sexta-feira, 7 de junho de 2024

20 anos de Lemuria do Therion!!!


O Therion da Suécia lançou 2 álbuns em 2004 que se completam e além de ser encontrados geralmente separados como duas obras distintas, também foi lançado em uma versão dupla. Logo logo vamos postar a resenha da outra metade, mas hoje falamos desta pérola chamada Lemuria. Começando pela arte da capa que é um show, diga-se. Em tons azuis e uma paisagem surreal que combina com alguns temas do álbum, é daquelas artes em que se pode passar vários minutos viajando em sua imagem. Sem lançar mão de vocais guturais em muitos anos, de cara na faixa "Typhon" já temos urros, mesmo que bem controlados em relação ao instrumental. Os vocais limpos e heavy também estão fenomenais por todo o álbum, diga-se de passagem. Esta faixa em específico traz um solo de guitarra brilhante, no melhor estilo hard rock. Já "Uthark Runa" vem num estilo mais contido, com leve toque melancólico, e mesmo sendo um estilo bem diferente da primeira faixa, consegue manter o clima e a expectativa nas alturas. Enquanto isso, a faixa "Three Ships of Berik" já apresenta uma melodia mais folk e novamente traz vocais guturais (bingo). Quando você acha que a banda gastou toda sua riqueza de harmonias nas primeiras faixas vem Lemuria, simplesmente a melhor música do álbum, com uma melodia capaz de deixar sua alma tão leve quando o vento. Sim, eu já disse que meu top 3 do Therion é formado por Vovin, Deggial e Secret of the Runes, mas Lemuria, sua metade Sirius B e Gothic Kabbalah também ocupam um lugar especial em minha caverna. Se você se perdeu no tempo.enquanto o Therion lançava estas obras fantásticas, trate de ouvir Lemuria o mais breve possível.

 

20 anos de Revolution do Crematory!!!


Eu vou entender se você rolar rapidamente seu feed ao ver esta imagem em nossa página, afinal o Metal e Loucuras provavelmente tem um bocado de seguidores com as almas voltadas para o mais puro metal. Mas precisamos resenhar "Revolution", o oitavo álbum dos alemães do Crematory por alguns motivos que explicarei agora. Primeiro porque a banda construiu seu legado praticando um death doom sensacional, com uma guitarra super pesada, vocais guturais urrados através das catacumbas mais profundas e músicas empolgantes e mórbidas, e mesmo que tenha mudado drasticamente seu som com o passar dos anos, se manteve arrastando fãs por aí com uma extensa discografia. Segundo, que mesmo sendo "Revolution" um trabalho extremamente gótico com muitas influências eletrônicas, ele ainda agrada bastante, além de ter muito peso e vocais extremos. E terceiro, porque eu gosto desta banda pra caraca. Ok, não sou aquele cara que ouve tudo que eles gravaram, mas consigo gostar muito mais da fase gótica de Crematory do que da mesma fase de Paradise Lost e Moonspell, outras bandas que também estão muito presentes em minha formação metálica. Os vocais limpos de Matthias Hechler neste trabalho lembram muito os vocais limpos de Tomi Joutsen do Amorphis, o que por si só já é um ponto positivo poderoso. Esqueça a introdução "Resurrection" que é horrível e pule direto para a faixa "Wack Up". Mas vá de mente aberta caso não conheça a obra, e se faça um favor. Tudo bem, eu também tive uma fase nos anos 90 em que não ouvia nada menos extremo que Deicide, e se você está nessa fase, ao menos guarde esta resenha para daqui a 20 anos. Tem 2 músicas que acho imprescindíveis neste trabalho, que são "Greed", faixa de promoção do disco, com um som de teclados de Katrin simplesmente perfeito, além de passar uma energia techno surpreendente. Permita-me indicar este vídeo clipe. A outra faixa que deve ser escutada é "Solitary Psycho" com vozes limpas muito bem encaixadas. Mas o vocalista gutural e um dos fundadores da banda Felix Stass manda muito bem por todo o álbum, mas faz um trabalho excepcional na faixa "Human Blood", uma das mais pesadas do play. Para finalizar devo salientar que "Revolution" é aquele álbum que eu peguei para resenhar torcendo o nariz, mas que não consegui tirar do play mesmo depois da resenha pronta, e ainda repeti algumas músicas. Nada como alguns muitos anos de abertura de mente.

 

quarta-feira, 5 de junho de 2024

20 anos de The Art of Dying do Death Angel!!!


