domingo, 1 de dezembro de 2024

20 anos de Reign of Light do Samael!!!


O Samael da Suíça foi a banda responsável pelo meu gosto pelo metal negro, ao lado e na mesma época que os gregos do Rotting Christ, portanto eles têm papel fundamental e indiscutível neste sentido. Ouvir o que esta banda fez até o álbum "Passage" é ainda hoje, um prazer e traz recordações saudosas, daquelas que todos nós temos de uma época de descobertas musicais que mudaram nossas vidas. Portanto, para mim, existe uma relutância natural quanto a tudo que os suíços fizeram a partir do álbum "Eternal", pois os irmãos Xytras e Vorphalack simplesmente abandonaram o black metal e caíram de corpo e alma no metal industrial, um estilo que nem passa perto de minhas preferências mais distantes, a menos que seja um Fear Factory. "Reign of Light" é a segunda cartada da banda nesta direção e certamente um trabalho mais coeso que o anterior. O que ouvimos aqui apresenta no instrumental muita coisa próxima de "Passage", como se pegassem a base daquele álbum e colocassem uma carcaça industrial por cima, e por si só já é um ponto interessante, já que a base remete a um trabalho, que se não podemos chamar de black metal raiz, ao menos foi o último suspiro ameaçador da banda. O início com "Moongate" traz elementos orientais pouco inerentes ao Samael, algo dispensável mas que mostra que os dois músicos buscavam diversificar seu som sem limites, e que se danem os puristas. Os vocais em "Moongate" também não são os melhores, privilegiando o lado eletrônico de walk talk de filme futurístico de segunda categoria. Mas de "Inch' Allah" em diante Vorph canta a maioria das músicas com aquele vocal rouco que conhecemos, minimizando os pontos negativos. Inclusive temos algumas músicas bem legais, como "Oriental Dawn", que parece que pegaram uma música do Passage e mudaram a letra, o que já seria melhor em todo o álbum ao invés de parecer uma cópia mal feita de Rammstein. A letra de "On Earth" chama atenção por algo inusitado, ao citar várias cidades ao redor do mundo, inclusive Rio e Brasília, mas parece que pegaram um mapa mundi para escolher os lugares famosos politicamente ou turisticamente porque se fossem observadas raízes do metal extremo, BH não poderia ficar de fora. O Samael melhorou de Eternal para "Reign of Light", mesmo que tenham escolhido um caminho mais seguro, redecorando um álbum de sucesso, mesmo que visto com esgar por muitos garotões true, que foi o "Passage", mas eles tinham maneiras de não soarem repetitivos dentro de sua nova jornada, algo que viria em álbuns futuros, mas que naquele momento provocaria feridas ainda maiores na reputação da banda, então deixemos como está.  



 

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