sábado, 16 de dezembro de 2023

20 anos de Casus Luciferi do Watain!!!

 


O salto em qualidade que o Watain da Suécia deu de seu debut (Rabid Death's Curse) para o segundo álbum, Casus Luciferi, foi tremendo. Talvez isso se deva ao tempo de 3 anos entre estes lançamentos, mas o caso é que aqui temos músicas bem mais coesas, mesmo que extremas, porém com a sensação de que a banda encontrou seu som. Nada de reinvenção de roda, mesmo porque com algumas peculiaridades, temos uma banda seguindo os padrões de seus conterrâneos do Marduk e Dissection, porém o Watain chegou para somar como uma nova força do black metal. O que ouvimos neste trabalho são muitas mudanças de andamento, porém nada que pareça um trem mudando de direção numa nova trilha, mas reduzindo a velocidade e novamente acelerando e deixando seus passageiros tontos com tantos movimentos frenéticos. O Watain sabe fazer isso muito bem em todas as faixas e se quiser apenas um exemplo, ouça "Puzzles of Flesh", que parece um labirinto percorrido por um dragão faminto. Engana-se quem acha que uma banda como o Watain não tem melodia em seu som, mas à sua forma, temos guitarras recheadas de melodia negra, como na bela (?) "I Am the Earth", com riffs tétricos em alguns momentos e uma selvageria repentina onde o baterista Hakan Jonsson mostra que destrói seu kit com requintes de crueldade. O dono dos riffs é Pelle Forsberg, e ele neste álbum pode ser considerado peça chave para o resultado. O vocalista e baixista Erik Danielsson faz aquela linha de vocais parecida com o Mortuus do Marduk, o que não poderia dar errado, pois demonstra uma força maligna e destrutiva, vociferando com maestria toda podridão lírica da banda. O álbum todo foi feito para ouvir do início ao fim, ele é muito mais um complexo por inteiro do que uma junção de várias ideias, porém não é aquele trabalho que vai te fazer sorrir na primeira audição, ao menos foi assim comigo, levou um tempo para que este opus descesse por minha garganta sem queimar como whisky barato, mas hoje sua aquisição vale muito a pena. Não deixe de ouvir principalmente a faixa de abertura, a primorosa "Devil's Blood". Nem parece que já tem 20 anos, este Casus Luciferi. 

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