Natural Born Chaos dos suecos do Soilwork é, muitas vezes, citado como o ápice da carreira da banda. Com uma simples, porém bela arte, onde alguém grita com borboletas saindo da garganta, arte predominantemente branca, cor contrária aos princípios básicos do heavy metal, que é o preto, pode se imaginar que a banda já pretendia cravar algo na contramão das imposições. Sendo uma banda que nasceu no berço do death melódico, a introdução frenética de vocais limpos em seu som já faz com que apaixonados do estilo ouvissem com mais atenção este trabalho para decidirem em que lugar de sua preferência o trabalho se encaixaria. Com uma produção nada menos que fabulosa a cargo de Devin Townsend e mixagem de Fredrik Nordström, podemos dizer que tudo está perfeitamente audível, e a estrutura das músicas chega a causar arrepios, até em músicas como "The Flameout", que começa de uma forma mais reta de melodic death básico, de repente toma direções variadas, centralizadas em vocais limpos com um toque magistral de melancolia que arrepiam. As guitarras fazem um grande trabalho, mas alguns solos aqui devem ser ouvidos com atenção, como em "As We Speak", que ganhou vídeo-clipe, e é um solo realmente lindo. Se você é fã de death melódico mas se agarra à agressividade de bandas como Children of Bodom, pode ser que este álbum soe muito progressivo ou "diet" pra você. Mas se sua mente puder se abrir em alguns momentos para a diversidade peculiar que o metal pode proporcionar, pode cair de cabeça em "Natural Born Chaos". Speed Strid pode não ser nada "único" em seus gritos, mas a facilidade com que atua nas duas áreas (clean e hard) da garganta, aliado a um instrumental forte, faz tudo soar como um passo além de tudo que vinha sendo feito. Claro que Dark Tranqüillity já dera aquele pontapé inicial nesta bela fusão em 1999 com o inigualável "Projector", num híbrido de agressividade com melancolia jamais visto no estilo (talvez apenas dentro do doom metal em alguns casos), mas mesmo que um pouco diferente e mais dentro da proposta de bandas como In Flames, o Soilwork acabava por se sair com uma eficiência mais peculiar, mesmo porque os fãs de In Flames sempre foram mais chatos e exigentes. Um álbum para se ouvir com a mente aberta, e sem fazer muita força. 20 anos como se fossem 02.
domingo, 29 de maio de 2022
segunda-feira, 23 de maio de 2022
20 anos de Killing The Dragon do DIO!!!
Dio nos vocais, Doug Audrich nas guitarras, Simon Wright na bateria e Jimmy Bain no baixo e teclados. Esta foi a trupe responsável pelo nono álbum da banda DIO, que deveria ser a carreira solo do baixinho de uma das maiores vozes do metal, mas que muitas vezes acaba sendo a banda DIO mesmo. Neste momento da carreira a banda não estava mais com aquele pique de estreia dos anos 80, e nem o heavy metal tinha a mesma popularidade, com o metal extremo e suas milhares de ramificações dividindo as atenções dos metalheads pelo mundo afora, e os álbuns da banda nesta época geralmente ficam relegados a fãs e colecionadores. Eu mesmo confesso que estou ouvindo este álbum pela primeira vez nestes 20 anos, mas não posso ser tomado como referência já que caí de cabeça no metal com o Thrash em uma mão e o Death na outra, e nunca fui muito próximo da carreira de Dio, apenas o suficiente para achar que ele foi o maior vocalista do Black Sabbath, mesmo que eu ame a imagem de Ozzy. Então resolvi ler algumas resenhas de "Killing The Dragon" antes de escrever a minha própria, e após uma leitura cansativa e generalizada esperava ouvir um álbum terrível, sem pegada e decepcionante. Bem, já estou na quinta faixa e o que ouvi até aqui foi um "puta" álbum de heavy metal, com guitarra pesada, aquela batida forte de bateria, um baixo que não é mero ritmista e claro, um vocalista com voz de garoto, mais poderosa que em muitos trabalhos anteriores a este. E mais, um álbum muito mais metal que muita coisa de heavy "quase" tradicional que já ouvi nos últimos anos. A faixa título que abre o trabalho é sensacional, Dio assusta quando abre a boca, e a banda transmite a sensação de que sabia exatamente o que estava fazendo. As próximas 03 faixas (Along Comes a Spider, Scream e Better In The Dark) podem não ter a mesma dinâmica da abertura mas poderiam estar em um Mob Rules do Sabbath. Já "Rock 'n Roll", apesar do nome manjado tem um carisma diferenciado e é um grande momento. Destaque ainda para a arrastada e bela "Throw Away Children" com direito a corinho infantil. Nunca confie em uma resenha, que não seja do Metal e Loucuras! Hehe.
segunda-feira, 16 de maio de 2022
20 anos de They Will Return do Kalmah!!!
