sábado, 22 de novembro de 2025

20 anos de Remagine do After Forever!!!


Geralmente os músicos brasileiros insistem em estampar seus próprios rostos nas capas dos álbuns — e, no caso de After Forever, isso foi um grande erro. Nada me irrita mais do que comprar um disco sem uma boa arte na capa. Foto da banda? Imprescindível, mas deixe isso para o encarte ou para a contracapa. Na capa, queremos impacto, conceito, algo que nos puxe para dentro do universo do álbum. Em Remagine, quarto full dos holandeses, nem mesmo a beleza da Floor Jansen ganhou realce; colocaram ela (e a banda toda) ali com um visual meio futurista, meio rock star japonesa… e ficou tudo no meio do caminho.

Mas vamos ao que interessa: a música.
Aqui estamos falando de uma banda muito competente e de uma vocalista absurda, que conquistou o mundo inteiro e elevou o After Forever de um grupo de symphonic metal a quase um heavy metal completo. Isso, porque Floor sabe transitar entre os dois estilos com naturalidade. Ela abre o álbum com a direta “Come”, que chega logo após a intro “Enter”, e depois entrega aquela atmosfera mais clássica em “Boundaries Are Open”, onde simplesmente nos ganha — interpretação impecável.

E tem mais: os corais de “Living Shields” puxam diretamente para o passado glorioso de Prison of Desire, e ainda trazem a participação quase extinta de Sander Gommans. O gutural dele é muito bem-vindo e, mesmo eu sendo fã da Floor, admito que a ausência de uma voz masculina foi um dos motivos para o After Forever não ter permanecido no meu gosto pessoal pelos últimos 25 anos (ow!).

O trabalho do novo tecladista, Joost van den Broek, também merece destaque. Ele cria camadas sutis que enriquecem o instrumental e, em vários momentos, surge com uma dose orquestral que dá imponência ao som. “Attendance” segue uma veia mais moderna, mais sombria, enquanto “Free of Doubt” volta a exaltar o lirismo da Floor. Lá pela metade, as guitarras de Sander e Bas Maas ganham um peso com groove muito bem encaixado — e os teclados dão outro show.

Outro ponto alto é “No Control”, onde além do gutural de Sander, Bas Maas aparece com seus vocais limpos, criando um contraste bem interessante, apesar do riff bobo.

No fim das contas, Remagine é mais um ótimo trabalho do After Forever — e olha só, já completando 20 anos.


 

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