em uma publicação metálica de  Portugal.

M&L – Então vocês participaram da coletânea The Winds of a New Millennium da Demise Records e pouco tempo depois estavam lançando seu debut pela gravadora. Já havia um acordo para este lançamento ou o convite veio pela repercussão que a música Dreams of Reality teve através da coletânea? 

Não, não havia acordo com a Demise, o convite veio pela boa repercussão da música e pelo trabalho que havíamos feito com a demo.

M&L – The Way of Regret fez um grande sucesso entre os apreciadores do Death/Doom no Brasil. Vocês consideram este álbum o precursor do estilo no país? 

Esse álbum é considerado por muitos um marco e para nós foi algo que nos colocou como referência e nos ajudou a crescer no cenário Doom nacional e até para fora, então com  a importância que muitos fãs dão a esse álbum, acho que  seja  um dos precursores sim.

M&L – Já Legacy é um álbum mais progressivo, há presença de vocais limpos e músicas mais ‘viagem’ como a longa The Last Rain. Não foi uma grande mudança em relação ao debut, mas ainda assim é perceptível. Fale sobre isso. 

Sim, pensamos em aprimorar, experimentar mais, não sei se foi certo ou errado mas quisemos fazer algo diferenciado, em partes para alguns deu certo, outros talvez não gostaram, mas é um álbum que fez sua parte e tem grandes músicas. Com certeza nos divertimos fazendo ele.

M&L - Então a banda ficou um longo período afastada da cena e voltou a lançar outro álbum 13 anos depois. O que ocorreu neste período? Por que demoraram tanto? 

Nesse período trocamos as duas guitas e isso atrapalha muito. Mas gravamos o The House em 2010, aí resolvemos parar por um tempo, nos reunimos 5 anos depois e resolvemos voltar às atividades e retomar o processo de master e a gráfica do álbum para finalmente lançarmos em 2015.

M&L – Para The House houve a troca dos dois guitarristas que gravaram os primeiros álbuns. Mesmo assim ouvindo as canções parece a mesma banda, com aquele timbre característico de outrora. Vocês tiveram receio que esta troca pudesse descaracterizar o som da banda? 

Um pouco mas os guitars que entraram conheciam o som da banda então já sabiam a proposta de nosso trabalho e nos ajudaram muito nesse processo, entraram de corpo e alma na ideia.

M&L – The House vem naquela linha mais agressiva de The Way of Regret. São ótimas melodias, e um belo trabalho artístico, em versão digipack. Mas ele foi lançado de forma independente. Você não acha que isso restringe bastante o acesso ao álbum pelo público? 

Sim com certeza, mas infelizmente no Brasil você tem que remar contra a maré e também não tivemos propostas interessantes, decidimos fazer isso de forma independente, mas  hoje tem muitas formas de mostrar o seu trabalho, às mídias sociais e as plataformas de streamings ajudam.

M&L – Podemos dizer que se trata de um álbum conceitual? Que história retrata The House? 

Sim como o próprio nome diz toda a história se passa na casa, porém as letras dão liberdade para que cada um crie o seu conceito , mas  recomendo escutar e ler o encarte.



M&L – O Doom tem crescido ultimamente no Brasil. Você tem acompanhado a cena? Quais bandas recomenda? 

Com certeza o Doom está cada vez crescendo mais. Acompanho sim temos até grupo de WhatsApp para nos fortalecer e divulgarmos nossos trabalhos, tem muita coisa boa saindo lá, recomendar bandas? Recomendo todas, procurem, existem grandes bandas e uma ótima diversidade, seria de uma tamanha injustiça minha recomendar só algumas.

M&L – O Metal & Loucuras agradece muito sua participação. Espaço aberto a suas considerações finais. 

Muito obrigado pelo convite, fico lisonjeado, espero que a cena só cresça. E que possam vir mais grandes nomes nacionais, que essa nova geração mantenha essa chama acesa. E aguardem que em breve teremos novidades! Um  enorme abraço a todos nossos fãs! Stay Doom !  

Nenhum comentário:

Postar um comentário