sexta-feira, 5 de julho de 2013

Circus of Death


Em 1992 o Overdose de Belo Horizonte lançava seu 5º trabalho, Circus of Death. Para este que só conhecia  Século XX e Conscience foi um susto, pois a banda se enveredou por um caminho mais extremo e pesado, o thrash metal. Depois de conhecer todos os trabalhos vejo que Circus é uma sequência natural de Addicted To Reality (1990), que já incorporava mais peso que os trabalhos anteriores. O LP começava com a super porrada "Violence", que ganhou video clipe, que gravei no Fúria da MTV e assisti dezenas de vezes. O vocal mais rasgado de Bozó até camuflou um pouco o sotaque carregado que se apresentava tão evidente nos outros trabalhos. Ponto pra ele. A entrada de um segundo guitarrista colaborou para que chegassem a um som tão potente. "Violence" é daquelas músicas que não te deixam descansar, tirando a introdução no dedilhado, o restante é um bate-cabeça sem freio. "Zombie Factory" vem mais pesada, e depois do início com as guitarras se alternando na base (que dá um efeito fantástico usando fones de ouvido ou 2 caixas de som bem distantes uma da outra) a música se desenvolve em um thrash metal técnico e com uma pegada excelente. Não é à toa que estas duas músicas passaram a fazer parte do set list dos shows destes mineiros. "Dead Clows" com a musiquinha de circo no início vem pra acalmar os ânimos com mais cadência, mas "A Good Day To Die" volta a te lembrar que a regra aqui é quebrar tudo.
O lado B (eita vinil) começa com uma música que se não estivesse aqui o disco não teria o mesmo brilho: "Profit". O início com aquela paradinha (e as outras ao longo da música), as bases de guitarra, o refrão gritado por Bozó e repetido pela banda... é demais!!!! Ouvi e gravei pela primeira vez no Headbanger Attack  que o Laranja do Chakal apresentava na Extra. Depois vem "Powerwish", thrash puro pra banguear, refrão que fica na memória, "The Healer", a mais trabalhada, aquele estilo 'balada pesada' que Metallica e Pantera fizeram com maestria e que na época que comprei o vinil eu ouvi sem parar. Pra fechar "Beyond My Bad Dreams", outra que detona com tudo.
A formação deste clássico tinha Bozó nos vocais, Cláudio David e Sérgio Cichovicz nas guitarras, Fernando Pazzini no baixo e André Márcio na bateria. O CD foi lançado com uma faixa bônus "Children of Sacrifice" e anos depois com uma capa diferente (e horrível) e a ordem das músicas alterada. Nada que tire o brilhantismo de Circus of Death, o melhor álbum de um dos precursores do metal no Brasil.

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