Uma troca de guitarrista (sai Gus Pepa e entra Ted Aguilar) e um longo período desde o último álbum (Act III foi lançado 14 anos antes, em 1990) não trouxeram um Death Angel desmotivado nem sem muitas ideias. Tudo bem que "The Art of Dying" não seja tão fantástico quanto seu sucessor "Killing Season", mas ainda assim temos aqui uma obra de grande representatividade dentro do thrash metal. Temos músicas com personalidade, cada uma com sua cara própria que passam longe de uma banda tentando desesperadamente reviver um passado de glórias. "The Devil Incarnate" é um exemplo da amplitude que estes músicos conseguem alcançar com sua música, pois tem um pé fincado no heavy metal com uma nuance cadenciada que ganha velocidade em sua parte final, e que tem um trabalho de guitarras bem clássico. Já as músicas "Prophecy" e "Thrown to the Wolves" se aproximam mais daquilo que fez do Death Angel uma das bandas de thrash mais promissoras da Bay Area. "Thicker than Blood" também se aproxima disso, apesar de conter uma sujeira proposital maior nas seis cordas, que o padrão do álbum. Agora o que realmente sai do padrão são faixas como "No" que aparentemente tem algo de faroeste no som, que eu não me atreveria a chamar de country, mas que caminha naquela região sulista de rock 'n roll, ou a bem estranha "Famine" que particularmente achei horrível. Músicas como "Spirit" com aquela tradicional veia speed de Anthrax também agradam, mas a verdade é que mesmo sendo um bom álbum, "The Art of Dying" carece de agressividade. Eu gostaria muito que Mark Osegueda gritasse mais neste trabalho. Ok que a cozinha de Dennis Pepa e Andy Galeon ainda esteja bem compacta e graças aos céus a banda não esconda o som das quatro cordas como muitas outras, mas este trabalho, mesmo não sendo aquilo que os fãs de longa data ansiavam, serviu para pavimentar o piso para próximos lançamentos muito superiores. 



 

domingo, 2 de junho de 2024

20 anos de Beyond The Apocalypse do 1349!!!


A banda 1349 formada na Noruega em 1997 lançou sua primeira demo 1 ano depois com os músicos Ravn nos vocais e bateria, Balfori e Tjalve nas guitarras e Seidemann no baixo e em 2003 tinham seu debut "Liberation" registrado via Candlelight Records, já com o novo guitarrista Archaon no lugar de Balfori e Frost (ex Gorgoroth) na bateria, deixando Ravn se concentrar apenas nos vocais. Com a mesma formação do debut e pela mesma gravadora, o 1349 (nome criado em referência ao ano em que a peste negra chegou à Noruega, matando 60 % da população) lançou em 2004 o poderoso "Beyond the Apocalypse", um álbum fedendo a enxofre, praticando o mais cru dos black metals. A capa é basicamente a preferida por bandas com a crueza e crueldade deste estilo, mostrando um rosto de corpse paint em meio à escuridão completa, como se estivesse gritando e com ódio. As músicas de "Beyond the Apocalypse" são extremamente rápidas, com a bateria de Frost batendo numa velocidade estrondosa, que me deixaria com lesão nos braços só de tentar emular o que ele faz. Temos riffs frios de guitarras, e vocais rasgados, transmitindo o tempo todo muito rancor. Não temos nenhuma novidade neste álbum, aliás, o black metal cru no melhor estilo norueguês é bem limitado se falarmos de surpresas, para isso foi inventado o termo "Symphonic", então o que podemos enfatizar em um álbum como este é a seriedade e naturalidade com que é executado, e nisso o 1349 tirou um 10, uma vez que as músicas gravadas parecem seguir uma responsabilidade quase militar. "Chasing Dragons", que abre o petardo, mostra quase tudo em que se espera da banda, alternando batidas rápidas e explosivas de bateria, além de uma passagem mais climática, que dura apenas alguns segundos para voltar à destruição. A faixa título começa com alguns arpejos interessantes de guitarra, que logo descamba para a pancadaria, e mais uma vez ficamos de queixo caído com a eficiência de Frost. Vale citar aquela que é a melhor música deste trabalho, em minha opinião, "Singer Of Strange Songs", que começa com o som do baixo sobre os pedais duplos e quando entram guitarras e vocais ela segue em um ritmo menos acelerado que ganha peso até que lá pelos 2 minutos caia numa explosão de bateria. Um álbum interessante para quem não busca muitas identidades diferentes na mesma obra e se deleita no caos.

 

20 anos de Archetype do Fear Factory!!!


