"Enemies of Reality" é o 5º trabalho dos americanos do Nevermore e inicialmente foi produzido por Kelly Gray (Dokken, Queensryche entre outros), e ninguém gostou do resultado, o que fez com que o álbum fosse para as mãos de Andy Sneap novamente. A arte ficou mais uma vez a cargo de Travis Smith, criando meio que uma identidade própria da banda. A meu ver este é até aqui o álbum mais progressivo do Nevermore, mesmo que a construção das músicas se aproxime daquilo que fizeram em "The Politics of Ecstasy", mas acaba que o instrumental não consegue ser thrash metal, mesmo com toda força que faça pra isso. Na verdade este trabalho está longe de ter a criatividade do álbum anterior, o ótimo "Dead Heart in a Dead World" nem a emoção de "Dreaming Neon Black". Ele soa mais como um trabalho até pretencioso, tocado com velocidade, além de alguns destaques na guitarra, como o solo perfeito de "Ambivalent" ou em "I, Voyager", que é uma das melhores faixas do play. Mas a necessidade de não fazer o óbvio que a banda parece ter adquirido é justamente o que faz deste trabalho um álbum maçante. Os vocais de Dane parecem ter sido criados apenas para se ajustarem ao instrumental, sem muita personalidade nem sentimentos, apesar da balada "Who Decides" ainda tentar me contradizer. Quem consegue ouvir este trabalho duas vezes em sequência é realmente um herói e merece uma medalha. "Seed Awakening", a faixa que encerra o play também merece alguma atenção, pela energia e alguns vocais mais extremos. Se você conhece pouco da banda, não comece por este trabalho.
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