Em que posição você colocaria o álbum "Chapter V: Unbent, Unbowed, Unbroken" dentro da discografia da banda sueca Hammerfall? Lançado em 7 de março de 2005 através da mega Nuclear Blast, o 5º álbum vem depois do álbum de maior sucesso comercial até então, o ótimo "Crimson Thunder", mas que foi um divisor de águas na carreira, pois afastou uma parte do público acostumada à veia mais old school que o Hammerfall debutou no mundo da música em seus 3 primeiros trabalhos. Eu diria que o capítulo 5 foi uma tentativa meio frustrada de soar tão bem comercialmente quanto o anterior, retornando com uma veia mais heavy metal de outrora, porque sinceramente, este álbum, que não é ruim, ficou meio preso a amarras e sentimentos que emperraram um pouco a criatividade artística da banda. Mas em quais músicas vamos bater primeiro? Nenhuma. Como eu disse, não estamos diante de um trabalho ruim, mas algo bom, porém inanimado, como aquele aparelho de som que você gosta muito, mas que não faz nada mais pra você além daquilo que foi projetado para fazer. O início com "Secrets" é legal, e "Blood Bound" é ainda melhor, pois tem riffs mais pesados e um refrão tipicamente Hammerfall de fácil assimilação. Mas ainda tem algo faltando. Talvez um pouco de velocidade, ou uma sensação mais épica, não sei bem. "Fury of the Wild" já nem é tão lembrada pelos fãs, mas tem algo nela que me lembra Judas Priest, um instrumental bem anos 80 e a voz aguda de Joacim Cans como a cereja do bolo. Ela também carrega em seu refrão o nome do álbum, que foi curiosamente inspirado nos livros "As Crônicas de Gelo e Fogo" de George RR Martin, que originou a série mais que famosa "Game of Thrones". "Hammer of Justice" também não causa alardes, mas é uma música bem legal, de andamentos médios, com um solo bem rápido e bonito. O legal é que as letras não são cafonas, e mesmo falando de martelos e justiça, você não vê aquela coisa de fantasia exacerbada, afinal infelizmente quando Joacim canta "eu vejo a injustiça em todos os lugares que vou" não podemos dizer que se trata apenas de fantasia. "Never, Ever" é a balada da vez, e ficou bem legal, com ótima interpretação. "Born To Rule" é uma das mais pesadas, num belo trabalho dos guitarristas Dronjak e Elmgren, enquanto "The Templar Flame", uma das mais curtas do disco, traz aquele tradicional ôôô exclusivo para um efeito bombástico de público nas apresentações ao vivo. "Imperial" é uma faixa instrumental que te leva pros tempos das tavernas e "Take the Black" traz um pouco de energia antes da faixa mais épica e controversa do álbum. Com mais de 10 minutos (no display são mais de 12, porém quando ela acaba temos uns minutos de silêncio para o retorno das vozes grotescas), "Knights of the 21st Century" traz nada menos que Cronos, o cara que criou o termo "black metal" no álbum de mesmo nome. Controverso não por isso, mas lembram daquela história em que o vocalista Joacim Cans foi agredido por um suposto fã de black metal pouco antes do lançamento de "Crimson Thunder"? (leia nossa resenha do álbum). Então, o convite para Cronos participar deste álbum, na minha opinião, foi uma baita forçação de barra, mostrando um certo temor dos músicos para novos fatos parecidos. Enfim, até gostei do contraste das vozes, mas achei bem desnatural.
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