terça-feira, 11 de agosto de 2020

Last Conscious - Psychological Torture

 


Vamos começar a resenha de Psychological Torture sendo um pouco chatos. Mas como enxergamos um enorme potencial nesta banda de Santa Luzia (MG), e ela está trilhando seus primeiros passos, algumas dicas construtivas podem ser bem vindas. A primeira é apenas um detalhe que acredito que pegou até a banda de surpresa, que é a falta do nome na lateral do CD, o que torna penoso procurar pelo petardo na prateleira. A outra é apenas uma dica, já que cada um faz o que quiser em sua obra e deve ter seus motivos, mas não escolheria a faixa Vicious Circle para abrir o play (após a intro), devido às partes mais cadenciadas desta música. No seu lugar colocaria a cacetada Political Loathing, que além de ser uma porrada na orelha, já é jogo ganho pois é conhecida da galera desde o ano passado quando foi apresentada nas redes sociais. E é só isso, sabe por que? Porque este Full Álbum dos mineiros é de tirar o chapéu. Que beleza de Death Thrash temos aqui! A começar pela capa que é uma obra de arte, onde vários tons de marrom mostram uma cena de terror muito bem feita. Aliás a arte gráfica inteira está em alto nível, fotos muito profissionais e detalhes escolhidos a dedo. A intro "Inner Horror" condiz com a arte da capa e te faz imaginar cenas que nem gostaria. "Vicious Circle" como falamos tem uma parte mais cadenciada que é bem marcante, mas tem também sua pancadaria, sendo que os riffs no final da música são muito bem encaixados. "Drowning Words" com sua aura malvada quebra tudo e te convida a bater cabeça freneticamente. Na sequência "Illusion of Being Alive" vem com destaque aos pedais duplos da baterista Lu Borges. Aliás, Lu, que já esteve em nossas páginas digitais numa ótima conversa um tempo atrás é um dos destaques deste álbum, com levadas precisas e momentos graciosos, como no início de "Unconscious", acompanhada pelo baixo de Aed Vieira. "The Programmed Coma" começa num peso absurdo, mostrando que os canadenses do Kataklysm talvez sejam uma das boas influências do Last Conscious. Uma faixa pesada ao extremo e como é gostosa de ouvir, além de ter algumas mudanças interessantes de andamento. E quando você pensa que já mostraram tudo que tinham pra mostrar e o restante do álbum terá faixas que servirão mais como espelhos das demais, temos mais motivos para abrir o sorriso e bater cabeça. A faixa título é uma delas, com paradinhas emocionantes em seu minuto final (como eu gosto disso). "The Evil That Belongs To Me (The Hate)" começa com uma bela melodia nas guitarras de Jefferson Soares e Fabiano Borges e tome passagens técnicas na bateria, e um belo final acústico. "Prisão Existencial" é outra surpresa por ter letra em português e outro belo trabalho de guitarras, outro grande momento do play. E aí entra a faixa mais longa e para este que vos escreve a melhor do petardo, que começa e termina com um belíssimo fraseado de baixo e em seguida entram as guitarras soladas com a batera soando como tambores tribais. O refrão desta faixa é muito bom e em alguns momentos ela lembra nosso Torture Squad na época de Hellbound. Há que se destacar também o vocalista Gustavo Teixeira, com seu gutural inteligível, uma grande força da banda. "Political Loathing" fecha com maestria aquilo que espero ser apenas o primeiro ato de uma carreira promissora desta banda que se destaca muito no Underground com muita humildade, trabalho sério e talento. Mereceu o carimbo de FODA do Metal e Loucuras.

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