sábado, 22 de novembro de 2025

20 anos de Во славу великим! (Vo slavu velikim!) do Arkona!!!


O Arkona, que começou como um projeto solo da vocalista e multi-instrumentista Masha Scream, lançou dois álbuns em 2004 antes de finalmente se consolidar como banda em 2005. Foi então que Masha recrutou os músicos que dariam corpo definitivo à sua visão: Sergey Lazar (guitarra e vocais), Ruslan Kniaz (baixo) e Vlad Artist (bateria). Com essa formação, nasceu Vo Slavu Velikim!, um trabalho que se aproximou ainda mais da proposta inicial de um grupo com alma folk, já que os primeiros discos inclinavam-se mais ao metal direto.

A produção é claramente superior, e a participação do renomado multi-instrumentista de música tradicional russa Vladimir Cherepovsky elevou o álbum a um patamar inesperado — tanto que acabou conquistando o certificado de disco de ouro na Rússia, algo impensável para um grupo do gênero.

A variação musical deste álbum impressiona. A paleta sonora é amplificada pela presença de inúmeros instrumentos típicos: harpas, violinos, gaitas de foles, ocarinas, entre outros. A agressividade atribuída ao black metal aparece basicamente nos vocais ásperos, pois os riffs apontam muito mais para um death melódico do que para o black propriamente dito. Mas o grande trunfo aqui são as vocalizações.

Doçura feminina, rugidos demoníacos, coros solenes que beiram o litúrgico — tudo se encaixa de forma natural e envolvente, criando uma atmosfera tão densa que o idioma russo deixa de ser barreira e passa a ser parte do próprio enfeitiçamento.

É quase obrigatório ouvir o álbum de ponta a ponta, mas se quiser apenas um aperitivo que acenda a faísca da curiosidade, experimente “Vedy proshlogo”. É o tipo de música capaz de despertar um brilho inesperado nos olhos, especialmente de quem acha que o folk/pagan metal não tem nada a oferecer além de “música temática”.

O Arkona pode ser considerado relativamente novo dentro da cena, mas em poucos anos já havia sido descoberto e abraçado por fãs do mundo todo. E muito desse reconhecimento se deve exatamente a este terceiro trabalho — um marco na construção da identidade sonora e espiritual da banda.  


 

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