Se fizer um top 10 da discografia do Arch Enemy, "Doomsday Machine", sexto opus da banda sueca, ficará em terceiro. Isso é bem positivo em se tratando de gosto, mas se eu também disser que nenhum outro trabalho posterior superou este álbum, estamos quase alegando que "Doomsday" seja a última grande obra do Arch Enemy. Há um pouco de verdade nisso, mas é também real que houveram sim belos trabalhos desde então, mas nenhum me fisgou com a mesma intensidade que estes trabalhos da época em que Angela Gossow esteve à frente do microfone. Pode ser apenas gosto pessoal, mas...
Com uma intro carregada de melodia e um estrondoso gancho de guitarra, "Enter the Machine" chega causando ótima impressão. "Taking Back My Soul" cumpre bem seu papel de música inicial e pós intro, com as características esperadas de uma banda de melodic death no mainstream. Vocais rasgados, peso, melodia e uma trilha fácil de lembrar. "Nemesis" é a música de trabalho e merece tal posto, a melhor do álbum, mesmo que com o passar dos anos ela soe comercial, se é que podemos chamar death metal de comercial. Gosto muito de "My Apocalipse", são bases pouco convencionais, onde Michael Amott toca como nos tempos de Carcass, levando uma base sem muita lógica nem melodia bonitinha, apenas metal incomodando, e bem feito. Bom citar "I Am Legend/Out For Blood", uma faixa diferenciada, com Daniel Erlandsson soltando a mão (e os pés) na bateria, além de melodias de guitarras criativas e enriquecedoras, além de seu riff principal bem direto. A penúltima música do álbum, "Machtkampf" é bem enérgica, beirando o thrash, e o começo da bateria lembra demais aquele início de "Territory" do Sepultura. Já a derradeira "Slaves of Yesterday" é bem trabalhada, tem um riff bem pesado e palhetadas abafadas, mas as melodias inseridas são bem interessantes, e o solo de guitarra também é uma viagem. Bela faixa para te pedir um novo play de todo o petardo. "Doomsday Machine" não se perde repetindo os trabalhos anteriores, ele segue o mesmo molde de "Anthems of Rebellion", mas não tem o mesmo brilho. Ele também não soa repetitivo, cada faixa tem mais ou menos criatividade que as outras, mas as suas particularidades não deixam o som enfadonho. Certamente foi um álbum pensado para grandes arenas.
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