O que acontece quando uma banda que toca música extrema quer tocar tudo certinho e bem produzido? Ouça "Iron", o segundo álbum dos finlandeses do Ensiferum, lançado em 2004, e me responda. A banda toca um folk/viking metal com influência de várias e muitas outras coisas já ouvidas. Sim, até seus conterrâneos do Children of Bodom, que tocavam death melódico exerceram alguma coisa sobre o som gravado em "Iron". Mas não somente eles, alguma coisa de Thyrfing da fase Valdr Galga aparece aqui e ali, e até algo de Turisas. Muita gente fala que o som do Ensiferum é pra cima e alegre, mas eu não consegui enxergar essas características neste lançamento. Vejo uma banda tocando como se não fosse o maior tesão de suas vidas e não me entendam mal, principalmente você que é fã. Este não é um álbum ruim, mas não tem aquele sangue nos olhos que se espera de um viking ou um bárbaro, e Quorthon certamente me daria razão. A abertura com "Ferrum Aeternum" é realmente muito chata, um instrumental com mais de 3 minutos que não serve pra nada. Mas a faixa título acaba com essa impressão, o som é bem produzido, os vocais são legais, temos as guitarras como base de tudo, apesar dos teclados sempre querendo aparecer mais do que o necessário. O que podemos dizer é que a banda realmente gosta de tocar rápido, assim como seus outros conterrâneos do Kalmah, a exemplo da faixa "Tale of Revenge", mas também temos momentos mais introspectivos com vocais limpos (ou quase) como em "Lost In Despair" ou em "Tears", com vocais femininos, uma música meio sei lá... A arte da capa, criada por Kristian Wahlin, é bem legal, com o guerreiro e seu cavalo em destaque e dois exércitos em combate, e o guerreiro na paz, como se assistisse TV, num estilo quase rústico. O coro em "Into Battle" enriqueceu a música, gosto destas partes que lembram gritos de guerra. A música de maior trabalho, e que ultrapassa 7 minutos é Lai Lai Hei (disseram pra escrever tudo maiúsculo mas achei melhor não), com bons momentos, tanto os acelerados quanto os mais calmos. Algumas versões trazem um cover até inusitado para o estilo do Ensiferum, "Battery" do Metallica que teve o instrumental bem fiel ao original, apenas os vocais surpreendem. Não é uma resenha de 20 anos que vai te direcionar a curtir ou não este álbum. Melhor ouvir e se decidir.
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