domingo, 28 de fevereiro de 2021

20 anos de Believe In Nothing do Paradise Lost


E demos graças pelo último álbum da fase extremamente gótica dos ingleses do My Dying Bride. É difícil colocar o álbum das abelhinhas para tocar e sintonizar que você esteja ouvindo a mesma banda que gravou Gothic ou Draconian Times. Ok que eles tiveram alguns bons momentos em Host e One Second, principalmente na faixa título deste segundo que é um clássico amado por todos os fãs, mas em Believe In Nothing a coisa é mais doída. Primeiro que o vocal de Holmes está bem diferente daquilo que ele sabe fazer. Parece um cantor pop gravando o primeiro álbum. Depois o instrumental que não consegue empolgar, não consegue trazer sentimentos de raiva nem de tristeza. É morno e com água morna nem o chá da tarde britânico desce como deveria. "I Am Nothing" não almeja sequer um pouquinho de peso, apesar de ter até uma estrutura mais rica que a maioria do trabalho. "Mouth" começa com uma guitarra que te dá esperança, mas logo ela some e a esperança desce pelo ralo. "Fader" e "Look At Me Now" também não avançam em nenhuma área, pelo contrário, o refrão repetitivo enjoa e denota falta de criatividade. A coisa só melhora em "Illumination", quando a melancolia brota do nada e Holmes volta a cantar como outrora, mesmo que a música seja um pouco reta demais. "Something Real" também é uma boa opção, principalmente se você estiver ouvindo no som do seu carro, numa estrada vazia com uma paisagem bela de se ver num fim de tarde. O álbum segue com "Divided", a fraca ""Sell It to the World", "Never Again" que também traz um pouco de melancolia, "Control", "No Reason" e a bonitinha "World Pretending". A banda diz que houve muita pressão da gravadora durante a gravação do álbum, para a criação de hits, o que claramente influenciou em seu resultado negativamente. Que bom que foi o segundo e último álbum pela EMI, pois no ano seguinte, pela pequena Supersonic Records, a coisa voltaria a caminhar pelo lado negro da força.

 

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2021

Vamos de Venom, criaturas!

 


Black Metal

Negra é a noite, metal nós lutamos

Amplificadores prontos para explodir

Gritos enérgicos, magia e sonhos

Satanás grava a primeira nota

Nós tocamos o sino, caos e inferno

Metal para puros maníacos

Aço derretendo rápido, destino sobre rodas

Hemorragia cerebral é a cura

Para o metal negro!

Entreguem as suas almas aos deuses do rock 'não roll


Pirando loucamente, ninguém desanima

Dando tudo o que tem

Selvageria é certa, metal hoje à noite

Passando dos limites

Abra a porta, adentre no coração do inferno

Negro é o código para esta noite

Força atômica, não tenha remorso

Aumente os amplificadores agora já é noite

Metal negro!

Entreguem as suas almas aos deuses do rock 'não roll

Dez vezes metal pelo buraco negro mortal

Montando garanhões do inferno sem sela

Aproveitando as nossas chances com energia bruta


Venha cavalgar a noite com a gente

Reagir e lutar

Unidas as minhas legiões, nós resistimos

Pirando loucamente

Desista da sua alma

Viva pela missão da banda de satã


Contra todas as chances, deuses do metal negro

Lutamos para alcançarmos o nosso objetivo

Conjurando um feitiço, custe o que custar

Deuses do metal negro rock 'não roll

Aumentando o vapor, gritos nucleares

Ogivas prontas para explodir

Cães de couro negro, mais rápidos do que o som

Metal é o nosso propósito de vida

Metal negro!

Entreguem as suas almas aos deuses do rock 'não roll

Metal negro!

domingo, 21 de fevereiro de 2021

20 anos de Infinite Abyssal do Distraught

 


