sábado, 31 de agosto de 2024

20 anos de Evilwar do Evilwar!!!


Depois de um início perfeito com o clássico "Unholy March" de 2001, os seres blasfemos de Curitiba intitulados Evilwar voltavam à guerra espiritual com mais um opus forjado no metal negro, o poderoso autointitulado "Evilwar" de 2004. Com uma arte de capa privilegiando o logo da banda e suas armas de combate, e um belo e diferenciado encarte, onde as páginas do meio se abrem em 4 painéis com as fotos dos integrantes caracterizados como pede o estilo. Uma mudança radical foi a troca dos dois guitarristas Haborym e Azarack (que voltaria ao Murder Rape) por Halphas. Há uma diferença no som também, uma vez que o debut era aquele black metal que pendia para o death constantemente, enquanto nesta bolacha negra a regra é mais black. Lançado novamente pela Somber Music, a arte ainda mostra o mesmo escudo presente no primeiro álbum, mas agora bem flagelado, com marcas de sangue e danificado por espadas, como se a banda já houvesse vencido a primeira batalha, mas com muita violência envolvida. Com quase 40 minutos de duração, o petardo nos brinda com 9 hinos de guerra. O vocalista Sabatan ainda rosna gutural, mas os rasgados estão bem mais presentes. O som é rápido e brutal, mas sempre tem espaço para alguma passagem mais cadenciada, com os instrumentos alternando momentos intercalados de raiva e agressão. Mais uma vez temos o finado baterista Ichthys Niger destruindo seu kit, com técnica e ferocidade. Talvez minha faixa favorita seja "Damned The Week", música rápida, com vocais rasgados, guitarras pesadas, pedais duplos na alta. Já "Kill, Blaspheme, Desire to Destroy", tem um dos riffs mais legais do álbum, logo de início, e é uma das faixas com mais mudanças de andamento, todos bem velozes. As demais faixas são "Prelude of Destruction", "Evilwar", "Miserable", "Dark Face of Evil", Unholy War", Insatiable Souls Hunter" e "Christians Nightmare". 

 

domingo, 25 de agosto de 2024

20 anos de Warkult do Malevolent Creation!!!


Durante muitos anos o 9º álbum do Malevolent Creation, "Warkult", esteve em minha coleção, porém sem o devido reconhecimento de minha parte. Desde sempre um fã de música extrema, com o death metal sendo um de seus maiores representantes, não sabia explicar exatamente porque este trabalho não enchia meus olhos, o que fez com que eu não buscasse ouvir outros trabalhos da banda, deixando de lado por muito tempo, inclusive, as duas pérolas inicias dos caras. Ok, hoje eu consigo enxergar aquilo que me afastava de "Warkult", e sabendo disso, consigo dar muito mais valor a este trabalho dos americanos. A produção. O responsável por ela foi Jean-François Dagenais, o guitarrista canadense do Kataklysm, e que já produziu e masterizou muitas outras obras, mas sem nenhum destaque especial. Acredito que as guitarras estejam um pouco crocantes demais (usando um termo que usam lá fora e não gosto muito, mas que deve explicar bem este sentimento). Mas isso é tudo de negativo em se tratando de produção, algo que para você talvez nem seja nenhum problema, porque no mais, está tudo normal, muito peso e instrumentos facilmente identificáveis, bateria (inclua pratos) bem na cara e vocais também. Não há nada de errado com as músicas, que realmente são ótimas. Se você pegar as duas primeiras, "Dead March" que me recuso a tratar apenas como uma intro, de tão pesada e malévola, e a ótima "Preemptive Strike", com aquela melodia destoante e perfeita em seu desenrolar. Só estas duas já valem o petardo. Mas "Warkult" não se resume a elas, faixas poderosas como a dupla em sequência "Captured" e "Merciless" irão te pegar de jeito. "On Grounds of Battle" com seu andamento mais lento te recordará imediatamente ao Deicide, mas isso não é problema, já que estamos na mesma cena da Flórida. "Tyranic Opression" nos brinda com várias mudanças brutais de andamento, dos blast beats a riffs exclusivos para headbanging. Os guitarristas Phil Fasciana (fundador) e Rob Barret (Cannibal Corpse) são os pilares neste álbum do Malevolent Creation, e se as guitarras tivessem um som um pouco mais "liso", Warkult seria um trabalho bem melhor reconhecido. O baterista Dave Culross também deve ser mencionado, com todas as viradas e a brutalidade com que socou seu kit de bateria. Completam o time o baixista Gordon Simms e o vocalista Kyle Simons, muitas vezes questionado por ser o sucessor da lenda Brett Hoffmann (falecido em 2018). O petardo fecha com a ótima versão para "Jack The Ripper" da banda australiana Hobbs Angel of Death.

