O oitavo álbum do Enslaved da Noruega, Isa, continua a saga de black metal progressivo da banda de Grutle Kjellson e Ivar Bjornson, porém... contando os 2 álbuns anteriores, Isa é aquele que mais aproxima a banda de um som normal, se podemos classificar o progressivo como tudo aquilo que fuja do padrão. Temos um trabalho que figura muito mais dentro das barreiras do black metal, mesmo que tudo esteja um pouco além, como podemos ouvir nos riffs de guitarras. Após a intro "Green Reflection", que dá uma impressão contrária da obra, pois te faz pensar que os caras descambaram para "Black Floyd" de vez, temos "Lunar Force", talvez a música mais negra dos últimos anos, ao menos no instrumental, com guitarras rasgadas entoando riffs quase death metal, que são distribuídos ao longo da música e retornam ao fim, após uma interjeição mais melódica e quase espacial. Já a faixa título que vem na sequência, carrega o mesmo sentimento black, mas os vocais limpos no refrão são melodicamente inseridos para apresentar uma nuance mais clean, de bom gosto, inclusive. Já "Ascencion" é uma faixa quase doom, e carrega uma tristeza pouco usual no trabalho do Enslaved, diferenciada, porém enriquecedora do ponto de vista da variedade musical que um bom álbum possa ter. Enquanto músicas como "Bounded By Allegiance" apresentem um som mais melódico, com guitarras bem legais, a banda explora os elementos mais psicodélicos em "Neogenesis", beirando 12 minutos de várias faces, mas com um riff simples dando a tônica das coisas, e mesmo com todas as explorações, e o órgão aparecendo com mais veemência, temos uma música inspirada, de atitude, e que pode ser classificada como uma das melhores da obra ou da carreira do Enslaved. Isa certamente é o melhor trabalho do início do milênio da banda, considerando 4 lançamentos, talvez porque eu seja um pouco tradicionalista demais, talvez porque seja bom mesmo. Fica a seu critério.
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