O quarto trabalho da banda irlandesa Cruachan começa mais metal que o álbum anterior, onde as coisas demoram um pouco para engrenar. A abertura com "Michael Collins", que idealiza um líder revolucionário irlandês, assassinado em 1922, traz referências folks balanceadas ao black metal, com vocais femininos e masculinos rasgados. Já a música "Pagan", que dá nome ao petardo, mostra uma banda crua em seus arranjos mais metal e bem cristalina nos arranjos folk, como se juntassem partes distintas de fitas cassetes perdidas no tempo de bandas diferentes. É proposital? Não sei, mas eu preferia que as partes mais extremas tivessem uma roupagem mais gorda, neste caso. Independente disso, "Pagan" é uma boa faixa, e só de começar com um canto gregoriano já ganhou muitos pontos. Não é genuíno, mas eu adoro. "The Gael" é uma faixa mais folk, onde a voz de Karen Gilligan ganha destaque, e as melodias são mais doces. "Ard Ri Na Heireann" tem uma pegada mais alegre e rock 'n roll, sem realmente ser, mas é aquele folk que conta uma história e foi feito para ser apresentado em uma taberna com muita cerveja rolando. O álbum tem 4 canções instrumentais, que reforçam a veia folclórica irlandesa, onde encontramos instrumentos de todos os tipos, como violinos, violoncelos, flauta e outros que eu não saberia nomear. Pra quem curte esta veia vale ainda ressaltar a música "Some Say The Devil Is Dead", uma releitura para a criação de uma banda de música tradicional irlandesa chamada "Wolf Tones", que ficou bem legal. A arte da capa é bela e novamente traz tons verdes enfatizando o lado da natureza que a banda preza, além de ser a primeira cor da bandeira de seu país. O Cruachan não é uma banda que agrada qualquer fã de metal, isso é bem certo, mas aquela parcela que gosta de uma mistura feita com zelo, e às vezes, exagero, certamente gostará de "Pagan", mesmo que seja para ouvir esporadicamente.
Nenhum comentário:
Postar um comentário