sábado, 7 de setembro de 2024

20 anos de Chimera do Mayhem!!!


O Mayhem nunca foi uma banda prolífica. Em 2004 sairia apenas o 3º álbum de estúdio deles, 10 anos depois de lançar seu clássico debut. O álbum anterior, devidamente resenhado aqui no Metal e Loucuras anos atrás, foi um baque na moleira de qualquer blackbanger, uma vez que chegou carregado de experimentações, tanto eletrônicas, quanto nos vocais e no clima das músicas, sendo considerado até hoje um dos mais ousados trabalhos de vanguarda do black metal norueguês. Mas "Chimera" chegou em 2004 para acalmar os corações negros, com uma banda muita técnica, porém voltando para o lado cru da história. Crua também é a arte da capa, uma foto de algum filme B de mais de 1 século atrás, que eu particularmente acho horrível, (a capa, o filme não conheço). As músicas variam entre muito aceleradas, como a abertura com "Whore" ou "You Must Fall", e outras arrastadas como a ótima "My Death", que apresenta até um coral de monastério e de imediato a tornou uma de minhas favoritas da banda. Riffs de guitarras são jogados incessantemente no ar abafado de uma floresta em chamas, não riffs bonitinhos, mas aqueles que são quase tão complexos e no limiar de soarem estranhos, mas que não soam para nosso sossego. Não vou falar das letras, porque não entendo quase nada que eles dizem, claro, tem muita coisa "na cara", mas parece que as ideias são todas jogadas num liquidificador e servidas como uma sopa de letras desconexas. O baixo de Necrobutcher pode ser ouvido com clareza na música "Impious Devious Leper Lord", mas não é aquele som gordo que gosto de ouvir. Já os vocais de Maniac que chegava a seu segundo e último trabalho com o Mayhem está ótimo, rasgado e forte como deve ser. Blasphemer manda muito bem na guitarra, que a produção deixou bem forte e com uma distorção precisa, enquanto o batera Hellhammer nem precisa de citar, pois é considerado um dos melhores bateristas do black metal. Destaque ainda para a faixa-título que encerra o álbum, com 7 minutos cravados, e é a música com a aura mais maligna do play, alternando momentos arrastados e outros acelerados. 

 

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