sábado, 19 de setembro de 2020

20 anos de The Knowing do Novembers Doom

 


Por coincidência na última resenha que fizemos, para Dead Heart do Nevermore, dissemos que a arte da capa criada por Travis Smith cairia bem em qualquer álbum de Doom Metal, e aqui estamos com The Knowing dos americanos do Novembers Doom, com uma arte diferente mas em que podemos perceber características pertinentes ao artista. O álbum começa com a quase instrumental "Awake" que serve de abertura para The Knowing (que traduzindo podemos chamar de O Conhecimento) e cai bem a uma banda que estava em seu terceiro álbum e conhecendo e descobrindo seu caminho próprio. "Harmony Divine" deixa isso bem claro, num início ultra pesado com os vocais guturais de Paul Kurh e um som que descamba para o progressivo em seu final. Mais uma vez a banda liderada por Kurh trazia um line up diferente, sendo o mais notável a ausência da vocalista Cathy Hejna, presente nos dois full lenghts anteriores. Neste play a banda preferiu as participações especiais de Sarah Wilson e Sophie Kopecky, desconhecidas no meio metálico. "Shadow Of Light" segue na mesma pegada da faixa anterior, e a instrumental "Intervene" serve de ponte para a demi-acústica "Silent Tomorrow" com vocais limpos. Os demais membros neste play foram os estreantes Joe Nunez na bateria e Larry Roberts no acréscimo da segunda guitarra, além do outro guitarrista e tecladista Eric Burnley e da baixista Mary Bielich que gravava seu terceiro e último trabalho com a banda. "In Faith" é uma grande música, mais enraizada no Death/Doom e uma ótima faixa com letra falando de fé e profecias. "Searching The Betrayal" traz mais uma das letras de Kurh e sua visão do amor sempre acompanhada de sentimentos como perda e tristeza, e é uma das faixas com vocal feminino, um vocal lindo por sinal. A próxima faixa é a longa, arrastada e sublime "Last God", onde também ouvimos uma narração feminina, e o duelo psicótico perturbador mental de um casal que enfrenta as dores de uma traição mesmo após a morte e os medos de um reencontro. "In Memories Past" é a típica música pra quem quer fugir da mesmice e se aventurar por caminhos irregulares, mesmo que os vocais limpos de Kurh sejam um dos melhores do álbum. "The Day I Return" inicia com uma melodia nos teclados que dá lugar a um belo arranjo de guitarras, com aquele peso absurdo que a banda sabe fazer acompanhada dos vocais ultra guturais e é outro grande momento do álbum. E "The Knowing", que foi lançado no mês que carrega seu nome, do ano 2000, fecha com a bela "Aura Blue" que começa bem calma e depois dos 3 minutos ganha um peso mediano e tem uma linda melodia de teclado em seus dois minutos finais. Bom álbum de uma nova força do Death/Doom há 20 anos, e que já é uma das maiores da atualidade. 

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