terça-feira, 9 de julho de 2013

Phantasmagoria

Phantasmagoria é um daqueles álbuns gravados na época errada, pois estava à frente de seu tempo em 1989. Em uma época em que o thrash metal nacional era marcado pela velocidade e linhas retas, ao contrário do americano que já apresentara obras mais técnicas como Master of Puppets, o The Mist, criado a partir das cinzas do Mayhem (que está na coletânea War Faire Noise II), apresentou de cara um álbum altamente técnico e de extremo bom gosto. Até a gravadora Cogumelo teve dificuldades para rotular a banda nesta época acrescentando adjetivos como progressive ao thrash dos mineiros. Ter Vladimir Korg como vocalista, depois de deixar o Chakal, já era motivo para atrair a curiosidade de muitos para a banda. Sem contar que Korg é um letrista fenomenal e aqui apresentou várias letras inteligentes.

Não há uma música fraca neste play. O início com "Flying Saucers In The Sky" já mostra todo o poder de fogo do The Mist. Música rápida, com o vocal de Korg menos agressivo e mais técnico que no Chakal, letra falando de conspirações. Na sequência uma de minhas preferidas, "Smiles, Tears and Chaos" e vale à pena frisar uma coisa: essa faixa chama a atenção para o trabalho de baixo que Marcelo Diaz fez no álbum.  Tocou baixo a la Steve Harris, sem exageros. "A Step Into The Dark" que fala do cara que quer se matar no alto de um prédio vendo todos aqueles a quem ele se orgulha de nunca ter se vendido. Muito legal essa música também.
Depois vem uma música muito especial, pois foi a primeira que ouvi e como se diz que a primeira impressão é a que fica então "The Enemy" fez muito bem seu papel. Música curta com bases cavalgadas, e um belo solo no final, essa é minha preferida em Phantasmagoria. Logo em seguida "Hate" que também não fica pra trás, outra bem na cara. Depois vem "Barbed Wire Land (At War)" que também está entre minhas preferidas. A faixa título é épica e mais um belo trabalho de baixo além de ótimos solos. "Lightning In The Dark" é instrumental de 0:39 que serve para mostrar novamente o talento de Marcelo e para introduzir a faixa "Like a Bad Song" que de ruim não tem nada e pra fechar "Faces of Glass". Essa é thrash puro e foi colocada no final justamente pro ouvinte voltar o braço do toca discos pra primeira música e começar tudo de novo. A capa de Kelson Frost é novamente um diferencial dentre os trabalhos dos primórdios no Brasil. A formação contava além de Korg e Marcelo, com Cristiano Salles na bateria, Beto Lima e Reinaldo Cavalão (falecido em 91) nas guitarras. É lamentável o fato deste álbum não ter saído em CD. Segundo o João da Cogumelo a fita master não foi estocada na temperatura correta e está muito ruim. Não acredito que com tanta tecnologia disponível hoje eles não consigam um lançamento de qualidade. Então aguardemos com esperança.

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