Para quem começou a ouvir metal em 1992, viveu a incrível expectativa pelo lançamento de Chaos A.D., que ouviu até rachar os alto-falantes, que se decepcionou com o direcionamento Nu Metal de Roots, quase teve um infarto ao ver a notícia da saída de Max na capa de um jornal numa banca de rua, e se decepcionou mais ainda ao tentar gostar de "Against" e "Nation", tudo isso culminou em desprezar totalmente o lançamento de "Roorback" em 2003. Tudo bem que desde então ouvi uma ou outra música deste trabalho, mas verdadeiramente é como se o estivesse ouvindo pela primeira vez para escrever esta resenha. A primeira impressão é a de que a falta de uma segunda guitarra no som do Sepultura faz uma diferença monstruosa. Fazendo uma analogia estranha, ouvir Arise ou Beneath é como encarar um monstro mal e raivoso, enquanto "Roorback" ainda pareça um monstro, porém velho e cansado, sem conseguir afastar os inimigos de seu território sagrado. Obviamente a culpa não pode ser direcionada a Derrick Green. O monstro inteiro envelheceu. Ouvindo Metallica hoje, com o vocal de James soando muito desgastado, ainda temos uma banda criando boas músicas em função de seus novos limites vocálicos, coisa que o Sepultura não soube fazer nestes 3 primeiros trabalhos sem Max. Podemos dizer que é um álbum hardcore com influências tribais. É mais direto que Against ou Nation, onde a banda parecia sem rumo, sinal de que eles estavam, mesmo que lentamente, conseguindo se reencontrar. Algo aqui até me faz lembrar de uma fase mais punk hardcore do Slayer, até mesmo os vocais gritados de Araya, e não é a toa que não gosto desta fase do Slayer também. Talvez a emoção de falar de uma banda cujos primeiros trabalhos sejam imprescindíveis para mim impeça que eu veja mais qualidades em "Roorback", e me perdoem por isso. Para não ser extremamente negativo, cito "Corrupted" como uma música legal.
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