sábado, 22 de novembro de 2025

20 anos de Stratovarius do Stratovarius!!!


Teriam os dias de glória do Stratovarius chegado ao fim? Em 2005, a banda finlandesa lançava seu 12º álbum de estúdio enquanto enfrentava um período turbulento — especialmente pelos problemas de saúde mental de Timo Tolkki, que acabaram interferindo em diversos aspectos da música. Mas vamos nos ater ao álbum em si, que veio na esteira de uma dupla de trabalhos mais progressivos e emocionalmente introspectivos.

Com uma arte simples e um disco autointitulado — ou sem um título específico, como costumamos dizer — o primeiro impacto já passa a sensação de uma banda operando abaixo do esperado. E a abertura com “Maniac Dance” confirma a impressão. A faixa flerta com um hard rock artificial, lembrando o Helloween em seus dias menos inspirados, e ainda vem acompanhada de uma produção fraca se comparada à de Elements. Nem a voz de Kotipelto consegue evitar um generoso torcer de nariz — e isso vindo de alguém que esperava muito mais de uma banda desse porte, ainda que a música não seja exatamente horrível.

“Fight” não melhora em nada esse começo trôpego, então a salvação momentânea surge apenas em “Just Carry On”, quando o cenário finalmente dá uma guinada. A faixa tem mais energia, está longe do speed metal clássico da banda, mas traz uma pulsação própria — ainda que meio rígida — na qual os vocais de Kotipelto começam a resplandecer.

Em “Back to Madness” (e o título dispensa explicações), temos praticamente um documento emocional de Tolkki, uma confissão sonora de tudo que ele vinha enfrentando. A música é carregada de melancolia e tensão, e ouvir isso sabendo do contexto torna tudo ainda mais angustiante. Os dedilhados, as vozes distorcidas e as narrações adicionam uma aura épica à faixa, fazendo dela um dos raros momentos realmente marcantes do álbum.

Ao menos há uma balada para nos lembrar do que o Stratovarius tem de melhor: a voz de Kotipelto. Em “The Land of Ice and Snow”, ele chega bem próximo de seus grandes momentos em uma canção com toques quase folk, curta — pouco mais de três minutos — mas que desperta até a vontade de ouvir algo do Blind Guardian para completar o clima.

Já os teclados de Jens Johansson, tradicionalmente um dos pilares da banda, aqui soam mecânicos, pouco inspirados e nada harmônicos, contribuindo para que o disco permaneça consistentemente abaixo da média.

Não dá para dizer que o Stratovarius lançou seu “St. Anger” em 2005 — porque isso seria crueldade desnecessária, e este álbum não chega a ser um desastre. Mas também é verdade que ele não vai deixar saudades. Um trabalho perdido entre crises pessoais e criativas, que marca mais um período difícil do que um capítulo digno da grandeza que o Stratovarius costumava entregar.


 

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