O Barathrum da Finlândia sempre foi uma banda underground, daquelas que os amantes do metal extremo veneram e os demais nunca chegaram a ouvir uma nota sequer, porém de alguma forma a Rock Brigade lançou no Brasil este que é o quinto trabalho da banda, fato que aumentou a quantidade de seguidores. Com as bases fincadas no Black Metal, porém naquele andamento próximo ao Doom, o que se convencionou a chamar de Dark Metal (alguém lembra do Bethlehem?) temos um álbum muito interessante de se ouvir, principalmente se você curte bandas como o Samael de início de carreira e Amen Corner de Curitiba. Após uma intro sinistra e pouco convencional para o estilo o trabalho começa com Dark Sorceress II (Winter Siege) que tem uma batida de bateria em sua entrada que parece uma marreta dando forma ao aço numa oficina. O andamento é de médio a rápido (sem metrancas, bem longe disso), vocais rasgados e uma passagem pesada a base de paletadas de guitarra que privilegia o som do baixo lá pela metade. Boundless Arts, apesar de ter alguns gritos bem malignos e que estão entre os melhores e mais agressivos do álbum, tem uns barulhos eletrônicos que causam arrepios (no pior sentido) e a sorte é que não passa dos 2 minutos. Beltane chega num andamento mais lento e traz guitarras que realmente lembram Samael da época do Worship Him, apesar do som aqui ser bem mais limpo e claro, um dos grandes momentos do álbum se seu negócio não for velocidade. Na sequência temos Helluva Agitator, e pra fazer um trocadilho infame podemos afirmar que o play ganha uma agitação extra aqui, gritos em coro, pedais duplos, riffs na melhor escola Venom que não ficam se repetindo sempre, uma grande faixa. Melancoly, Infinity, Agony vem para mostrar que a banda tem bala na agulha, uma música com suporte no baixo naquele estilo Dawn Patrol do Megadeth com vocais praticamente limpos e falados. Regent of Damnation imprime mais velocidade na sequência e tem um grande refrão que o vocalista Demonos Sova com certeza deve ter precisado dos backing vocals pra intercalar as frases, caso contrário teríamos que tirar o chapéu para tanto fôlego. Aliás todos os demais músicos fazem backing vocais no álbum, são eles G'thaur no baixo, Beast na bateria, e os guitarristas Warlord e Somnium que cometeu suicídio em 2003 quando fazia parte do Fintroll e já havia passado por Thy Serpent e Impaled Nazarene. Countess Erszebeth Nadasdy é outra faixa mais 'animada' que te faz bater cabeça enquanto Sacrilegium quebra o ritmo no começo mas que depois ganha velocidade, e em algumas partes o vocal de Sova fica bem parecido com o de Sucoth Benoth do Amen Corner. Saatana fecha o trabalho com riffs até alto astral para esse tipo de som, com um coral de (hey) bem próximo das bandas de Folk Metal. No geral Saatana é um álbum muito bom, que não mudou o mundo do metal extremo mas que garantiu e ainda garante ótimos momentos a seus fãs. Aumente o volume e quebre o pau.
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