Metal Discharge chegou em 2003 com uma missão exageradamente difícil: superar "The Antichrist" de 2001. Em minha opinião, não conseguiu, mas por muito pouco não conseguiu ao menos um empate técnico. Na época de seu lançamento eu culpei a produção, que não teve Peter Tägtgren à frente e ficou um pouco plástica demais para um álbum de thrash old school. Hoje nem penso muito desta forma, mas creio que há 20 anos interferiu bastante em meu julgamento, tanto que não ouvi tanto este trabalho. É um ótimo play sim, com toda aura que o estilo pede, desde as aceleradas "The Ravenous Beast" e a faixa título, que consegue grudar o refrão em sua mente, até faixas de velocidade mediana como a forte "Rippin' the Flesh Apart". "Fear of the Moment" vem na sequência e serve para mostrar que o novo baterista Marc Reign (com passagens por Mystic Circle, Morgoth e Sodomizer) - sim, o cara está sempre presente no meio do metal trevoso - tinha uma técnica fenomenal e apresentou um ótimo trabalho substituindo Svern, não é a toa que permaneceu no Destruction por 8 anos. "Mortal Remains", "Desecrators (of the New Age), que teve vídeo clipe mostrando apenas a banda tocando, e "Historical Force Feed" com direito a vocais de Schmier com efeitos também são porrada de muito bom gosto e deixam que claro o quanto o thrash corre nas veias destes alemães. A capa é bem simples e não merece muito destaque. Mais três faixas fecham o álbum, "Savage Symphony of Terror", "Made to Be Broken" e "Vendetta", todas no mesmo padrão de qualidade Destruction.
sábado, 16 de setembro de 2023
domingo, 10 de setembro de 2023
20 anos de Death Cult Armageddom do Dimmu Borgir!!!
Os noruegueses do Dimmu Borgir entraram no topo do metal extremo em 2001 com o fudidaço "Puritanical Euphoric Misanthropia" então, o que esperar destas criaturas em 2003? Com a mesma formação de peso, Shagrath nos vocais, Silenoz e Galder nas guitarras, Mustis nos teclados, Barker na bateria e Vortex no baixo e vocais limpos, o Dimmu Borgir manteve as mesmas características em "Death Cult Armageddom", ou seja, metal extremo com orquestra e uma sutil pegada industrial em alguns momentos. Resultado, mais um opus sensacional. Talvez ele seja um pouco mais técnico, mas isso é resultado de um maior entrosamento entre os músicos e a evolução natural e pessoal de cada um. Ok, eu ainda gosto mais do trabalho anterior se comparado a este, mas é mais uma questão da novidade sonora que a banda havia apresentado, ou até mesmo uma identificação maior com cada música. Independente disso, temos aqui um trabalho muito coeso. Porém quando o álbum tem um destaque absoluto, isso acaba por criar uma sombra sobre as demais faixas, e é justamente este o maior pecado de DCA. Ter uma faixa tão monstruosa como " Progenies of the Great Apocalypse". Além dela ter recebido o maior destaque da orquestra filarmônica de Praga, ela também ficou com a maior fatia de vocais limpos de Vortex, além de ter recebido um vídeo clipe que eu não cansei de assistir nos últimos 20 anos. A música é simplesmente perfeita, tão épica e magistral que pode ser considerada uma das melhores que a banda já compôs. E por falar em Vortex, parece que a banda não deu o espaço suficiente para ele nos brindar com sua voz sensacional no álbum, um erro claro. Com exceção da faixa mencionada e de "Allehelgens Dod I Helveds Rike" praticamente não temos mais nada de vocais limpos no trabalho, e que bom que ele voltou para o Borknagar, para que não ficássemos desprovidos desta eficácia. A capa que tenho em mãos é aquela toda preta com o pentagrama e letras em cinza e não traz nada de fenomenal, apesar do encarte ser muito legal e até certo ponto divertido. Temos um bônus que é "Satan My Master" do Bathory, que destoa do resto do álbum por sua crueza. Analisando toda a discografia do Dimmu Borgir até aqui, eles não lançaram nada melhor que este trabalho depois disso. Recomendo!
domingo, 3 de setembro de 2023
20 anos de Dance of Death do Iron Maiden!!!