Os gaúchos do Distraught chegavam a seu segundo álbum em 2001 com o poderoso Infinite Abyssal, um Thrash Metal vigoroso, com muitas quebradas técnicas e vocais urrados do gigante André Meyer. Todo line up foi alterado em relação ao debut "Nervous System", além da adição de outra guitarra, sendo os donos dos riffs muito bem executados Ricardo Silveira e Marcos Machado, e a cozinha segura com o baixista Gustavo Stuepp e o batera Éverton Krentz, que hoje está no conceituado e tradicional Panic, porém a bateria foi executada pelo antigo baterista Tiago Oliveira, fica-se registrado. Com arte abstrata criada por Rodrigo Cruz, o álbum é nervoso do início ao fim, mas aqui e ali carrega detalhes bem interessantes, como aquele segundo solo de "Antibiotic Tendence" que chega na fronteira do oriental e ficou lindo. De início poderíamos citar como destaques as faixas "Umbral", "Removing The Rubbish" e a poderosa "Tufão", pois são aquelas que te fisgam de imediato, mas como não colocar "Science, Phylosophy and Religion" e a épica "Slaves of Creed" no pacote, com suas mudanças de andamento ferradas e um grande trabalho nas batidas? A pedrada faixa título ainda tem como detalhe a terceira estrofe em duas línguas, inglês e latim, sendo que a passagem em latim foi transcrita para a contracapa do trabalho, e é a música com mais quebras complexas, com um solo de guitarra maravilhoso e baixo e bateria dando o recado. 20 anos e muito atual, este é Inifinite Abyssal. 

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2021

Vamos de Obituary, criaturas!

 


Back To One

Uma facada nas costas

Com uma faca sem medo

Sem consideração

Para uma vida inocente


Matando sem piedade

Estamos aterrorizados (Que diversão terrível)

Agora que você está caindo

Sem ter para onde correr


Voltar para um

Que você teme está morto

O pesadelo volta

Então é cortado na sua cabeça


Calorosamente abraçado

Você logo vai embora

As cabeças ensopadas de sangue

E os pobres dizem

Voltar para um


Caindo para a sua morte lá embaixo

Você está morrendo, é a dor que ninguém jamais conhecerá

Rastejando em direção à bondade da luz

Você está clamando por aqueles que podem parar essa luta

domingo, 14 de fevereiro de 2021

20 anos de The Silver Cord Is Severed do Mortification

 


O 9º álbum de uma das bandas mais criticadas do meio metálico, pelo cunho religioso das letras, é um daqueles trabalhos para se ouvir sem se prender aos álbuns clássicos pelos quais a banda ficou conhecida. Nada daquele Death Metal cru e ríspido se repete em The Silver Cord Is Severed, que está muito mais próximo do Thrash ou Post Thrash, como quiser, onde a velocidade deu lugar ao groove. O título é uma referência bíblica ao livro de Eclesiástico, capítulo 12, versículo 6, onde diz que "antes que o cordão de prata se rompa...', ao passo que o título do trabalho diz que o cordão de prata está rompido, também explicado por alguns místicos como o exato momento em que o corpo astral, ou a alma, se desprende do corpo físico, o que chamamos de morte. Para ilustrar a referência, o artista Calvin Vice criou uma arte simples, onde as cordas de prata de um baixo estão partidas, claro que puxando a sardinha para o líder do grupo, o baixista e vocalista Steve Rowe. Completam o line up o guitarrista Lincoln Bowen e o baterista Adam Zaffarese. As músicas do álbum seguem uma trilha mais lenta, mesmo que carregue alguns momentos acelerados como em algumas partes de "Bring Me The Joy", que intercala perfeitamente estes dois andamentos, além de ter um belo solo de guitarra. "Hardware" já está bem próxima do Doom, com o baixo à frente e um riff de guitarra pesadão. O play não tem aquela energia jovem de outrora, mas ainda conserva uma música nervosa, como na ótima "Whom They Would Kill", uma das mehores do álbum, perfeita para o headbanging, além de uma veia mais punk em "I Am A Revolutionary", pra combinar com sua letra. Lançado poucos anos depois de Rowe estar à beira da morte, após um transplante de medula óssea para cura de uma leucemia, o álbum foi responsável pela primeira turnê mundial da banda, mesmo tendo sido lançado pela gravadora particular do músico. O trabalho termina com a longa e épica faixa título, com passagens lentas e aceleradas. Talvez não tenha tido o reconhecimento merecido há 20 anos mas se tornou um grande álbum com o tempo.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Vamos de Destruction, criaturas.

