O sexto álbum do Rotting Christ levou o nome de Khronos, deus do tempo na mitologia grega, e serviu para mostrar que a banda não abrandaria ainda mais seu som, depois da incursão gótica em "Sleep of The Angels" e "A Dead Poem". Khronos abre com uma porrada chamada "Thou Art Blind", deixando bem claro que o extremismo retornara. Uma música curta e que você nem percebe passar. A produção está excelente, afinal foi obra de Peter Tägtgren e os vocais de Sakis muito bem, obrigado. "If It Ends Tomorrow" tem uma pegada mais voltada aos trabalhos anteriores, inclusive com alguns vocais limpos e "My Sacred Path" vem carregada de sentimentos sombrios, característica bem marcada pelo teclado soturno e passagens atmosféricas perfeitas. "Aeternatus" dá uma acelerada e apresenta guitarras soladas. "Art Of Sin" é outra com influências góticas, bem próxima à sonoridade de "Sleep of The Angels". Apesar de Themis estar na foto promocional do álbum, quem gravou a bateria foi Jan Halvorsen, que gravou o clássico Revelation: 666 do Old Man's Child. "Lucifer Over London" é uma versão para a esquisita música do Current 93, e mesmo que na versão do R.C. ela possa ser a música mais enjoativa do álbum, ouça a versão original que você verá que Sakis tirou leite de pedra. "Law of the Serpent" é apenas uma instrumental sem graça que serve como abertura de "You Are I", uma faixa que alterna partes mid tempo com outras mais rápidas e um leve toque eletrônico, que não atrapalha em nada. A faixa título é uma das melhores do álbum, com o teclado se sobressaindo até certa parte e as guitarras melódicas dominando o restante. "Fateless" tem um início bem legal, e logo volta a encarnar as melodias góticas de outrora e mais uma vez deixa bem claro que, apesar de conservar muitas características góticas, dos 3 este é o mais pesado e extremo, um alívio em uma época em que as bandas que mais amávamos passaram a fazer música sem peso ou vocais agressivos. "Time Stands Still" apresenta uma aura clássica enquanto "Glory Of Sadness" tenta em um primeiro momento resgatar a rispidez de outrora, mas vai para uma onda mais melancólica no final. E na versão brasileira saiu como bônus a bela Phobia, presente em uma compilação de aniversário da Century Media também. Quem disse que ninguém se importa com nossa terrinha?
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