O quarto álbum dos alemães do Primal Fear já está completando 20 anos, sinal de que você que acha que conheceu a banda há pouco tempo, está ficando velho. Não há muitas novidades em relação à trinca anterior. A formação é a mesma do clássico Nuclear Fire, com Ralf Scheepers nos vocais, Stefan Leibing e Henny Wolter nas guitarras, Mat Sinner no baixo e Klaus Sperling na bateria. A arte da capa, talvez por influência do título do álbum, mudou para tons azuis e preto, saindo daquela linha de laranja/vermelho, e ficou muito bonita. No instrumental temos aquele heavy metal tradicional, com muitas variações power metal e principalmente speed metal. A base do Primal Fear está nos riffs de guitarra, e são eles que direcionam as músicas, então estamos falando da essência de nosso estilo musical. Você encontra músicas mais quebradas como "Mind Control" ou mais diretas como "Fear", mas sabe que cada nota esbanjará heavy metal. Ouvindo "Black Sun" já bate uma vontade de ouvir na sequência os clássicos de Accept e Helloween, além de Hammerfall, Iron Maiden (sim, tem algo na dupla de guitarristas que remete a algo dos anos 80 da donzela) e alguma coisa com Tim Ripper nos vocais. É uma celebração à boa música que você encontrará em quase 60 minutos de Black Sun. Ralf consegue tons mais contidos em faixas como "Magic Eye" e esgoela estratosfericamente em "Lightyears From Home", esta pra mim, a melhor do disco. Um álbum que manteve o Primal Fear em alto estilo e só serviu para aumentar a base de fãs ao redor do mundo.
sexta-feira, 29 de abril de 2022
quarta-feira, 27 de abril de 2022
20 anos de Angelgrinder do Lord Belial!!!
Outro grande álbum que completa 20 anos neste mês de abril é Angelgrinder da banda sueca Lord Belial. Conheci a banda através deste álbum quando foi lançado pela Hellion Records no Brasil em 2002 e fiquei surpreso com a brutalidade do trabalho. Angelgrinder é o quarto full da banda e marca uma mudança, pois incorpora mais agressividade ao black metal praticado pelos músicos, fundindo o metal negro ao detah metal extremo, através de riffs destruidores. A temática continua chifruda, mas o visual da banda está mais old school, como bárbaros da carnificina em meio a ossos sangrentos e armas cortantes, e a arte lembra o Inferno de Dante. Formada por Thomas Backelin nos vocais e guitarra, Fredrik Wester na guitarra, Andres Backelin no baixo e piano e Micke Backelin (seriam 03 irmãos?), após uma intro eles apresentam a faixa título que começa bem rápida mas muda para algo mais acústico e bem bonito, voltando à pancadaria em seguida. Já "Satan Divine" é uma ótima regravação original no primeiro álbum da banda, o "Kiss the Goat", cheia de mudanças de andamentos e um dos melhores momentos do trabalho. "Burn the Kingdom of Christ" é um tanque de guerra desgovernado onde Thomas vocifera com mais ódio que o normal, enquanto "Unrelenting Scourge of War" é a típica faixa épica, presente na maioria dos artefatos do estilo, com um belo riff repetido à exaustão, duração próxima dos 9 minutos, algum instrumento atípico para incrementar (neste caso a flauta), uma bela passagem mais calma com leve incursão de teclados e a tendência de sempre fazer com que você sinta vontade de ouvi-la de novo e de novo. Uma faixa chamada "Purify Sweden" aparentemente foi limada do álbum pela gravadora No Fashion Records, talvez para evitar equivocadas acusações racistas (a palavra purify sempre causa este tipo de problema) ou para evitar retaliações religiosas, mas a banda a lançou num single no ano seguinte. A produção de Angelgrinder foi de Andy LaRocque (guitarrista do King Diamond) e a versão nacional tem 2 covers sensacionais, um para "Massacre" dos mestres do Bathory e outra para "The Trooper" do Iron Maiden que ficou uma desgraceira impiedosa. Álbum excepcional!
sábado, 16 de abril de 2022
20 anos de Hammered do Motörhead!!!
Mais um capítulo da carreira do Motörhead foi escrita por Lemmy, Phil e Dee, com Hammered, 17º álbum de estúdio de uma das bandas com mais registros na carreira do Heavy Metal. Ele abre com "Walk a Crooked Mile", e com um riff robusto e forte, contrastando com uma pegada mais rock 'n roll e numa batida constante e contida, o mesmo podemos dizer de "Down To Line" na sequência. Os rapazes (?) aceleram um pouco mais em "Brave New World" com aquele som de baixo encaracolado ao qual já estamos acostumados de Lemmy. A arte da capa é simples mas de uma beleza bastante eficiente, com as cores dourada e preta, que juntas quase sempre são jogo ganho, e o mascote Snaggletooth em forma de brasão militar. E por falar em militar temos a "Voices From The War" que apresenta uma parte narrada e uma letra bem interessante sobre o destino daqueles que morreram nas guerras, uma bela canção. Já "Mine All Mine" volta na pegada rock com vibração pra cima, daquelas que você pode rolar num churrasco com os amigos no sábado à tarde, além de ter um solo de guitarra bem legal. "Shut Your Mouth" mantém o trabalho interessante enquanto ""Kill The World" volta a apresentar um riff bem pesado e é um dos destaques do play, com suas paradinhas, belas viradas de Dee e outro grande solo de guitarra. E se você quiser pular a próxima faixa pensando que é uma balada chata porque ela se chama "Dr. Love" deveria rever seus conceitos sobre a banda que foi o Motörhead, pois em minha opinião esta seria a melhor música para abrir este trabalho. "No Remorse", que não é um cover do Metallica, vem carregada de sujeira e Lemmy alternando vocais graves e gritados. Se mesmo até agora você ainda sentia falta de uma pegada a la "Ace of Spades" sorria, este momento chegou com "Red Raw", pra você bater cabeça sem constrangimento, e Hammered fecha com a curta "Serial Killer", que é uma "outro" apenas, mas com uma letra estupidamente violenta. Motörhead sendo Motörhead!
