segunda-feira, 26 de junho de 2023

20 anos de Engraved in Black do Graveworm!!!

 


O Graveworm da Itália continuava sua saga em 2003 com seu quarto trabalho de estúdio, agora contratados pela Nuclear Blast, podendo alcançar um público maior e engrandecer seu nome que já era cultuado no underground. Musicalmente falando, "Engraved in Black" é menos black metal que os trabalhos anteriores, passando a incorporar uma aura gótica e passagens bem mais pesadas e próximas do dark metal. Os vocais de Stefan Fiori ainda são rasgados na maioria das vezes, mas agora ele segura o gutural com muito mais intensidade. O instrumental também carrega passagens mais atmosféricas e os momentos de explosão estão mais escassos agora. Eu, particularmente, prefiro esta nova roupagem, e tenho dificuldades em escolher entre este álbum e seu sucessor (N) Utopia, como preferido, mesmo porque eles têm um diferencial em que o álbum de 2003 ainda preserva muita coisa de black melódico e o sucessor tem uma veia gótica superior. Um dos destaques aqui é a faixa "Drowned In Fear", que começa de forma bombástica, com os vocais alternados entre rasgados e guturais, e não poderia deixar de lembrar outra banda que eu simplesmente amo, que são os alemães do Agathodaimon. Inclusive tem uma parte de guitarras lá pelos 2 minutos e meio que se não foi literalmente chupada do Chapter III eu troco de nome. Mas não importa, o mundo está cheio de coincidências. O que diferencia um pouco a sequência é a instrumental "Thorns of Desolation", com suas flautas e gaita de foles, ela poderia estar em um álbum do Grave Digger. Mas se você quiser se apaixonar mesmo por este álbum, ouça a faixa de abertura "Dreaming Into Reality". Simplesmente sensacional carregando todas as características do trabalho, com agressividade e melodia super equilibradas. Outro ponto certeiro da banda, foi a arte da capa, com o cemitério à frente de uma construção similar a uma igreja, totalmente desenhada, como a boa arte pede. Perfeito!

domingo, 18 de junho de 2023

20 anos de Cast Into Fields of Evil Pleasure do Illnath!!!


A banda Illnath surgiu na Dinamarca em 1997 sob a alcunha de Flagellation, e em 2000 mudou de nome para Illnath. Em 2003, foi contratada pela pequena gravadora japonesa Worldchaos Production, e por incrível que pareça, no mesmo ano, foi licenciada para a também iniciante e mineira Avernus Records, de Governador Valadares, portanto o debut dos dinamarqueses ficou bem conhecido do público brasileiro. E é um debut extremamente competente, muito bem produzido e com músicas de alto nível. O estilo era o black sinfônico, mas já tinham um pezinho no death melódico, algo que ficaria ainda mais latente em seus últimos anos de trabalho, já que a banda se separou em 2013. Uma grande influência da banda, que podemos perceber em seu som, são os ingleses do Cradle of Filth. Ouça a música que dá nome ao petardo, e vais pensar que é Dani Filth gritando. Mas no instrumental a banda já incorporava elementos mais característicos do melodic death, como podemos ouvir nas melodias mais alto astral de "Zetite". Os vocais se revezam entre os rasgados e guturais, todos por conta de "Narrenschiff", hoje no Bolverk, uma banda de black metal norueguesa. Um belo vocal feminino aparece ocasionalmente, creditado apenas a Lena, dando um toque um pouco gótico ao som. Pete Falk era o guitarrista, com um ótima performance, e alguns solos bem melódicos, Tobias Jensen o baixista e Benjamin Johannesen o baterista, que saiu após este lançamento, e executou também um bom trabalho. Mas um dos destaques do play é o tecladista Artur Meinild, hoje na banda de power metal Evil Masquerade. Todas as faixas tem uma presença marcante dos teclados, com melodias que dão autenticidade a cada música, complementando o trabalho de guitarra de forma sensacional. Se você gosta de bandas como "Cralde of Filth", "Graveworm" e "Slavement of Beauty", vá atrás deste álbum de estreia do Illnath, que certamente se tornará um de seus favoritos do estilo.

 

quinta-feira, 15 de junho de 2023

20 anos de Life Is Killing Me do Type O Negative!!!