 

20 anos de Sworn Allegiance do Unleashed.


Lançado em 2004, a sétima obra dos suecos do Unleashed veio para solidificar um retorno ao bom metal da banda, uma vez que sua obra anterior, "Hell 's Unleashed", mesmo com toda boa vontade do mundo, e dentre todos os problemas pelo qual o death metal passou (leia a resenha do álbum anterior em nosso blog para entender), não foi o álbum definitivo para reconquistar o casamento da banda com seus fãs. Mas o novo opus, cujo título indica  juramento da fidelidade, então podemos dizer que de alguma forma, eles indicavam um reatamento de relações junto aos fãs. Se conseguiu, só você, fã de longa data da banda poderá responder. Por mim, considero "Sworn Allegiance" um trabalho melhor que seu antecessor. É um play mais fiel ao death metal também, com os rosnados característicos de Johnny Hedlund voltando um pouco à velha forma, mas nem tão guturais assim. De cara, a música "Winterland" já mostra uma banda revigorada, com andamentos rápidos que só escorrem pro "slow" na hora do solo de guitarra, com bons riffs, porém com um som agudo de guitarra durante boa parte da música que faria um enorme bem à humanidade simplesmente se não existisse. "Destruction (of the Human Race)" é uma ótima música, aquele riff cavalgado com acompanhamento eletrizante da bateria de Anders Schultz é sensacional. Aos poucos você vai percebendo os prós e contras do trabalho, e logo nessa música podemos citar os solos de guitarra e riffs, como super positivos, ponto para Tomas Olsson e Fredrik Folkare (que também produziu a bolacha), e a produção também é um ponto forte, deixando tudo muito audível, e ainda assim com as guitarras com um bom percentual de sujeira, mesmo que no limite inferior da barra de medição. Ponto negativo para as letras bobas e frases muito repetitivas nas músicas, coisa que você pode comprovar na faixa "Only the Dead" como principal exemplo. "The Longships are Coming" é outra faixa muito boa, mas que parece que Hedlund ficou com preguiça de escrever a letra e preferiu ficar repetindo exaustivamente seu refrão. Você acaba acreditando que a porra dos navios estão chegando mesmo, e fica parecendo aqueles malucos com um bíblia no centro da cidade gritando "Deus está voltando!" Ok, podemos desconsiderar a parte lírica, mas tampar os ouvidos às repetições é quase impossível. Mas ao menos são estes os poucos defeitos de "Sworn Allegiance", aliado ao som estranho vez ou outra das guitarras, como mencionei na primeira faixa. A capa traz em destaque o Mjolnir, com o fundo marrom e o logo sensacional da banda que tem o poder de aumentar a nota para qualquer arte. Um destaque que não posso deixar passar é a melodia quase oriental de guitarras na música "To Miklagard", dando um toque totalmente diferente do usual da banda. Unleashed mostrou que ainda tinha lenha pra queimar e o death metal agradeceu. 

 

domingo, 18 de agosto de 2024

20 anos de Serpent's Embrace do Agathodaimon!!!


