O universo black metal se popularizou no selo Gogumelo a partir do ano de 1993, quando Impurity e Amen Corner lançaram seus debuts pela gravadora, isso se você não considerar que o Sarcófago tenha sido uma banda de black metal, termo que não era utilizado em referência à banda naquela época. Portanto podemos dizer que o Impurity, que é de Belo Horizonte, seja um dos precursores do estilo infame, na cena mineira. Não que isso tenha rendido algum tipo de status à banda, já que eles nasceram e sobrevivem no underground até hoje, sendo conhecidos apenas em uma comunidade específica do submundo. Eles estão chorando por isso? Acredito que não. A banda, que chegava a seu terceiro trampo em 2004, ficara exatamente 8 anos sem lançar nada, vagando no limbo da sub existência, e neste meio tempo tudo que ouvimos de novidade foi uma versão para a melhor música do álbum Hate do Sarcófago, a pesada "Orgy of Flies", que saiu no tributo à melhor banda do Brasil em 2001. Desta feita o lançamento, intitulado "Satanic Metal Kingdom" saiu pelo selo "Kill Again", que começava a despontar no mercado nacional com lançamentos de bandas como Corpse Grinder e Violator. O som do Impurity é cru e ponto final. Não que melodias esporádicas não façam parte das canções, o dedilhado em "About The Flame And The Wind" derruba esta teoria, mas é que até nestas partes melódicas a banda consegue soar suja, sem nenhum tipo de aspiração a sons limpos e muito bem produzidos a la Andy Classen, mas apenas aquele som de garagem ou melhor, de porão mesmo. Existe sim uma galera que ama um som sombrio, sem o compromisso de soar bonito ou bem produzido e essa galera é bem fiel e estes álbuns são relíquias sagradas em suas caixas de sapato. E o melhor é que a banda não soa como garotos que não sabem tocar, pelo contrário, são caras que entendem o que estão fazendo e o fazem com orgulho e por gosto. O álbum "The Lamb's Fury" pode ser considerado um clássico do selo Cogumelo, mas em minha opinião, a banda soa muito melhor em "S.M.K.". As guitarras procuram variedade, mesmo que as mudanças de andamento não sejam uma regra nem se reproduzem como pulgas, mas elas deixam o som bem variado, a bateria corrobora com sons pouco explosivos, a banda soa bem densa e não temos nada de metrancas, o baixo aparece pouco e os vocais são roucos e cavernosos. Dos 5 membros, apenas o vocalista Ram Priest está na banda desde o início e todos os outros só participaram deste álbum. Caso você não conheça, vale a pena dar uma conferida.
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