Prophecy é o quarto trabalho do Soulfly e sugere uma mudança de estilo, não muito brusca é verdade, mas se aproximando mais daquilo que sempre esperamos de Max Cavalera. Groove, Thrash e Death metal incorporados. Não que este trabalho seja o amanhecer dos deuses, existe ainda uma boa quantidade de atabaques, influências folclóricas e a degradação Nu Metal, mas até então é o álbum mais digerível da banda, isso é claro, na visão de quem aprendeu a ouvir metal com Bestial Devastation e Morbid Visions debaixo do braço. Temos bons riffs, o que não pode faltar num álbum do guitarrista, e bastante raiva nas cordas vocais, afinal é Max berrando, então, pontos positivos. O início com a faixa título é certeiro, sem espaço para invencionices, uma música agressiva, com groove e direta. já "Living Sacrifice" é uma composição mais trabalhada, com algumas incorporações mais acústicas, porém sem carregar demais, e mesmo que você não curta estas passagens mais zen, o percentual pesado compensa muito. "Execution Style" e "Defeat U" são duas pauladas post thrash muito diretas, com letras e durações curtas, e poderiam estar em um álbum do Cavalera Conspiracy. Já "Mars" tem uma passagem acústica com berimbau que ficou bem interessante. "I Believe" talvez seja a música que mais lembra o estilo "miscelânico" do Soufly, com muitas partes acústicas apresentando vozes limpas, enquanto "Moses" é assustadoramente um negócio reggae, com intercessões extremas. Certamente você não vai bater cabeça ouvindo essa música, e ela me faz pensar se essas ideias realmente saem da cabeça do Max ou tem alguém por trás incentivando essas maluquices. Não que não seja válido, a música fica até legal quando entra a pancadaria, e outras bandas fazem isso, como o Obituary misturando death metal com rap em "Bullituary" do Back From the Dead, que ficou fudido, mas é que conhecendo o jeito "tosco" no bom sentido, do Max, não enxergo nele essas ideias extremas de junções. "Born Again Anarchist" te confunde, pois a letra e a agressividade parecem uma ode ao retorno às raízes da anarquia política, mas logo ela cai numa levada viajante, quebrando o clima feroz. "Porrada", cantada em português e com riffs no melhor estilo Ratos de Porão surpreende, tem uma veia punk e um solo de guitarra melódico sensacional. O final de Prophecy traz 1 cover para a melhor música do grupo alternativo Helmet, a ótima "Meantime" que ouvi demais em época de MTV, "Wings/Mars Na Drinu", com uma marcha da Sérvia composta durante a 1ª grande guerra, e a instrumental "Soulfly IV". Os ventos da mudança soprando pro lado certo.
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