O segundo álbum dos britânicos, após a solicitadíssima volta de Bruce Dickinson, e com um bom álbum na bagagem, o belo "Brave New World" de 2000, foi o trabalho com a arte mais feia da história da donzela, e de imediato me deixou com um pé atrás, mesmo que o velho ditado de nunca julgar um livro pela capa ficasse tilintando em minha mente. A verdade é que a voz de Bruce está muito bem neste trabalho, e a faixa de abertura, "Wildest Dreams" tenta resgatar elementos mais heavy metal da fase de ouro, mas sem muito sucesso. Tanto ela, quanto a posterior, "Rainmaker" são boas músicas, mas de alguma forma não possuem a magia que geralmente a banda de Steve Harris sempre imprimiu nos anos 80. Aliás, com algumas exceções, como "Aces High" e "Be Quick or Be Dead", a banda sempre se saiu melhor na área das músicas épicas e mais longas, e em Dance of Death isso fica muito claro. Quando estendeu e deixou o som um pouco mais progressivo, os rapazes da donzela se sairam melhor, como em "No More Lies", o primeiro clássico do trabalho. Mesmo que o refrão gritado remeta ao passado próximo de "Blood Brothers" a gente percebe que é nesse terreno que a banda pisa bem atualmente (naquele início de década ao menos). Já Montségur talvez fizesse mais sentido se tivesse sido lançada em um álbum como "No Prayer For The Dying", além de ter alguns riffs muito felizes pro meu gosto. Já a faixa título já traz aquele sentimento de realização ironmaníaca, com as guitarras gêmeas desfilando riffs celtas, se é que isso existe. A coisa esquenta ainda mais é na excelente "Paschendale", uma música fora da curva em se tratando de "Dance of Death". Épica, pesada, ela consegue transmitir um clima bem sinistro e no refrão um sentimento bem triste, além de um trabalho de guitarras bem trabalhado. Outra faixa que se destaca, mas com uma característica bem mais acústica e intimista, é "Journeyman", sendo que esta pode ter mais impacto nos fãs da carreira solo de Bruce. "Dance of Death" não supera "Brave New World", mas mostra músicos ainda empolgados com a recente reunião e traz bons momentos a seus fãs. Mas a capa...
sábado, 2 de setembro de 2023
20 anos de Barbarian do Malefactor!!!
Ok, já fizemos uma resenha de Barbarian, terceiro álbum dos baianos do Malefactor, no longínquo 2014 quando fizemos uma série dos melhores álbuns do metal nacional. Mas não poderíamos deixar passar batido o aniversário de 20 anos desta pérola do metal extremo, forjado com agressividade, melodia e um bom gosto musical poucas vezes vistos no underground. Fã confesso da discografia da banda, tenho Barbarian em minha coleção desde seu lançamento, e podemos perceber como a banda evoluiu com sua música. Mesmo encontrando sua sonoridade no belo trabalho anterior, o Malefactor conseguiu construir suas músicas de forma que o álbum soasse pleno, cativante e empolgante. A intro de 2 minutos com teclados e vozes conserva o lado black metal que sempre esteve enraizado na banda, mesmo que em proporções pequenas, mas deixando o clima sombrio e maléfico para introduzir os outros 10 hinos de guerra, com "Echoes of Lemuria" à frente. A música, com vocais fortes, rasgados e guturais, passagens cadenciadas e rápidas, foi inspirada na lenda de Lemuria, um continente que teria afundado no oceano Índico, com habitantes extraterrestres descendentes de deuses. "The Pit" segue o play, e na época a citei como a melhor faixa do trabalho, algo que não sei definir hoje, devido à importância do álbum como um todo, mas que certamente tem riffs excelentes e é uma das mais agressivas. Os vocais limpos também ganharam mais foco em "Barbarian", melhor intercalados e utilizados em refrãos como na "Barbarian Wrath", faixa excepcional com uma passagem inspirada que acho sensacional lá pelos 3 minutos e antes do solo. Aliás, passagens pra abrir um sorriso na caveira o petardo tem de sobra, como aquela em que entra o solo de "Nightfall", com melodia grandiosa. Um álbum que mesmo após 20 anos, continua cheio de ideias novas, e deve estar presente em qualquer coleção de metal nacional que se preze.
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