O Children Of Bodom já estava voando alto após o lançamento de seus dois primeiros álbuns. Então era a hora da confirmação, já que para muitos o terceiro trabalho pode te catapultar para o sucesso ou te jogar no limbo. E Alexi Laiho e companhia não mexeram na fórmula e seguindo as mesmas características de Hatebreeder gravaram um novo clássico do estilo mais agressivo do Melodic Death Metal. Com a cor azul predominando agora, já que a banda escolheu uma cor ativa para cada play, o álbum traz o mascote assassino do lago Bodom cercado de lápides dentro do próprio lago, segurando calmamente sua enorme foice. A pedrada começa com a faixa título despejando riffs Heavy Metal, um baixo energético de Henkka Blacksmith, e teclados muito bem encaixados de Janne Warman, seja no estilo cinematográfico de suspense, seja solando como uma guitarra. Aliás o solo de guitarra desta faixa já é uma coisa linda, enquanto Alexander Kuoppala segura muito bem a onda. A sequência é espetacular com "Boddom After Midnight", uma música sensacional com belos riffs e um astral fodástico. O legal desta música é que quando Alexi não está cantando você pode até confundir a banda com os conterrâneos do Stratovarius. "Children Of Decadence" começa num bom bate cabeça onde o batera Jaska Raatikainen tá socando tudo no compasso certo dos demais músicos. A banda soube escolher a trinca inicial do álbum pois fica muito difícil escolher qual a melhor delas, estão no mesmo nível. "Children Of Decadence" tem até uma parte perfeita de guitarras sintetizadas antes dos solos, que te fazem lembrar do maravilhoso "Somewhere In Time" da Donzela de Ferro. Na sequência vem a surpresa do play pois "Everytime I Die" foi a primeira música mais arrastada da banda, ganhou vídeo promocional e mostrou que os rapazes não sabiam apenas correr ladeira abaixo, eles também podiam imprimir peso e cadência na medida certa sem soar forçado, um dos destaques do álbum com um ótimo refrão. "Mask Of Sanity" começa com um belo teclado e o som da guitarra teima em te enganar fazendo pensar que não está ouvindo uma banda de metal extremo, pois a escola de Laiho tem um pé enorme na NWOBHM. "Taste Of My Scythe" traz uma fala tirada do filme "O Exorcista III" e segue o bom gosto das demais, sendo uma faixa bem próxima do que a banda fez em Hatebreeder. Em "Hate Me" Alexi faz uns vocais um pouco diferentes, como de costume, o que dá um charme a mais à música, fugindo daquele rasgado constante. "Northern Comfort" e "Kissing The Shadows" fecham um álbum perfeito. A título de curiosidade para os colecionadores de plantão, o álbum foi mixado duas vezes, uma por Peter Tagtgren que saiu pela Nuclear Blast e mais tarde outra por Mikko Karmila que saiu pela Spinefarm, cada uma contendo algumas mudanças como um grito a mais ou o som de sinos aqui ou ali. Comemore os 20 anos desta belezinha ouvindo no talo.
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