 


Type O Negative foi a banda que não se decidiu se era punk ou gótica, então ela sempre foi as duas coisas, e em "Life Is Killing Me" isso não foi diferente. O penúltimo álbum da carreira dos americanos tem dos dois temperos, e tudo bem se você só aprecia um deles, hoje em dia dá pra fazer uma coletânea em MP3 das suas faixas preferidas, mesmo que eu não incentive esta tática. Mas se você ama as duas vertentes, ouvir a faixa "How Could She?" é uma viagem interessante, pois ela veleja por águas calmas e turbulentas ao longo de 7 minutos e meio, e sinceramente, com exceção da letra esquisitóide, como se uma criança estivesse se baseando em "Disneylandia" dos Titãs, tanto sua estrutura como a forma de cantar de Peter Steele, são bem cativantes. A faixa título tem uma guitarra pesadérrima de Kenny Hickey, que é muito legal, enquanto os teclados de Josh Silver apresentem uma camada fenomenal. A letra mistura a melancolia a um provável desconforto de Peter com algum profissional da medicina, e não dá pra ser levada a sério. Aliás, muitas letras deste álbum acabam por não significarem nada além de preenchimento, já que são bem pessoais e sentimentais. A capa é bem simples, mas totalmente funcional em relação ao título do álbum, e traz as cores verde e preta, uma identidade da banda. Acho que Peter solta mais a voz neste trabalho, um pouco diferente daquela voz grave que ouvimos em "Black Nº 1", seu maior clássico, mas ainda assim ela soa grave em várias passagens. Este é mais um álbum que mostra que o Type O Negative tem um lado gótico bem forte, e um lado punk não muito interessante. Mas talvez isso seja apenas o reflexo de meu gosto pessoal frente aos dois estilos. A verdade é que a banda faz falta, e Peter Steele ainda é um cara muito lembrado e com saudosismo por todos nós.

quinta-feira, 8 de junho de 2023

20 anos de St. Anger do Metallica!!!


Sempre que me perguntam qual minha banda preferida, nestes mais de 30 anos de heavy metal, continuo respondendo Metallica, às vezes por comodidade, porém concentrado naquilo que a banda gravou entre 1983 e 1991, não preciso citar aqui quais álbuns. Sim, eu gosto bastante de Load e Reload e daquilo que eles fizeram de "Death Magnetic" pra cá, mesmo que não se compare aos anos furiosos. Quando St. Anger foi lançado, já não existia mais aquele frenesi porque todos esperavam que a nova identidade da banda estaria ligada aos álbuns anteriores, o que na época constatamos que infelizmente não aconteceu. Não vou me estender falando da produção terrível que este álbum tem, com ênfase na bateria de Lars, mas extensiva a todos os instrumentos e voz, porque isso já foi batido e rebatido inúmeras vezes. Na época saiu um VHS com a banda tocando ao vivo as músicas de St. Anger, e eu adquiri esta fita antes de ouvir o álbum em si, e confesso que se fosse só a fita, este trabalho seria muito melhor aceito, pois era a banda tocando sem a merda toda da produção, e tudo soava um pouco melhor, pois o Metallica ao vivo sempre foi uma das melhores bandas do planeta mesmo, e continua sendo. Mas ouvir o "tic tic tic tac" da "Frantic" ou aquelas coisas meio rap da faixa título já eram suficientes para perceber que o monstro descia ladeira abaixo. "Some Kind of Monster" até melhora um pouco e ao vivo é até legal, mas não conseguiu afastar a ideia de estar ouvindo uma fita demo. E é isso mesmo que St. Anger é, uma fita demo aguardando uma gravação decente, com a inserção de vários solos de guitarra e uma produção decente. Quem sabe a banda um dia resolva regravá-lo da forma correta e calar nossa boca. Seria a coisa correta a fazer. Músicas como "Dirty Window" "All Within My hands" e "Purify" têm potencial para se tornarem grandes.

 

20 anos de Unreleased 1985 Album do Master!!!

 


Parece que as primeiras músicas compostas pelo Master de Paul Speckmann estão fadadas a uma busca eterna pela produção ideal. Este registro de 2003 era para ser o debut do Master, lá no longínquo 1985, quando nem mesmo o Death de Chuck havia gravado o clássico "Scream Bloody Gore", mas por um desacordo com a gravadora Combat, o trabalho foi jogado no fundo do baú. Daí em 1990 a banda lançou seu debut auto-intitulado pela Nuclear Blast, mas por insatisfação com a mixagem, 2 registros podem ser encontrados por aí, com as mesmas músicas, produzidas de forma diferentes, inclusive numa versão dupla com os 2 lados da moeda. Mas ouvir as músicas do debut em sua primo gênesis é muito interessante, pois este álbum carrega toda podridão que o som do Master jamais teria novamente. Uma sujeira mal produzida que seria muito legal se lançada como bônus em algum álbum inédito da banda, mas que eles preferiram lançar como álbum completo. Pra completar a bolacha algumas demos de bônus, com material dos anos 90 foi adicionado, mas o legal mesmo é ver aqueles clássicos do debut do Master, executadas com os vocais de Paul Speckman raivosos como o inferno, uma bateria aterradora e guitarras com uma produção bem ruim, mas mostrando a essência do metal da morte, com suas raízes muito fortes. Indicado para fãs e para quem curte Death Metal de garagem com sangue nos olhos.