domingo, 27 de março de 2022

20 anos de 1919 Eternal do Black Label Society!

 


Sabe quando uma banda parece estar dando o melhor de si e mesmo assim as músicas passam a sensação de que estava apenas tocando sem muita seriedade e sem querer reinventar a roda? Ok, pode ser estranho de se imaginar ou sentir isto, mas é exatamente o que sinto ao ouvir 1919 Eternal do Black Label Society que completa 20 anos neste mês de março de 2022. A capa bélica é quase um pôster socialista sem cores vermelhas e nada belo do ponto de vista artístico. O início com "Bleed For Me" é até interessante se não fossem barulhos intermitentes que devem ter algum termo técnico de guitarrista que o caracteriza mas que mais parece alguém (ou algum bicho) berrando, o que torna uma música mediana em chata, mas o solo de Zakk Wylde vale à pena. "Lords of Destruction" vem com um riff legal e com muito groove, e te lembra o Sepultura da fase Roots de imediato, apesar de ser repetido à exaustão. "Demise of Sanity" já não tenta emular nenhuma fórmula mais modernosa e por isso mesmo já se sai melhor, o que pode ser algo bizarro de se dizer, é como se o fantasma que deveria passar em branco fizesse mais barulho que os monstros enormes. O problema é que nas duas primeiras faixas você vê influência até de Rob Zombie, mas Zakk não tem a mesma pegada musical do maluco dos filmes de terror. "Bridge To Cross" é uma balada, que não pode faltar em um play do guitarrista, e é bem suave e cumpre bem seu papel. Tocando pela primeira vez no BLS, o baterista Craig Nunenmacher fez o feijão com arroz, uma ou outra vez com um pouco de carne por cima, mas não desapontou, dentro da proposta. Sua pegada com certeza é mais pesada no Crowbar. Christian Werr também ajudou nas baquetas em três faixas e Robert Trujillo no baixo em duas. Acho que apenas para atrair mais atenção para o álbum pois o próprio Zakk toca baixo em todas as outras músicas, e não é o instrumento mais audível do álbum. Você ainda pode gostar do groove dos riffs de "Graveyard Disciples" ou da pegada White Zombie de "Genocide Junkies" que poderá alegrar aquele churrasco de domingo à tarde com seus amigos, mas ouvir 1919 Eternal em seu quarto prestando atenção nos detalhes, seria um pouco demais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário