domingo, 15 de dezembro de 2024

20 anos de XES Haereticum do Enthroned!!!


SEN-SA-CIO-NAL!!! Não há tantas palavras para definir o sexto álbum do Enthroned, "XES Haereticum", a maior banda belga de black metal, que está à frente no panteão do estilo mais execrável do metal sombrio, ao lado de ícones como Marduk e Immortal. Lançado em 2004 pela Napalm Records, ele ficou marcado como o último trabalho da banda a contar com o vocalista Sabathan, uma perda irreparável na trajetória da banda. Depois do irrepreensível "Carnage in Worlds Beyond" não imaginava que os belgas conseguiriam gravar um disco tão bom quanto, mas eles não fizeram isso, eles conseguiram se superar. Não vou comentar aqui a mudança climática que a banda adquiriu do próximo trabalho em diante para não macular esta resenha, então aprecie as próximas palavras, com muito saudosismo. O álbum abre com a ultra porrada "Crimson Legions", despejando um som esporrento como a banda sabia fazer, com riffs rápidos, baixo acelerado, bateria extrema e vocais rasgados. As guitarras de Nornagest e Nerath Daemon mostram um time bem entrosado, mas o peso não é uma característica, elas são como serras cortando seus membros, enquanto o baixo de Sabathan segura as brechas não deixando espaço para buracos. O batera Alsvid continua socando tudo com uma estupidez digna de um bárbaro bêbado após jarras de hidromel numa pocilga noturna. E o vocal de Sabathan lembra um cachorro gripado e com ódio. Em seguida temos uma das melhores músicas do trampo, "Dance of a Thousand Knifes (Moksha Bhakti)", totalmente insana. "Last Will", que às vezes fica em segundo plano carrega alguns riffs quase thrash e merece mais atenção. A primeira novidade fica por conta de "Blacker Than Black", que tem uma primeira parte cadenciada, mostrando que você nem sempre precisa correr para mostrar que tem ódio jorrando nas veias e fogo nas ventas, essa música tem uma atmosfera tão maldita que chega a arrepiar. O início de "Vortex of Confusion" com um baixo bem proeminente chama atenção, uma música com mais de 7 minutos que quase chega a ser a canção épica do play, mas se mostra outro arrasa quateirão. Depois de uma faixa instrumental chamada "A.M.S.G." temos outras duas canções inadequadas para ninar crianças, as pancadarias "Demon's Claw" e "Night Stalker" para enfim chegarmos na tal faixa épica, maravilhosa, arrepiante e pestilenta "Seven Plagues, Seven Wraths (XES Revelation)". A banda soube aproveitar seus pouco mais de 7 minutos condensados em tudo que uma música de black metal épico pode ter, refrão carregado e vocais limpos paralelos aos vocais rasgados, passagem acústica com direito a um som oriental belíssimo. Os vocais limpos ficaram a cargo do produtor Harris Johns. Uma música para ser tocada 1000 vezes sem enjoar. O play convencional fecha com a poderosíssima "Helgium Messiah", outra porrada extremamente agressiva e cativante para os amantes das artes bélicas do underground. A versão brasileira e outras ao redor do mundo têm 3 bônus, "Crucified Towards Hell", "Satanic Metal Kult" (que coisa linda eles fizeram antes do grand finale desta música, com aquela bateria metrancada" e o cover belíssimo de "Under the Guillotine" dos mestres alemães do Kreator. "XES Haereticum" não apenas merece estar em sua coleção. Ele é um item obrigatório!


 

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