terça-feira, 12 de abril de 2022
20 anos de Introspection do Myriads!!!
O segundo e até então último full dos noruegueses do Myriads, (a banda lançou uma demo em 2010) remonta a 2002, época em que o estilo A Bela e a Fera ainda era gigante pelo mundo afora. Lançado pela Napalm Records (Hellion no Brasil) o álbum Introspection trouxe alguns diferenciais interessantes para aquilo que estávamos acostumados a ouvir neste nicho. Você não ouvirá nenhum som bombástico e sinfônico, próximo a uma ópera nem corais mirabolantes. Já os teclados estão muito presentes, apesar de não darem a tônica principal à música do Myriads, pois temos muitas melodias cativantes de guitarras, num instrumental que segue num ritmo até bastante animado para o estilo, como podemos conferir na abertura com "Enigmatic Colors of the Night". A produção está bastante cristalina e você consegue absorver todas as nuances provocadas pelo quinteto. A grande sacada está nos vocais, bastante variados e para todos os gostos. Os rasgados próximos ao black metal do tecladista Mikael Stokdal, os guturais ou os belos vocais limpos do guitarrista Alexander Twiss e as vozes de Mona Skotenne, que consegue ser bastante aguda em alguns momentos e mais angelicais em outros. A verdade é que este é um dos álbuns de symphonic doom mais progressivos que vocè irá ouvir daquele período. Há momentos que podem arrancar lágrimas como a introdução da longa "Miserere Mei", com um sentimental dedilhado de violão e vocais limpos e sufocantes de Alexander. Além das qualidades vocálicas do grupo, eles ainda contam com mais 8 vocalistas convidados na faixa acústica "Inside" que ainda apresenta violinos e violoncelos e um coral que deu um up espectral à canção. O álbum é longo, em torno de 74 minutos, portanto se você não tem saco para o estilo, com certeza não será por ele que vai começar a curtir. Mas se sua praia for esta, e você ainda não deu a devida atenção a este trabalho, pode ouvir com calma e apreciar os elementos que diferenciam cada música, que certamente você o terá entre seus favoritos do estilo.
domingo, 3 de abril de 2022
20 anos de Waking The Fury do Annihilator!!!
O sempre prolífico Jeff Waters retornava em 2002 com o segundo álbum contando com as vozes de Joe Comeau, o "Waking the Fury", lançado pela Steamhammer. O álbum, gravado por Jeff, Comeau e Randy Black na bateria, mas que se apresenta como quinteto na capa, inicia o trabalho com a paulada "Ultra-Motion", uma música que, mesmo que não seja nenhuma maravilha, coloca um saco plástico em sua cabeça e te impede de respirar, e isso às vezes não é muito legal, principalmente se você sofre de asma ou qualquer outra doença respiratória. "Torn" vem na sequência numa velocidade que dá para apreciar melhor a paisagem, e a voz de Comeau está bem legal, apesar de algumas coisas feitas por Jeff nesta música me incomodarem um pouco, e te fazem lembrar que às vezes o simples é mais assertivo. Já "My Precious Lunatic Asylum" soa embolada, numa tentativa de incorporar novamente o industrial e repetir velhos erros. Ela até muda da metade pra frente e as partes que antecedem o solo são bem legais, mas poderiam ter sido gravadas de forma mais orgânica, que seriam bem mais legais. O solo, só pra constar, é excelente. "Striker" é uma música legal, quando ela rola você pensa que poderia ser a faixa de abertura, mas os riffs novamente vão minando sua paciência. Não que sejam ruins, não tive oportunidade de ouvir esta música ao vivo e acredito que ela deva detonar, mas a produção do próprio Jeff Waters deixou o som parecido com o de um vídeo game. Uma das melhores faixas deste álbum é "Ritual", se você não conhece o álbum e for lá no YouTube agora e ouvir esta música, certamente vai querer ouvir outras, mas não condene esta resenha sem realmente ouvir o restante. "Ritual" fala da dependência de drogas de forma interessante comparando a uma religião, poderia ser uma ideia melhor desenvolvida pois é uma letra muito resumida. Podemos destacar ainda "The Blackest Day" com uma pegada mais próxima dos velhos tempos da banda, "Nothing To Me" que soa como um filho bastardo de W.A.S.P. e Motley Crue, e mesmo destoando do restante do trabalho, ainda é bem legal, e a pegada quase hard core de "Cold Blooded". Não é um clássico, mas tem seus momentos interessantes.
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