quarta-feira, 26 de julho de 2023

20 anos de Sweet Vengeance do Nightrage!!!


Me lembro de acabar de conhecer o Fernando Lima, grande designer e vocalista do Drowned, na Cogumelo, quando ele me perguntou o que eu estava levando pra casa e eu disse que era o novo do At The Gates. Ele fez uma cara de espanto mas logo entendeu a referência, afinal o At The Gates não lançava nada oficial desde o clássico "Slaughter of the Soul" de 1995, ou seja, há 8 anos, e a banda havia encerrado as atividades, deixando muitos fãs órfãos de seu maravilhoso som. O caso é que Tomas Lindberg, a eterna voz do At The Gates era o vocalista do Nightrage neste debut, e o som da banda se assemelhava muito ao som de Gotemburgo. Criada na Grécia pelo ex-guitarrista do Exhumation, Mario Iliopoulos, e com a missão de montar uma nova banda de death melódico que se destacasse na cena, além de um vocalista perfeito para o cargo, ele convocou para o baixo Brice Leclercq, que posteriormente integrou nada menos que o Dissection, e o guitarrista Gus G., famoso pelo heavy e power metal, como Dream Evil e Firewind, culminando anos depois a atuar no line up de Ozzy Osbourne. Como convidados tivemos Tom Englund do Evergrey para os vocais limpos, o produtor e tecladista Fredrik Nordström e o baterista do The Haunted Möller Jensen. Com um time destes, o sucesso estava praticamente garantido. E "Sweet Vengeance" é um baita álbum. A urgência que Lindberg consegue imprimir nas músicas é fora de série, o cara tem um vocal poderosíssimo, arrisco a dizer o melhor vocalista do melodic death metal. De cara "The Tremor" mostra uma rifferama bombástica, um soco na cara pra mostrar quem era o Nightrage. "The Glow of the Setting Sun" começa com mais melodia mas logo ganha velocidade e peso, com um belo trabalho nas baquetas. O som do álbum é totalmente orientado para as guitarras e os solos beiram o heavy tradicional. Temos também algumas mudanças de andamento bem legais como em "Hero" que até então parecia uma mistura de In Flames com Children of Bodom, para entrar um solo inspirado sequenciado de vocais limpos, curtos, fortes e muito bem encaixados. Os teclados são apenas pontuais, apenas para dar uma atmosfera diferente em algumas passagens. Minha faixa preferida é "Circle of Pain", pelas alternâncias vocálicas bem criativas. Grande álbum de algo que começou parecendo um projeto e hoje já soma 9 álbuns, mesmo que as formações não tenham sido constantes. 

 

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