 



Bestial Invasion


De manhã cedo, humanidade dorme

Há um rugido no ar

Nevoeiro impenetrável


Trovões ressoam e relâmpagos atacam

Tempestades do inferno correm sobre a terra

Mas não há chuva


Tempestades do inferno correm sobre a terra

Invasão Bestial


O nevoeiro se dissipa, as pessoas gritam

Elas não acreditam que o mal assumiu o controle


Tempestades do inferno correm sobre a terra

Invasão Bestial


Seu tempo acabou, a obsessão se espalha

Regras de morte, a lei de Satã está no comando

Jesus Cristo já não existe


É melhor você orar ao novo Senhor

Porque ele é Todo-Poderoso, Obedeça-o!

Vamos de Iron Maiden criaturas.


 Blood Brothers


Vamos de Iron Maiden, criaturas!


Blood Brothers


E se você passeia pelo

Jardim da vida

O que você pensou que

Veria?

Assim como um espelho refletindo os

Movimentos de sua vida

E no rio, reflexos de mim


Apenas por um segundo vejo de relance

Meu pai

E num movimento ele acena para mim

Em um momento as memórias são tudo

O que restou

E todas as feridas estão reabrindo novamente


Nós somos irmãos de sangue

Nós somos irmãos de sangue

Nós somos irmãos de sangue

Nós somos irmãos de sangue


E conforme você olha ao redor o

Mundo em confusão

O que você vê? Você acha que

Descobrimos?

Não, se você estiver olhando a

Guerra sem fim

Lá fora, nas ruas, onde bebês

São queimados


Nós somos irmãos de sangue

Nós somos irmãos de sangue

Nós somos irmãos de sangue

Nós somos irmãos de sangue


Há horas em que eu receio

Pelo mundo

Há horas que eu me envergonho por todos nós

Quando você paira sobre as

Emoções que sente

E reflete o bem e o mal


Será que algum dia nós saberemos qual a resposta

Para o que a vida realmente é?

Você pode me dizer o que a vida realmente é?

Talvez todas coisas que você saiba

Que são preciosas para você

Possam ser levadas pela

Própria mão do destino


Nós somos irmãos de sangue

Nós somos irmãos de sangue

Nós somos irmãos de sangue

Nós somos irmãos de sangue


Quando você pensa que nós já tivemos todas as

Nossas chances

E a chance de fazer

Tudo certo

Continua cometendo os mesmos

Velhos erros

Faz o inabalável equilíbrio ser tão fácil

Quando vivemos as nossas vidas no

Limite

Faça uma oração ao livro dos mortos


Nós somos irmãos de sangue

Nós somos irmãos de sangue

Nós somos irmãos de sangue

Nós somos irmãos de sangue


Se você passeia pelo

Jardim da vida

domingo, 7 de fevereiro de 2021

20 anos de Quietus do Evoken.


Esta semana o segundo álbum dos americanos do Evoken completou 20 anos. Lançado pela Avantgarde Music, "Quietus" é um bom nome para quem não quer se mexer muito, deitado na penumbra ouvindo um competente funeral doom com resquícios do sabor de um vinho na língua. A capa é um tanto abstrata, mas lembra um cadáver com metade do corpo soterrado em folhas e flores, em tons cinzas e preto e branco. Temos aqui um som de guitarras que aos menos acostumados ao estilo podem classificar como um som de demo ensaio, mas a verdade é que a produção conseguiu segurar as rédeas de uma distorção ultra pesada, que poderia botar tudo a perder se fosse lançada de qualquer forma. Os teclados cobrem algumas passagens com uma morbidez tétrica e para alcançar um status de álbum mágico, temos até algumas passagens mais aceleradas, como em "Tending The Dire Hatred" como se a bateria tivesse acabado de receber uma carga extra e os vocais alcançassem o alto da montanha assustando os animais que ali dormissem. O teclado que completa a lacuna na transposição da parte mais rápida à mais arrastada tem uma beleza sombria e a sequência é de arrepiar. Alguns vocais limpos e falados estão aqui e ali, mostrando que o Evoken sabe se manter longe da mesmice, adicionando vários elementos cabíveis em um funeral doom para mantê-lo atraente, o que deveria ser aprendido por muitas bandas do estilo. O dono dos teclados era Numinas, que estava desde 1996 e sairia no ano seguinte, o baterista Vince Verkay que fundou a banda ao lado do guitarrista e vocalista John Paradiso, o guitarrista Nick Orlando, que também passou vários anos no Evoken e o baixista Steve Moran. Este álbum já foi lançado em alguns anos posteriores pela inglesa Peaceville com alguns bônus, mas nunca saiu oficialmente no Brasil. Passou da hora.