sábado, 9 de fevereiro de 2019

20 anos de Same Difference do Entombed.


Você é fã de carteirinha de Death Metal? Amava até certo ponto as bandas Suecas que tiveram milhares de seguidores com suas guitarras de serra elétrica? Tem até na parede a arte de álbuns como Left Hand Path, Clandestine e Wolverine Blues? Ah, então você estava louco há 20 anos atrás quando o famoso álbum do cachorro apareceu por aí. Porque Same Difference não tem nada a ver com estes clássicos e o Entombed caía de boca e alma no 'para alguns' famigerado Death 'n Roll. E os cabelos devem ter caída da cabeça lá pela 4ª faixa Kick In The Head com algum tipo de Rap falado do meio ao final da faixa. Mas se tu nunca tinha ouvido os primórdios do Entombed e queria conhecer uma banda de Rock 'n Roll sujo você provavelmente deve ter curtido o play. Tudo bem que os puristas esperam sempre mais do mesmo, mas os músicos de mente aberta não se prendem a isso e fazem o que der na telha. Riscos à parte, pois na minha opinião é sempre melhor criar um novo projeto do que tentar se beneficiar de um nome consolidado para fazer outra coisa (imagine a Motorola vendendo motor de carro?!), o fato é que a maioria das bandas que se arriscaram no Death 'n Roll acabaram voltando para o Death Metal anos depois, como Gorefest, Carcass e o próprio Entombed. Mas temos aqui um álbum não muito difícil de ouvir (não pulei nenhuma faixa até agora e já estou na 7ª, What You Need, com uma veia Hard Core até). Addiction King abre bem o trabalho com velocidade e os vocais de LG  Petrov gritados (não rasgados), o que não é de se assustar pois desde o EP Hollowman de 1993 o rapaz já dava mostras de que queria uma voz mais reconhecível e menos doentia. O balanço entre músicas mais rápidas e outras mais cadenciadas como a faixa título foi uma boa sacada pra deixar o álbum mais agradável. Não temos uma grande produção (já é um estigma da banda) mas nada desprezível, apenas o que o tipo de som pede. Destaque para as faixas The Day, The Earth, The Supreme Good e Smart Aleck, rápida e com um bom solo e vocais limpos muito bem colocados em seu final. Eu realmente sempre corri deste trabalho do Entombed, mas ouvindo-o agora não me fez torcer o nariz. Talvez os que o conheceram há 20 anos e deram as costas à banda devessem ouví-lo agora com ouvidos menos exigentes e mente mais aberta.

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