domingo, 13 de setembro de 2020

20 anos de Dead Heart In A Dead World do Nevermore

 


Sim, o melhor álbum do Nevermore está completando 20 anos exatamente hoje, dia 13 de setembro de 2020. E um detalhe muito simples faz de Dead Heart In A Dead World o mais eficiente da carreira dos americanos. Eles conseguiram criar um instrumental que casasse perfeitamente com a voz mais melódica de Warrel Dane, principalmente Jeff Loomis na guitarra, pois uma característica que sempre me incomodou na banda foi o instrumental ultra pesado, um Thrash Metal cheio de groove alinhado a um vocal melódico. Peso ainda temos aqui, mas na medida certa. Os riffs de "Narcosynthesis" falam por si só, mas as variações de "We Desintegrate" mostram que o caminho estava mais aberto à base de muita criatividade. Nesta faixa Warren ainda arrisca aqueles rasgados maravilhosos da época de Sanctuary e dá um tempero a mais, além do refrão melódico de muita competência. "Inside Four Walls" tem um riff na cara bem pesado, com o baixo de Jim Sheppard dando um tom bem moderno e sujo, ao passo que Van Williams construiu passagens muito técnicas na bateria. Darren faz uma voz mais contida nesta faixa mostrando que as adaptações para deixar o som do Nevermore mais agradável não partiu apenas dos instrumentistas. Bem, pode ser apenas uma questão de inspiração, mas o fato é que isto nunca faltou a seus músicos. E por falar em inspiração, que bela arte gráfica criada por Travis Smith acompanha o álbum, carregada de melancolia, o que cairia bem em qualquer play de Doom Metal. "Evolution 169" é outra faixa que chama a atenção por sua letra carregada de sentimentos e possíveis interpretações, aliás, este sempre foi um ponto alto do Nevermore. "The River Dragon Has Come" começa num dedilhado, mas logo ganha peso e uma ótima interpretação vocal, com um trabalho de guitarra fenomenal de Loomis, que mandou muito bem neste trabalho. Ponto para Andy Sneap que deixou tudo calibrado na medida certa para forjar este clássico. "The Heart Collector" é uma música mais melódica, cheia de passagens acústicas intercaladas a outras mais pesadas. O álbum segue com "Engines Of Hate" num ritmo mais acelerado, uma versão não muito empolgante (a não ser pela abertura e os riffs cavalgados) de "The Sound Of Silence" de Simon & Garfunkel, a arrastada "Insignificant" cheia de dedilhados no violão alertando para a poluição da natureza e então o ponto mais elevado do álbum, a balada pesada "Believe In Nothing" responsável por divulgar o trabalho através de um vídeo clipe. Uma música em que Warrel finalmente descarrega todos os seus sentimentos, quase chegando àquilo em que fez em Dreaming Neon Black. A faixa título encerra o álbum com bastante melodia em seu início mas para felicidade geral de todas as criaturas noturnas no fundo da caverna logo entra aquele peso obsceno para que não fiquemos com a sensação que o trabalho começou furioso e terminou sem luta, com uma flecha enterrada no peito. Balancear é fundamental!

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