domingo, 18 de fevereiro de 2024

20 anos de An Elixir For Existence do Sirenia!!!


Ao que tudo indica, o Sirenia seria um projeto de Morten Veland, onde ele poderia abusar de sua criatividade para fazer o que tivesse vontade, já que pela segunda vez ele cuidou de tudo, porém agora creditando uma nova vocalista ao posto, a bela Henriette Bordvik, hoje no Abyssic, que ficou por volta de 3 anos ao lado do músico. Em "An Elixir For Existence" podemos dizer que Morten se desprendeu um pouco daquela sequência de 3 álbuns anteriores, dois com o Tristania e o debut do Sirenia, o ótimo "At Sixes And Sevens", mas não muito. O que podemos atestar é que este álbum traz músicas menos bombásticas, e mais intimistas, em alguns momentos com aquela melancolia que caracterizou bandas que uniram o gótico ao death/doom, vide aquela passagem mais triste em "Voices Within", uma das melhores músicas deste trabalho. Esta faixa também apresenta riffs de guitarra não muito comuns na música do Sirenia, soltos e sem acompanhamento de teclados, lembrou um híbrido de thrash e góthic metal. Os violinos foram um atrativo interessante, num duo com as guitarras como ouvimos em "A Mental Symphony", gravados pela convidada Anne Verdot, que tocou o instrumento em 4 canções. "Euphoria" também é uma música legal, e talvez devesse ser a faixa de abertura no lugar de "Lithium And a Lover". A mais pesada é "In My Darkest Hour" (quase hein Megadeth), que já inicia furiosa, mas cai na delicadeza perene para entrar a voz de Henriette. Agora, comparando a moça à sua antecessora, Fabienne Gondamin, seria algo injusto, visto que os vocais femininos no primeiro registro foram usados com muito mais força, ao passo que neste play, eles às vezes são até esquecidos, salvo na faixa "Save Me From Myself", toda cantada pela moça. Por isso os vocais angelicais não são destaque neste trabalho. Por outro lado Morten, que apresenta como sempre ótimos vocais guturais e rasgados, agora canta magistralmente com vozes limpas, os melhores clean que ele despejou numa bolacha até aqui, enriquecendo divinamente este petardo. A arte da capa a princípio não condiziria muito  com o estilo, mas se você prestar atenção nas letras que falam de suicídio e consumo excessivo de drogas e álcool, certamente fará todo sentido, e mais ainda ao casar a mensagem com o gótico, quando perceber que tem um anjo tentando tirar a garrafa da mão da moçoila... Outro momento que fará você se apaixonar por este álbum é em "Star-Crossed", que tem um riff de guitarra que por algum motivo me lembrou a atmosfera de "Wastland's Caress" presente em "Widow's Weed" do Tristania. Se perdeu a chance de ouvir este opus nestes 20 anos, não perca mais.

 

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