quinta-feira, 13 de abril de 2023

Esoteric - Metamorphogenesis!

 



A banda Esoteric foi concebida em 1992 no Reino Unido, bem no meio daqueles caras que elevaram o death/doom a um status de reconhecimento até então inédito, e bandas como My Dying Bride e Anathema ainda nem haviam lançado seus debuts, portanto engana-se quem ache que o Esoteric foi na onda de seus conterrâneos, pois eles estavam lá durante o big bang. Porém seu som característico é muito mais mortal que as demais bandas, pois saiu das catacumbas do nicho funeral doom. Metamorphogenesis é o terceiro full destes caras, depois de lançar 2 álbuns duplos, com média de 6 músicas cada, agora eles vieram com apenas 3 músicas, porém com seus 44 minutos de duração, como pede a cartilha do estilo, músicas longas, riffs arrastados, mas o melhor de tudo, sem soar cansativo. Caramba, difícil imaginar como eles conseguiram esta façanha. A abertura com "Dissident" por exemplo, traz um som extremamente sujo, analógico, doentio, com influência de metal industrial, como se em seu início toneladas de máquinas conscientes se arrastassem pelas ruas do mundo calando vozes e sufocando o ar. Mas no decorrer da faixa a alternância de andamentos, do arrastado ao "quase" rápido, é realizada com tanta competência, que você mal sente. As outras faixas, "The Secret of the Secret" e "Psychotropic Transgression", carregam um pouco mais de melodia, mas não se enganem. Não temos melodias bonitas nem a intenção de te fazer chorar com dedilhados ou teclados carregados de tristeza, mas sim um sentimento de desolação, de inquietude, de terror insolucionável. Os vocais são rosnados entrelaçados aos riffs mórbidos, mas ouvimos gritos constantes por todas as partes, e guitarras soladas que parecem pretender a eternidade. Não é um trabalho para apreciação de todos, mas para mentes que já sabem lhe dar com seus demônios e conviver com suas loucuras e no caos do silêncio sempre prestes a explodir internamente. Este trabalho está sendo lançado com exclusividade no Brasil e merece sua atenção, não apenas pelo som único apresentado, mas pelo capricho do material físico. Merece o carimbo de "FUDIDO" do Metal e Loucuras!

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