Agathodaimon é, com certeza, uma de minhas bandas favoritas daqueles lados da Europa. Seu primeiro álbum, o imperdível "Blacken the Angel" foi, durante anos, meu álbum mais bem protegido da coleção. O material da banda é, de alguma forma, bem difícil de conseguir aqui no Brasil, mas este "Serpent's Embrace", sua quarta obra, ainda é facilmente encontrado por aí, um lançamento da Nuclear Blast. Com uma capa azul, cor que a banda adotou como principal em suas obras, a edição brasileira, que infelizmente tenho em mãos, apresenta uma das falhas mais bizarras da história de um álbum normal. Digo normal porque em relançamentos, principalmente lá pelas bandas da Argentina, acabam trocando a ordem das músicas ou informando bônus que não existem, mas neste caso, surrupiaram uma música do tracklist. Porém ela está creditada no encarte e na contra capa, fazendo com que ao olhar no mostrador de seu aparelho, a partir da terceira faixa, todos os títulos estão errados em relação à posição da música que você está ouvindo, pois a música 3, "Rebirth", simplesmente não existe nesta versão. É uma música de andamentos mais lentos e apresenta vocais guturais, junto ao vocal já conhecido e rasgado de Akaias. Mais um motivo pra deixar qualquer um fulo da vida. Insatisfação registrada, vamos ao trabalho que, em minha opinião, é o registro menos inspirado da carreira do Agathodaimon. A maioria das faixas carrega a estrutura das músicas do álbum anterior, o fantástico "Chapter III", porém sem a mesma pegada, a mesma raiva, ou a mesma beleza nos vocais limpos de outrora. "Cellos For The Insatiable" abre com estes elementos, mas já percebemos um teclado dando um toque mais melódico ao som, e o álbum segue este padrão de ser aquele que mais se aproximou do melodic death na discografia. A questão é que houve uma troca nos teclados, quando a banda perdeu Christine Schulte e ganhou Felix Walzer. A faixa título apresenta ainda mais melodias, com as góticas vozes limpas, nada que já não fosse bem explorado anteriormente, porém agora Sathonys, o guitarrista dono das vozes limpas, não está cantando de forma tão triste como antes. A próxima faixa, "Light Reborn" começa de forma pesada, lembrando até alguns dos momentos mais nervosos da banda, mas tem um dos refrãos mais melosos do álbum, além de apresentar alguns sintetizadores que, se ouvidos com muita atenção, acabam incomodando um pouco, mas nada que possa levar você, que não se considera um troozão, a chamá-los de eletrônicos. Já "Faded Years" lembra de verdade a aura do primeiro álbum, com aqueles vocais mais malévolos e uma guitarra a la "Ribbons/Requiem" que fecha o debut, mas logo vem aquela voz sem vida que Shagrat começou a usar no "Puritanical" e outro refrão meloso. "Solitude" é a faixa que destoa das demais, com teclados, batidas  e vocais femininos, a cargo da convidada Ruth Knepel (não a Ruth que cantou no Anathema), que é até legal, apesar de alguns fãs não acharem assim. "Limbs of A Stare" é a música mais brutal do play, e possui aquele sentimento vampírico do segundo álbum, "Higher Art of Rebellion", e também tem alguns grunhidos guturais, a exemplo de "Rebirth". A melhor faixa do álbum, que segue com "The Darkness Inside" com riffs a la "In Flames", a pesada "Bitter End" e "Feelings". 

 

sábado, 17 de agosto de 2024

20 anos de Inferno do Motörhead!!!


E o saudoso Motörhead chegava a seu 18º trabalho de estúdio (😨) em 2004 com o singelo e simples nome "Inferno". Joe Petagno novamente criando uma arte sensacional, com a cabeça do mascote carregada de correntes e chamas em 3 direções diferentes e pessoas, aparentemente em posição de guerra se virando na parte de baixo. O trabalho começa com uma faixa bem pesada, a ótima "Terminal Show", onde o trabalho de guitarras de Phil Campbell está bem timbrado pra cascalho, quase um thrash. "Killers" vem bem suja na sequência com alguns "stop and go" meio tímidos e logo em seguida o grande destaque do trabalho "In The Name of Tragedy", que música sensacional, senhoras e senhores, trabalho perfeito do trio e mais um ótimo ataque de Lemmy. "Suicide" não tem lá nenhum diferencial britânico mas serve para manter a bolacha quente, enquanto "Life's A Bitch" é bem mais rock 'n roll, naquela vibração típica da banda, além de ter dois solos de guitarra legais. E por falar em solo de guitarra, a exemplo da pancada faixa de abertura, em "Down On Me" temos um solo violento de ninguém menos que Steve Vai, convidado de peso para o Inferno!!! "In The Black" é uma música que fará a alegria da galera que curte muito a fase com 4 membros (inclua-me) com riffs pesados e o acréscimo de vozes no refrão, uma música que não muda muito e segue reta como um tanque de guerra, com Mikkey Dee socando seu kit sem dó. "Fight" tem uma veia speed, embora Lemmy não cante mais na velocidade de adolescente, enquanto "In The Year of the Wolf" é aquela música perfeita pra 4 caras barbados cantarem juntos no veículo em uma autoestrada, com uma guitarra gorda sensacional. E você que gosta de um rock sujo nacional como o dos Velhas Virgens, "Keys to the Kingdom" é a faixa ideal para você. Pra fechar a bolacha temos a enérgica "Smiling Like a Killer", quando você achava que o fôlego da trupe já tinha acabado e "Whorehouse Blues", com Lemmy tocando gaita e direito a vídeo clipe oficial cheio de belas garotas! Motörhead é Motörhead!

