O terceiro trabalho dos holandeses do After Forever foi lançado em uma época em que o estilo estava bastante saturado, e os olhos não brilhavam mais ao presenciar lançamentos de álbuns com vocais líricos femininos e guturais. Talvez seja uma das razões para a vida relativamente curta desta grande banda, que surgiu de forma bombástica para o mundo pouco depois da explosão de bandas como Theatre of Tragedy e Tristania. Mas a grande verdade é que sua vocalista, Floor Jansen, cresceu mais que a banda frente as multidões, e neste álbum fica evidente que ela estava além de seus companheiros. Não que Sander Gommans e companhia não tivessem destaque, tudo é muito bem feito e caprichado em "Invisible Circles", mas quando os holofotes estão virados 90% do tempo para a bela e talentosa vocalista, todo o resto fica na penumbra, difícil de visualizar. Eu sempre preferi, neste estilo, vocais femininos angelicais, tristes e que causavam um frio na espinha, e os vocais mais sinfônicos nunca fizeram muito minha cabeça, portanto o trabalho do After que mais chamou minha atenção foi "Prison of Desire", e não fui um ouvinte assíduo do restante do material da banda, mesmo que houvessem amigos por perto sempre apresentando seus novos trabalhos. Algumas coisas aqui chamam atenção, como aquele diálogo em "Between Love And Fire", que fugiu à regra e ficou bem teatral. A música "Digital Deceit" ganhou versão em vídeo, e é interessante ter a garotinha da capa do álbum contracenando, numa das faixas menos progressivas do álbum, que é conceitual, e aborda o tema do escapismo, no caso desta música, a fuga solitária para o mundo conectado, algo que só piorou com o tempo e as famosas redes sociais. Enfim, há bons momentos em "Invisible Circles", mesmo que ele não consiga soar extremo nos momentos em que tente ser, e o mais legal de tudo continua sendo a voz de Floor.
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