segunda-feira, 7 de abril de 2025

20 anos de (N) Utopia do Graveworm!!!


O Graveworm da Itália chegava a seu 5º lançamento em 2005, intitulado (N) Utopia e mais uma vez no cast da Nuclear Blast. Com uma bela arte de capa, em tons azuis e uma estátua de anjo em meio a um cemitério debaixo d'água e algumas embarcações quase no horizonte, a arte passa uma sensação de paz melancólica. Mas o que ouvimos quando "I, The Machine" abre o trabalho, é uma banda raivosa, com uma bateria acelerada e pedais duplos, riffs pesados com teclados fazendo uma camada cheia de energia e vocais guturais e rasgados duelando entre si. Com uma abertura como essa, temos o jogo quase certamente ganho, e se você não conhece o Graveworm ainda e ouvir essa música, vai arriscar um chute em Agathodaimon com a participação de algum vocalista convidado fazendo os guturais, pois os rasgados você seria capaz de apostar sua casa que são do Akaias. Não que o vocalista Stefano Fiori tenha mudado muito sua forma de cantar com o passar dos anos, mas o casamento com o instrumental mais refinado do Graveworm neste álbum trouxe uma vida nova para eles. Ok que "Engraved In Black" já tenha apresentado esta veia mais sofisticada, mas ele soa um pouco mais enraizado no som black que os italianos faziam no início de carreira. Já (N) Utopia mergulhou de vez no gótico, porém blackned death gothic, por assim dizer e para ficar melhor esclarecido. A segunda faixa é, sem dúvida, uma das coisas mais lindas que a banda já compôs, a música que leva o nome do álbum vem num rítmo bem mais arrastado que a anterior, mas tem uma aura clássica atemporal, com o vocal gutural predominante e um som de guitarra perfeito, pesado e brutal. "Hateful Design" já traz um riff que poderia facilmente estar num álbum de death metal de uma banda como o Kataklysm. Os teclados de Sabine Mair também fazem um papel aterrador nesta música e o melhor é que você percebe que a música funcionaria sem eles, mas eles foram a cartada da vitória num jogo de poker entre bandidos armados e perigosos. "Never Enough" traz um pouco de vocais eletrônicos no início, mas nada suficiente para te assustar, afinal já devia ter percebido que não estamos falando de uma banda purista, mas com pé no chão. O petardo segue inteligentemente alternando entre faixas arrastadas como "Timeless" ou a energética "Outside Down". Em minha versão, temos um cover pra lá de surpreendente para "Losing My Religion" de 1991 da banda de rock americana R.E.M. que o Graveworm conseguiu transportar para seu estilo com muita competência, sem estragar a original. Indico (N) Utopia para quem não teve oportunidade de conhecê-lo nos últimos 20 anos, de olhos fechados. 

 

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