domingo, 2 de junho de 2024

20 anos de Archetype do Fear Factory!!!


É muito estranho pegar um álbum do Fear Factory sem seu clássico guitarrista Dino Cazares. Desentendimentos entre Cazares e o vocalista Burton Bell afastaram o guitarrista de sua banda e o fez se concentrar em um novo projeto, o conhecido Asesino, fazendo com que a banda decidisse que seu baixista Christian Olde Wolbers assumisse também as seis cordas. Então o que poderíamos esperar deste sexto lançamento da banda americana de metal industrial? A capa tem simplicidade, e mostra os 2 Efes iniciais formados por ossos e metal, uma clara referência a tudo que a banda representa. O som... ah que som! Se o trabalho anterior nem deve ser muito considerado por conter somente músicas mal gravadas do início de carreira e o álbum de 2001 "Digimortal" não tenha sido lá aquela Brastemp, com a saída de Cazares a banda finalmente chegou ao fundo do poço, correto? Não poderia estar mais longe da verdade. "Archetype" é um caldeirão de aço derretido correndo por trilhos muito bem alinhados e sem nenhuma ferrugem. "Slave Labor" e "Cyberwaste" abrem o trabalho já mostrando que a banda estava muito bem, com um trabalho surpreendente, muito mais metal que "Digimortal", com riffs bem elaborados. O fato de Wolbers compor para os dois instrumentos fez com que o baixo aparecesse muito melhor neste trabalho. E os vocais de Burton estão arrasadores, tanto os vocais thrash quanto os limpos. "Act of God" é uma das melhores músicas que eles já fizeram e "Drone" na sequência arrebenta com tudo, com seu peso absurdo. A faixa título é a música de trabalho, daquelas que uma banda faz ajustes e mais ajustes até que possa respirar e dizer: está perfeita. A forma característica de Burton cantar em "Corporate Cloning" fez da diferença um momento ímpar e a semi balada "Bite the Hand That Bleeds" que poderia botar tudo a perder, se mostrou totalmente acertada. Os refrãos foram muito bem criados, como na metálica "Undercurrent" com aquele baixo na cara, e há de se destacar os teclados despejados por todo o álbum, que trazem uma aura mais soturna ao opus, e são de extrema importância neste trabalho, acredito que até mais que nos clássicos "Obsolete" e "Demanufactore". "Default Judgement", a pedrada sensacional "Bonescraper", a melancólica e de protesto "Human Shields", a instrumental "Ascencion" e uma versão de "School" presente no álbum de estreia do Nirvana, "Bleach" que também ficou muito legal, completam "Archetype", seguramente um dos melhores trabalhos do Fear Factory, Cazares que me perdoe.

 

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