 

domingo, 11 de agosto de 2024

20 anos de Lichtgestalten do Vanitas!!!


O derradeiro trabalho da banda austríaca Vanitas, Lichttalten, de 2004, começa muito mais energético que seu antecessor, e os vocais de Andreas Schärfinger bem mais na cara, com aquele gutural muito mais aberto e inteligível, em alemão, como de costume. O som na faixa em questão, "Endlosschleife" está mais acelerado, deixando a banda muito mais próxima do death metal do que daquele gothic doom anterior. Na sequência "Lebenslauf" mantém o ritmo e percebemos que a vocalista Maria Dorn continua fazendo um papel secundário, cantando em coral nos refrãos, junto a outros músicos. Temos uma passagem épica nesta faixa, muito bonita, aliás, violinos e celos permeiam o trabalho em vários momentos. "Tausende Quadrate" resgata a sonoridade mais antiga, com vocais mais guturais e andamento mais lento, mesmo que o baterista Marcus Rechberger continue soltando o braço. 'Sammelleidenschaft" apresenta riffs pesados de guitarra e um peso excelente. Vemos que a banda se soltou muito mais neste trabalho, fazendo um som até mais moderno que o anterior, melhor produzido, saindo daquele nicho de "A Bela e a Fera" em que se encontrava, um som muito mais na linha dos alemães do Crematory em seus melhores momentos, ou até mesmo o Amorphis e Cruachan, com guitarras carregadas de melodia, passagens épicas com teclados muito presentes, como ouvimos em "Missverstanden", e vocais guturais, e um levíssimo toque folk. Se você é alguém como eu, que não entende absolutamente nada de alemão, mas acha muito legal quando uma banda deste estilo canta nesta língua, que soa mais sinistra que muitas outras, vale a pena pegar algumas letras deste álbum e jogar no google tradutor. Podem ser bem subjetivas, mas têm conteúdo, seja falando de temas mais ocultos como reencarnação ou algo mais tradicional como algum jogo (Kontrollverlust). Eu gosto muito do álbum anterior, "Der Schatten Einer Existenz", e seu gothic doom pesado, mas o peso de várias tendências misturadas neste trabalho também me deixou muito satisfeito. Uma banda de vida curta que ainda tinha muito a oferecer.  

 

20 anos de The Book of Heavy Metal do Dream Evil!!!


