Eu, particularmente, considero "Nymphetamine" o último grande álbum de uma fase anterior aos álbuns mais marcados pelo gótico, mesmo que este play já tenha introduzido muitas nuances próximas deste estilo mais clean, em em contraste ao black metal mais ríspido (não cru) que estes ingleses fizeram em trabalhos anteriores. Outrossim, ele é um trabalho muito superior ao "Damnation And A Day", única aposta da Sony Music, pois aqui eles migraram para a Roadrunner, aquela mesma que ganhou muita grana com Sepultura, Obituary e Deicide e um tempo depois praticamente abandonou seus filhos preciosos. Mas cara, esse álbum tem muita guitarra. Germs Warfare que entrou na banda certamente contribuiu para isso, há momentos, como no final da música "Nemesis" que parece que você está ouvindo um álbum de Thrash Metal ou o início de "Filthy Little Secret, e outros como em "Absinthe With Faust" que parecem ter saído de um álbum de death metal, além de solos por todos os cantos. A participação especial de Liv Kristine do Leave's Eyes e claro, o eterno Theatre of Tragedy, trouxe um personalidade marcante para este álbum, primeiro porque ela canta com sua voz angelical a la Aegis na faixa título do álbum, que é repetida numa versão poderosa no final, e não apenas faz seu papel, mas deixa implícita sua marca, como se a música tivesse sido escrita para ela. Outras músicas são especiais neste trabalho, como a mezzo time "English Fire", que tem o melhor trabalho de teclados do álbum. Não posso deixar passar aquela que hoje em dia (20 anos depois) se tornou minha faixa preferida de Nymphetamine. A sensacional "Gilded Cunt". Ok, você que manja de inglês deve estar falando, "fica criticando o funk nacional por causa das letras e manda essa". Ok, as letras inúteis do funk brasileiro são apenas um percentual de todo o lixo que ele representa, então pegue a letra inteira de "Gilded Cunt" para tirar a impressão de pura pornografia e luxúria. Mas o melhor dessa canção não é a sugestão erótica, e sim o lado extremo que ela evoca, a fúria do instrumental e a raiva com que Dani grita as estrofes, como se estivéssemos de volta ao cenário caótico e saudoso de "The Beauty And The Beast", meu álbum preferido do Cradle of Filth, aquele que me fez me apaixonar pela banda, após uma audição anterior que me fez torcer o nariz. Enfim, "Nymphetamine" tem uma produção excelente que deixa todos os instrumentos equilibrados, tem os teclados na medida certa, necessários sem soarem pretenciosos, uma bateria acelerada e um vocalista ainda raivoso, com participações singelas de vocais paradisíacos. A capa não é a mais bela da banda mas corrige o erro do álbum anterior. Um grande álbum.
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