O Kalmah da Finlândia chegava a seu segundo álbum em 2002, a prova de fogo para se firmar no cenário mundial, uma vez que Swamplord dois anos antes foi muito bem, e novamente pela Spikefarm Records. Ele saiu também em duas versões pela Century Media mas acredito que nenhuma delas lançada no Brasil, me corrijam se estiver enganado, porque acho que esta banda não se tornou maior no Brasil justamente pela pouca divulgação e escassos lançamentos em solo nacional, já que eles continuam vivos e com 8 full lenghts na bagagem. O início com as pegadas na água remete imediatamente à capa, e a ferocidade sem se esquivar da melodia de "Hollow Hearth" deixará você de boca aberta. Os irmãos, guitarristas e vocalistas (principal e backing) Pekka e Antti Kokko são o diferencial da banda, alternando vocais rasgados quase sempre a alguns vocais mais guturais, riffs melodiosos e belos solos. Pasi Hiltula também tem enorme participação com seus teclados quase progressivos, mas o baterista Janne Kusmin rouba a cena em vários momentos com muita energia. Existe muita coisa acontecendo para que o baixo de Timo Lehtinen tenha oportunidade de se destacar, para isso os outros membros precisam pausar seus instrumentos para que o rapaz mostre que também é um grande músico, como na maravilhosa "Swamphell", uma das melhores músicas compostas pelos finlandeses. A banda melhorou na produção, algo necessário para o death melódico. Já "The Principle Hero" traz um contraponto entre guitarras pesadas e o teclado que ficou perfeito, assim como todos os momentos mais raivosos do CD, uma vez que há também muitas melodias com astral pra cima, inerentes à palavra "melodic" do estilo. Há algumas surpresas como o início de "The Blind Leader" que vem com um riff totalmente Thrash old school e um gutural em seguida, além desta música conter algumas das partes mais velozes de todo o álbum e "My Nation" com uma pegada Power Metal e melodias belíssimas, casadas a vocais poderosos. Para finalizar temos uma versão para a fantástica "Skin O' My Teeth" do Megadeth que ficou emocionante.
domingo, 1 de maio de 2022
20 anos de Hell's Unleashed do Unleashed!!!
Quando "Hell's Unleashed", o sexto trabalho dos suecos do Unleashed, saiu pela Century Media em 2002, foi encarado como um dos trabalhos menos inspirados da banda. Tudo bem que nem o álbum anterior, "Warrior", que veio 5 longos anos antes, ainda é uma obra um pouco obscura na carreira da banda, e também não se aproximou da discografia inicial, principalmente se lembrarmos que em 1995 saiu o clássico e perfeito "Victory", mas hoje vemos o quão bem envelheceu este trabalho. A verdade é que a virada do milênio não foi fácil para as bandas de death metal que nasceram entre os finados anos 80 até meados de 90, e estas bandas precisavam retomar o interesse do público que passaria a dar maior atenção a sons com mais melodia, como as bandas de melodic death metal que explodiram naquela época. Mas como o bom e velho death old school voltou a se reencontrar com alguns trabalhos poderosos que vieram na sequência, hoje se olha com mais apreço às obras que nasceram em meio à tempestade, tanto é que "Hell's Unleashed" foi relançado recentemente no Brasil. O álbum tem muitas variações entre suas faixas, tendo em "Don't Want To Be Born", a faixa de abertura, um de seus melhores momentos. Este play tem mais groove que o normal da banda, mas nada que os aproxime do doom, o que acontece é que a agressividade não está em alta por aqui. Algumas músicas soam até cômicas, como "Join In The Sun". O som do álbum está bastante limpo, com a produção a cargo do guitarrista Fredrik Folkare, ouça o baixo de "Demons Rejoice", uma faixa arrastada mas com um clima mais sombrio. Talvez esta limpeza do som tenha tirado um pouco da pegada death metal do play, jogando-os um pouco para o lado thrash, mas há quem prefira um som mais clean, então tudo bem. Algumas melodias de guitarra podem até ser dispensáveis, como em "Mrs. Minister" mas o play agrada na maioria das faixas. Outros destaques ficam com "Triggerman" com aquelas guitarras "stop and go", "Dissection Leftovers" que começa com um dedilhado e logo tem os rifs cavalgados e mais pesados do álbum e "Burnt Alive", outra onde o baixo do vocalista Johnny Hedlund vem novamente estalando. A capa mostra o logo da banda bem grande com o fundo em chamas, é simples mas não decepciona, pois temos um dos logos mais bonitos do death metal.
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