segunda-feira, 8 de dezembro de 2025

20 anos de La Muerte do Gorefest!!!


Após se aventurar pelo "Death 'n Roll" e uma pausa na carreira, finalmente a banda holandesa voltava a atacar com um álbum mais digno de sua história como um dos pilares do Death Metal Old School europeu. A arte da capa já captura aquela aura da fase "False", com retalhos de desenhos característicos do estilo, e o som soa renovado, mas com pés fincados no passado, e agradam não somente antigos fãs do Gorefest, como também de bandas como o Entombed da Suécia. 

Meclando partes mais lentas a outras mais rápidas, a música "When The Dead Walk The Earth" exemplifica bem o álbum. Como complemento traz um bom solo de guitarra e o típico vocal rouco de Jan-Chris De Koeijer. Já "You Could Make Me Kill" segue numa aura até mais séria, mas ainda mais arrastada, porém com ódio calculado. Destaque para os solos de guitarras, em momentos que todo o instrumental desaparece para deixar apenas as guitarras chorarem, um efeito que ficou bastante interessante. Ponto para os guitarristas Frank Harthoorn e Boudewijn Bonebakker. 

E assim segue o petardo emendando músicas de bom gosto como "Malicious Intent" com bastante peso, e outras mais estranhas, como a doom "Rogue State", que não funciona muito bem quando coloca vozes distorcidas no refrão, apesar de um belo duelo de guitarras no meio, enquanto o final vai do doom a agressividade forçada.

Porém o álbum tem mais acertos que erros, e soa como uma banda madura, que entendeu que não precisava mais provar nada para ninguém, apenas voltar a ser fiel ao próprio veneno.

O álbum não é perfeito — e nem precisa ser. Em certos momentos, a banda parece ainda tatear o próprio caminho depois da fase mais “rock’n’roll”, mas o saldo é amplamente positivo. Há identidade, há personalidade, e principalmente, há aquela sensação de sujeira honesta que fez o nome do Gorefest ecoar nos anos 90.

No fim das contas, este trabalho representa não só uma retomada, mas uma reconciliação com o próprio passado. Não é um “clone” da fase clássica, mas um aperto de mão respeitoso entre o que a banda foi e aquilo que decidiu voltar a ser. Uma volta digna, suja e pesada — exatamente como deveria ser.


 

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