sábado, 9 de agosto de 2014

XVI

O Miasthenia foi criado em Brasilia em 1994 e depois de demos e splits gravou em 2000 seu primeiro full length, lançado pela Somber Music que mais uma vez deu uma aula de arte gráfica, começando pela capa que tudo tem a ver com o lirismo da banda, acerca do paganismo e culturas obscuras latino americanas. A principal figura por trás da banda é a vocalista, tecladista e historiadora Hécate, que escreve as letras do Miasthenia com embasamento histórico. Após a abertura, com o prelúdio de tempos ruins que se aproximam da cultura pagã, vem a faixa título 'XVI' em referência ao século após o primeiro ano de descobrimento do Brasil, quando várias culturas começaram a ser dizimadas. As guitarras são tipicamente black metal, com distorção mas sem muito peso, acompanhadas constantemente pelos teclados. Hécate canta rasgado mas algumas frases aparecem com sua voz natural, como vemos em 'Lagrimones do Falcão'. Todas as músicas são em português, e 'De Volta ao reino de Paa-zuma' tem ótimas melodias, com guitarras mais arrastadas.
As músicas de 'XVI' são longas mas nem de perto chegam a ser enjoativas, são passagens que mudam constantemente e um dos pontos altos desta é o solo de Thormianak, que destoa do restante da canção de forma positiva, pois te leva a um outro ponto para depois retornar. Uma ótima canção. Já 'Rituais de Rebelião' tem passagens que lembram o antigo Suidakra. Uma música que demonstra que mesmo sendo o primeiro álbum completo o Miasthenia já estava preparado para invadir o mercado nacional com muita qualidade e bom gosto. Tem até uma passagem apenas no baixo de 'Mist' acompanhado da bateria de 'Miclantecutli' que mostra a qualidade dos músicos. 'Onde Sangram Pagãs Memórias', 'Brumas Xamônicas' e a instrumental e pesada 'Malquis Imortais' fecham este excelente trabalho. Depois do conhecido P.U.S. Brasilia nos brindava com mais uma grande banda de metal extremo com uma mulher em suas fileiras.

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