domingo, 28 de agosto de 2022

20 anos de Catch 22 do Hypocrisy!


Quem nunca pecou que atire a primeira pedra. Claro que "Catch 22" dos suecos do Hypocrisy já recebeu muitas pedradas ao longo destes 20 anos, pois foi um grande divisor de águas para a banda de death metal que incorporou muita melodia em seus trabalhos ao longo dos anos. Mas o play que costumam classificar como o patinho feio da banda de Peter Tägtgren, além das melodias, também colocou outras influências no liquidificador, como o Industrial, que é o mais perceptível no opus, além de uma produção claramente digital que ajudou a repelir vários fãs de longa data que já não aturava o que bandas como In Flames e Soilwork vinham fazendo com a imagem do metal da morte. Talvez seja o momento de descobrir que o indivíduo que criou o termo "melodic death" deveria ter buscado algo mais criativo e contundente para este estilo, que não o ligasse ao estilo furioso que bandas como Cannibal Corpse e Deicide ajudaram a propagar com tanto sangue nos olhos. Mas a verdade é que esta resenha não veio para arremessar mais uma pedra sobre "Catch 22" após 20 anos rodando nos plays de pessoas loucas de bom gosto. Tudo bem que a abertura com "Don't Judge Me" não foi muito acertada, pois mesmo com os solfejos guitarrísticos em escalas, ainda é um dos pontos fracos do petardo. Já a sequência com "Destroyed" e a bela "On The Edge of the Madness", com uma melodia empolgante e de certa forma melancólica, realmente se apresenta como uma das gratas surpresas. Já "A Public Puppet" carrega mais peso e tenta ser mais agressiva mas é um ritmo que vai te fazer balançar como um zumbi numa sala com luzes estroboscópicas sem movimentar os braços. É estranho, eu sei, mas a imagem em minha cabeça ficou bem engraçada. "Uncontrolled" resgata a empolgação com linhas mais retas, enquanto "Turn The Page" talvez seja a música mais anti-Hypocrisy da história. Se você não conhece o álbum e ouve esta música num "blind-ear" certamente vai chutar coisas ligadas ao new metal, como Coal Chamber e sei lá mais quais outras coisas existem daquele lado do metal. Realmente é pra virar a página, mas a música não é ruim, é só um certo preconceito com a música pula-pula que realmente não vai me fazer elogiar numa resenha de uma banda clássica de death metal."Hatred" concilia bem o peso de riffs modernosos a melodias interessantes, com a inclusão de teclados e vocais limpos que culminaram num belo momento. "Another Dead End (For Another Dead Man)" é outro grande momento, talvez a música com mais energia e mais direcionada ao que os antigos fãs esperavam, enquanto "Seeds of the Chosen One" por outro lado seja um dos melhores momentos para aqueles que amam o lado mais melódico da banda. O play fecha com "All Turns Black", com mais melodia. Muitos odeiam, eu não daria um 10, mas gosto de "Catch 22" com todas as suas qualidades e defeitos.

 

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