domingo, 20 de setembro de 2020

Ode Insone - A Origem da Agonia

 


Fã de Heavy Metal muitas vezes tem suas estranhezas, mas devem ser respeitadas. Falo em especial do fato de não gostar de ouvir música em plataformas digitais. E é justamente por isso que a resenha de A Origem da Agonia está saindo só agora, pois o álbum dos paraibanos acabou de sair no formato físico, apesar de no digital já estar com seus 9 meses. Inclusive já falamos bastante dele em entrevista ao ótimo vocalista Tiago Monteiro em abril. Mas a Tales From The Pit que está fazendo um excelente trabalho no Brasil, ao lado da Kaotic Records, ABC Terror, Totem e Manaós Distro, nos brindaram com este lançamento de alto nível e qualidade, para os amantes do Gothic/Doom se deleitarem sobre uma arte gráfica superior ao debut Relógio. A banda composta por Tiago, os guitarristas Mad Ferreira e Lucas Souza, o baixista Diego Nóbrega e o batera George Alexandria, continua compondo em português, o que deixa a audição ainda mais interessante. A faixa título abre o play com mais de 12 minutos de um som arrastado e muito bem trabalhado, e podemos sentir de cara que os vocais limpos estão mais presentes. Mas não se assustem os fãs de Death/Doom pois muitos guturais e rasgados permeiam toda a obra, fazendo do Ode Insone um grupo de muitas opções dentro do estilo em que trabalham. Pegue o início de "Entre Vermes Eu Respiro" por exemplo e vai notar as influências de Black Metal, ou no Gothic a bela e a fera na linda "Valsa dos Infelizes", em que Tiago faz um dueto com Amanda Lins, vocalista da banda Seeds Of Destiny que matou a pau, uma das melhores músicas da banda. Uma das surpresas do CD físico é a música "Autoquíria" que aparece duas vezes, uma versão normal e o bônus com participação especial de Alex Voorhees, do aclamado Imago Mortis, que deixou a música bem mais nervosa! Outra surpresa é a versão para "If Forever", música presente no álbum "To Welcome The Fade" de 2002 da banda Novembers Doom que ficou muito boa. Outras músicas deste belíssimo lançamento são "Ode à João Pessoa" em homenagem à terra natal da banda, que tem um riff bem pesado, "Pássaros" com sua beleza melancólica, seja nas melodias de guitarra, na participação feminina ou nos vocais limpos, grande momento do álbum, "Alvorecer", outra com características Death Metal e "Desespero" que tem um excelente instrumental pra bater cabeça. Ode Insone continua apresentando muita qualidade em sua música e mesmo que o debut Relógio já seja reconhecido como uma das melhores obras do Doom nacional, com certeza o tempo também colocará A Origem da Agonia neste patamar. Merece o carimbo do Metal e Loucuras.

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