A banda italiana Opera IX foi mais uma banda de metal extremo que respirou novos ares com o passar do tempo. Conhecida por ter a vocalista Cadaveria à frente por nove anos, em seus 3 primeiros trabalhos, a banda praticou um black metal tendendo para o lado gótico, principalmente em seu terceiro full. No quarto opus, já com o vocalista Madras em seu posto, a banda apresentou nuances mais pagãs, e acredito que tenha conservado um pouco disso neste quinto álbum, "Anphisbena", lançado em 2004 pela Avantgarde Music. E houve um crescimento no som da banda, que continua praticando um som extremo e mais compacto. Os teclados podem entregar uma banda caminhando em uma linha próxima ao symphonic black, mas não podemos caracterizar assim o som do Opera IX, não ainda. As músicas são bem agressivas, mesmo que não se sobressaiam a ponto de serem lembradas num contexto específico. Elas acabam fazendo parte de um todo sem destaques individuais. O novo vocalista Marco De Rosa (M. the Bard) entrega um trabalho mais consistente que Madras, e tem um vocal mais forte, porém sem muitas alternativas. A faixa "Immortal Chant" é uma boa pedida para quem quer conhecer a banda, ela tem uma pegada épica interessante e deixa transparecer aquilo que a banda almeja, com mudanças de andamento que não incidem diretamente na velocidade, mas mostram faces diferentes da mesma moeda. A introdução pagã de "In Hoc Signo Sanguinis" chama atenção e ao lado da curta "Scell Lem Duibh (Song of Death)" mostram melodia ritualísticas e até bélicas, destoando do black metal simples. A capa é bem folk, trazendo, como de costume, a figura feminina a qual todos os fãs já vislumbram da banda. "Battle Cry" é uma música bem interessante também, um dos destaques do álbum, pela agressividade, apesar de seus quase 11 minutos, ela não tem a presunção de soar épica, mas carrega um ódio natural, e o baterista Dalamar desce a mão sem dó, ele que ao lado de The Bard, debuta na banda. A faixa título tem vocais masculinos totalmente folk, lembrando o álbum anterior, alternados aos rugidos black, e é o maior exemplo da mudança de ares que citei no início desta resenha. Até flauta e gaita de foles encontramos nesta faixa. E para finalizar uma versão para a melhor música escrita pelo mestre Quorthon, "One Road to Asa Bay" do eterno Bathory, mas acho que eles exageraram nos teclados nessa aqui.
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