É muito estranho pegar um álbum do Fear Factory sem seu clássico guitarrista Dino Cazares. Desentendimentos entre Cazares e o vocalista Burton Bell afastaram o guitarrista de sua banda e o fez se concentrar em um novo projeto, o conhecido Asesino, fazendo com que a banda decidisse que seu baixista Christian Olde Wolbers assumisse também as seis cordas. Então o que poderíamos esperar deste sexto lançamento da banda americana de metal industrial? A capa tem simplicidade, e mostra os 2 Efes iniciais formados por ossos e metal, uma clara referência a tudo que a banda representa. O som... ah que som! Se o trabalho anterior nem deve ser muito considerado por conter somente músicas mal gravadas do início de carreira e o álbum de 2001 "Digimortal" não tenha sido lá aquela Brastemp, com a saída de Cazares a banda finalmente chegou ao fundo do poço, correto? Não poderia estar mais longe da verdade. "Archetype" é um caldeirão de aço derretido correndo por trilhos muito bem alinhados e sem nenhuma ferrugem. "Slave Labor" e "Cyberwaste" abrem o trabalho já mostrando que a banda estava muito bem, com um trabalho surpreendente, muito mais metal que "Digimortal", com riffs bem elaborados. O fato de Wolbers compor para os dois instrumentos fez com que o baixo aparecesse muito melhor neste trabalho. E os vocais de Burton estão arrasadores, tanto os vocais thrash quanto os limpos. "Act of God" é uma das melhores músicas que eles já fizeram e "Drone" na sequência arrebenta com tudo, com seu peso absurdo. A faixa título é a música de trabalho, daquelas que uma banda faz ajustes e mais ajustes até que possa respirar e dizer: está perfeita. A forma característica de Burton cantar em "Corporate Cloning" fez da diferença um momento ímpar e a semi balada "Bite the Hand That Bleeds" que poderia botar tudo a perder, se mostrou totalmente acertada. Os refrãos foram muito bem criados, como na metálica "Undercurrent" com aquele baixo na cara, e há de se destacar os teclados despejados por todo o álbum, que trazem uma aura mais soturna ao opus, e são de extrema importância neste trabalho, acredito que até mais que nos clássicos "Obsolete" e "Demanufactore". "Default Judgement", a pedrada sensacional "Bonescraper", a melancólica e de protesto "Human Shields", a instrumental "Ascencion" e uma versão de "School" presente no álbum de estreia do Nirvana, "Bleach" que também ficou muito legal, completam "Archetype", seguramente um dos melhores trabalhos do Fear Factory, Cazares que me perdoe.

 

sábado, 1 de junho de 2024

20 anos de Since The Day It All Came Down do Insomnium!!!


O Insomnium é mais uma banda finlandesa de melodic death, formada em 1997 e "Since The Day It All Came Down" foi seu segundo álbum, lançado em 2004 pela Candlelight Records, que já trabalhou com Enslaved, Emperor e muitos outros. Mas não é uma banda padrão de detah melódico. Quando falamos neste estilo automaticamente vem em nossa mente coisas como In Flames, Children of Bodom ou Dark Tranqüillity, certo? Mas o Insomnium é uma banda muito mais melodiosa, com passagens acústicas carregadas de melancolia e letras que certamente não servirão de inspiração para tornar seu dia melhor. Falando deste álbum, podemos dizer que não na semelhança, mas próximo à proposta, ele tenha algo de Projector, o melhor trabalho do D.T., ao menos na melancolia, e dos vocais de Johan Hegg do Amon Amarth, pois o vocal rasgado de Niilo Sevänen lembra o do sueco. Verdade é que Niilo sempre emenda vozes limpas, muito mais faladas que cantadas, devemos registrar. O som não chega a ser aquele death rápido, mas moderadamente caminha sem soar presunçoso. A capa é um clichê que não sai de moda, com uma paisagem de árvores e algum efeito, mas combinam com o logo da banda, e tem uma beleza simples e ao mesmo tempo congelante. Músicas como "Resonance" e "Nocturne", ambas instrumentais, poderiam estar em qualquer álbum de doom metal, com sua beleza triste de arrancar gotas dos olhos. A faixa título, que é a primeira música completa após a instrumental "Nocturne" tem quase tudo aquilo que o Insomnium veio para entregar. Ela é uma das faixas mais rápidas do álbum, tem a pegada clássica do melodic death metal e ainda sobra espaço para uma melodia acústica para relaxar a mente. Sua letra começa dizendo "de agora em diante há uma ausência de sorriso" e é uma ótima sacada para aqueles que pegarem o play para ouvir sem saber do que se trata. Em matéria de lirismo, a abanda manda muito melhor que muitos de seus conterrâneos de mesmo estilo. Outra singela característica é aquela melodia de guitarra na faixa "Daughter of the Moon", naquele quase folk que o Amorphis fazia com magnitude em seus primórdios. Um álbum bem interessante de se ouvir em noites frias.