O Dream Evil da Suécia lançou seu primeiro trabalho em 2002, "Dragonslayer", com a faixa de abertura "Chasing The Dragon" de ponto alto e a única que realmente me traz alguma lembrança daquele álbum. No ano seguinte lançaram o excelente "Evilized", com o power metal muito mais evidente e muitas músicas sensacionais, mesmo que letras como a de "Made of Metal" sejam um pouco forçadas, mas traz bom humor a nossos dias difíceis. Mas parece que "The Book of Heavy Metal" sofre do mesmo estigma do debut. A faixa título, desde que foi lançada, é um hino do heavy metal moderno, com suas mdanças de andamento e um ótimo trabalho vocal de Niklas Isfeldt, mandando agudos impressionantes. A construção da música mostra uma preocupação em forjar algo pra ficar na memória dos metalheads. Já as duas faixas seguintes não são nenhum destaque, "Into the Moonlight" e "The Sledge", poderiam ter colocado no lugar delas a quarta faixa, "No Way", que mesmo não sendo aquele primor, em determinado momento parece que temos Ozzy cantando como convidado. "Cruzaders' Anthem" é uma balada, como sempre colocam umas 2 em cada álbum, e ela mostra a beleza da voz de Niklas mas não traz nenhum atrativo mais envolvente em seu instrumental. "Let's Make Rock", como o título entrega, vem numa veia mais hard rock e cumpre bem o seu papel, apesar de você ter colocado este álbum para ouvir um bom heavy metal. O guitarrista Gus G. é muito bom, não é a toa que tocou com Ozzy um tempo, mas neste período ele estava envolvido em 1.000 projetos diferentes, mas parece que o sucesso do Firewind ofuscou um pouco sua participação em outras bandas, inclusive no Dream Evil, fato é que esta foi sua última participação na banda, ao lado de Fredrik Nordström, que continua até hoje. "Tired" é uma música legal, com andamento lento, assim como "Chosen Twice", músicas que mostram a banda muito mais preocupada com um som mais épico do que raivoso. Aliás, "Chosen Twice" é bem legal pra você colocar na sua playlist pra ouvir no carro, ao lado de músicas de Bon Jovi e companhia. O play segue com a forte M.O.M. com o coro masculino dando um up no refrão, "The Mirror", "Only For The Night", mais uma para evidenciar os bons vocais e "Unbreakable Chain", mais uma canção de ninar, que não é ruim, mas que pesa no lado clean da balança, fazendo de "The Book of Heavy Metal"  um livro de baladas.
 

domingo, 4 de agosto de 2024

20 anos de How Innocence Dies do Avec Tristesse!!!


Que prazer em ter a oportunidade de resenhar este álbum magnífico do Avec Tristesse do Rio de Janeiro, uma vez que já resenhei o álbum anterior e o posterior a esse que, em minha opinião, é o melhor da banda, e um dos melhores do gênero darkdoom do Brasil. Com uma capa belíssima (na impressão do CD que tenho em mãos estes olhos não estão tão azuis), e um encarte bem trabalhado, com fotos dos 3 membros em situações corriqueiras, além de algumas outras que se relacionam com a temática do trabalho, "How Innocence Dies" foi lançado pela Hellion e gravado pelos músicos Nathan Thrall (bateria e vocais), Pedro Salles (vocais, guitarras e teclados) e Rafael Gama (baixo) e pode se dizer que trata-se de um álbum conceitual. As nuances e sonorizações, quando ouvidas com a devida atenção entrega muito do que as letras falam, e algumas cenas são criadas automaticamente em nossa mente no decorrer das faixas. Classificada como uma banda de progressivo, mesmo que muito de seu som se encaixe nisso, não podemos deixar que este gênero prenda o Avec Tristesse, uma vez que influências de doom, melodic death e black metal estão por toda parte da obra. A introdução "I Am But One" já ganha o ouvinte, pois tem uma beleza mórbida sensacional, remetendo ao som praticado por bandas como Silent Cry e Eternal Sorrow, mesmo que carregue vocais masculinos limpos como diferencial. Já "All Love Is Gone" chega acelerada e tem sua base no black metal, com teclados fazendo fundo e mudança de andamento, partindo para uma passagem extremamente doom, onde o vocais falados lembram algo que o Draconian da Suécia faria no ano seguinte em seu poderoso "Arcane Rain Feel". "A View of the End" é um dos melhores momentos do trabalho, mesmo ele sendo muito homogênio, mas esta canção tem seu lugar especial em minhas escolhas, com melodias ricas naquela veia de black metal melódico de países como a Finlândia. A gravação deste trabalho é perfeita, com todos os instrumentos em harmonia, inclusive o baixo (ouça a longa "Escapism"). O álbum, como já devem ter percebido, não agrada apenas os amantes da morbidez. Se pegar uma música como "Lost In Your Complexity", certamente fará a alegria do metal extremo, com uma agressividade bem acima de tudo mais no trabalho. Enfim, a única tristeza é saber que enquanto esta obra riquíssima de nosso metal completa 20 anos, a banda não está na ativa, mesmo que aparentemente dando um tempo. Que lembranças como esta resenha do Metal e Loucuras sirvam para encorajar Nathan e companhia a reativar o Avec Tristesse, ainda mais em um momento em que este estilo de metal deprê nunca esteve tão em voga em nosso território.