O segundo e até então último full dos noruegueses do Myriads, (a banda lançou uma demo em 2010) remonta a 2002, época em que o estilo A Bela e a Fera ainda era gigante pelo mundo afora. Lançado pela Napalm Records (Hellion no Brasil) o álbum Introspection trouxe alguns diferenciais interessantes para aquilo que estávamos acostumados a ouvir neste nicho. Você não ouvirá nenhum som bombástico e sinfônico, próximo a uma ópera nem corais mirabolantes. Já os teclados estão muito presentes, apesar de não darem a tônica principal à música do Myriads, pois temos muitas melodias cativantes de guitarras, num instrumental que segue num ritmo até bastante animado para o estilo, como podemos conferir na abertura com "Enigmatic Colors of the Night". A produção está bastante cristalina e você consegue absorver todas as nuances provocadas pelo quinteto. A grande sacada está nos vocais, bastante variados e para todos os gostos. Os rasgados próximos ao black metal do tecladista Mikael Stokdal, os guturais ou os belos vocais limpos do guitarrista Alexander Twiss e as vozes de Mona Skotenne, que consegue ser bastante aguda em alguns momentos e mais angelicais em outros. A verdade é que este é um dos álbuns de symphonic doom mais progressivos que vocè irá ouvir daquele período. Há momentos que podem arrancar lágrimas como a introdução da longa "Miserere Mei", com um sentimental dedilhado de violão e vocais limpos e sufocantes de Alexander. Além das qualidades vocálicas do grupo, eles ainda contam com mais 8 vocalistas convidados na faixa acústica "Inside" que ainda apresenta violinos e violoncelos e um coral que deu um up espectral à canção. O álbum é longo, em torno de 74 minutos, portanto se você não tem saco para o estilo, com certeza não será por ele que vai começar a curtir. Mas se sua praia for esta, e você ainda não deu a devida atenção a este trabalho, pode ouvir com calma e apreciar os elementos que diferenciam cada música, que certamente você o terá entre seus favoritos do estilo.
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