Você é daqueles caras que vai aos shows de "corpse paint" sem se importar com as crianças correndo de medo nas ruas? É daqueles caras que acham "Lord of Chaos" uma comédia por mostrar os caras da cena norueguesa bebendo e se divertindo como qualquer jovem, e mesmo assim assiste várias vezes porque, infelizmente, não tem mais nada que presta falando de black metal na TV? É daqueles que bate cabeça ao som de Dark Throne e acha Mayhem e Dark Funeral as bandas mais legais do mundo? Passe bem longe de "Below the Lights". Sim, é uma banda norueguesa de black metal, mas a turma de Grutle Kjellson evoluiu. E saiu do som extremo em busca de um som caótico há algum tempo. Este álbum é infinitamente mais acessível que seu antecessor, mas não pense que toda progressividade que o trio possa ter evocado em 2003 não esteja enquadrado nestes 46 minutos. Em certos momentos você, inclusive, esquece que está ouvindo uma banda extrema, e se imagina no meio de hippies tomando um chá de cogumelos numa área verde, ouça "Queen of Night" e comprove. Em outro momento está em uma vila viking ouvindo guerreiros bêbados de hidromel entoando "Havenless". Ou até em uma viagem interplanetária, apreciando as estrelas dentro de uma nave ao som de "The Crossing". Aquele maldito mellotron que você imaginou que somente bandas dos anos 70 teriam coragem de enfiar em seus álbuns aparece plenamente aqui e ali, e estamos falando de um opus de black metal. Temos vocais rasgados, guturais e limpos, bateria agressiva e também num mar de águas paradas. Uma arte de capa bonita e em tons escuros como a anterior. O Enslaved não é minha banda de cabeceira, mas "Below the Lights" proporciona momentos muito divertidos e em nenhum momento soa enfadonho. Dê uma chance à loucura!
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